Capítulo 05

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Assim que minha classe termina vou em direção ao prédio em que Josh indicou mais cedo estar tendo a sua aula, Heyoon é a primeira a sair da sala, ao passar por mim encosta a mão em meu ombro e sorri me cumprimentando num gesto de educação já que já tínhamos nos visto hoje sorrio de volta e a vejo se afastar. Josh é um dos últimos a sair da sala.

— Tá esperando a muito tempo?

— A uns vinte minutos. - Respondo desencostando da parede em que estava apoiada.

Ele volta a olhar pra menina a qual o abraça e da um beijo em seu rosto.

— A gente se vê depois então. - Diz uma menina qual eu não havia percebido a presença antes de sair andando junto com os outros alunos, eu e Josh vamos logo atrás.

— Estraguei seu esquema de hoje foi ? - Pergunto e ele ri negando.

— Tô tentando é fugir isso sim, ela já me causou problema demais.

— Que problemas ela pode ter causado? - pergunto descarada e Josh levanta a sobrancelha debochando da minha curiosidade.

— A coisa com a Heyoon. - Como se eu soubesse o que aconteceu.

— A é claro, a coisa com a Heyoon, posso só te lembrar que nos conhecemos esse final de semana e eu não sei nada sobre vocês?

— Acredita em mim, você não quer saber.

— Diz que você vai me contar por favor. - Apelo pra ver se ele desembucha de uma vez, minha casa não é longe, ele tem pouco tempo pra contar e eu quero detalhes.

— A gente vai pra algum lugar, você me paga o lanche que tá me devendo e eu te conto como quebrei o coração da minha melhor amiga sendo o maior imbecil de todos os tempos. - A aposta não incluia isso de pagar lanche até onde me lembro, mas vale a informação.

— Pode ser, mas se eu ficar com raiva do que você fez jogo comida na sua cara, que nem cena de filme sabe? eu ia adorar.- Ele ri do que eu disse.

— Combinado, só tenta não sujar a calça é minha última limpa, tem que durar essa semana.

Olho sério pra ele, esperando que ele diga que é brincadeira, mas isso não acontece. Machuca o coração das meninas e ainda não lava a roupa? Com que tipo de pessoa eu tô andando?

Chegamos numa lanchonete ela é bem pequena, mas encantadora, toda decorada ao estilo dos anos oitenta, quadros por toda parte e bancos altos de couro.

— O mesmo de sempre Beauchamp ? - O cara atrás do balcão diz ao nos ver entrar.

— Sim e pra ela também.

— Ei eu posso escolher minha própria comida. - O encaro brava, o que faz com que ele de um sorrisinho de canto.

— Confia em mim não é a toa que eu como a mesma coisa a dois anos, e se for pra tacar na minha cara tem que ser alguma coisa que eu goste no mínimo.

Não tem mais ninguém no estabelecimento, mesmo assim sentamos numa mesa bem ao fundo.

— Pode começar.- Digo quando o garçom larga dois hambúrgueres na nossa mesa.

— Você é muito curiosa não acha? - Realmente, mas não dá é mais forte do que eu.

— Se não quiser não precisa falar. - Mordo um pedaço do lanche, torcendo pra que ele não desista de me contar, caralho isso é muito bom.

— Conheci  Heyoon quando entramos na faculdade, e foi uma conexão direta, como ela mesma chamava nossa relação, viramos melhores amigos e fomos morar juntos. - Sua expressão muda e ele suspira antes de prosseguir.— Ela acabou criando sentimentos por mim e mesmo sabendo eu ignorei, porque não sentia o mesmo e achava que ela ia desencanar sem maiores problemas.

— Tá você deveria ter conversado com ela, mas isso não é motivo pra te tratar daquele jeito.

— Não foi só isso. No aniversário dela ano passado todo mundo ficou muito bêbado então decidimos que o melhor era todos dormir lá em casa, Heyoon deixou o quarto dela pras meninas e foi dormir comigo. Era só pra gente ter dividido a cama mas rolou mais que isso.

— Não. - Digo de boca cheia por conta do pedaço que havia acabado de por na boca, faz alguns minutos que estou com ele e já tô pegando suas manias porcas?

— Não termina aí não. - Seu tom mostra que não tem orgulho disso.— Depois disso ela achou que ficaríamos juntos e que eu estava apaixonado por ela também, mas no outro dia quando eu cheguei em casa com Taylor a menina que você conheceu mais cedo Heyoon teve um surto e pulou no pescoço da coitada que não tinha nada a ver com a história. Era no meu pescoço que ela tinha que ter pulado.

— Em nenhum momento você pensou em falar com ela, e explicar a situação antes de levar outra pra casa que ela mora? - Tento ao máximo não julgar.

— Não pensei direito na época, tratei como aqueles casinhos de ensino médio, me arrependo e faria de tudo pra ter minha melhor amiga de novo. - Babaca.

— Uma hora as coisas vão se acertar você vai ver, ela não vai ficar brava pra sempre. - Tento amenizar a situação vendo que está ficando irritado.

— Espero, eu amo aquela garota, não da forma que ela quer mas amo.

Terminamos de comer e assim que eu pago a conta nos entramos no carro mas ele não o liga não faz nada fica apenas parado olhando pro nada por alguns segundos.

— Sabe eu tento todos os dias pedir desculpa, já comprei sei lá quantos presentes e encontro todos eles em cima da minha cama quando volto, já até arrumei minhas malas pra sair de casa, mas sempre que eu faço isso ela me pede que eu não vá, então eu fico achando que as coisas vão mudar mas quando guardo tudo no lugar as coisas voltam a ficar na mesma e ela nem olha na minha cara.

— Ela não te odeia Josh, e também sente sua falta, da tempo ao tempo.

— Até quando Any? - Me assusta um pouco ver alguém que mal conheço se abrir assim, sei que fui eu que insisti, mas isso se tornou mais que uma fofoca, Josh demonstrou total seus sentimentos nessa conversa.

— Não sei te dizer, mas se ela é tão importante assim, você vai fazer de tudo pra tê-la de volta não vai ?

— É. - Ele vira a chave ligando o carro, não conversamos muito no caminho, o clima tava meio pesado e ele estava pensativo demais.

De repente o seu celular toca e ele atende. Como está conectado no rádio do carro consigo ouvir toda a conversa, mesmo fingindo não prestar atenção.

📞 ligação on.

— Cadê você? - Uma voz feminina ao outro lado da linha

— Esqueci totalmente, já passo aí prometo.

— Rápido Josh por favor.

— Calma você vai morrer se eu não for agora ?

— Só vem rápido porra. - A menina diz e desliga brava.

📞 ligação off.

— Eu ia te deixar em casa primeiro, mas minha prima vai surtar se eu não levar essa coisa pra ela, se importa? . - Ele aponta pro banco de trás onde tem uma maleta, escuto o que ele diz mas foquei apenas na parte do prima, por algum motivo saber que era uma parente e não uma peguete me deixou contente. Não ia gostar de saber que estraguei algum dos seus planos.

— Tudo bem, não tô com pressa. - Não tinha nada melhor pra fazer.

Josh me conta que sua prima acabou de se mudar também, o que explica o seu batimento pra achar o endereço, paramos na frente de uma grande casa branca, e rapidamente sai a loira de dentro como se estivesse atrasada, eu a reconheço é a menina que mentiu, eu sei poderia achar dez outros adjetivos pra ela, ou até mesmo chama- la pelo nome mas a parte da mentira me marcou.

Give me a reason to stay - REESCREVENDO.Onde histórias criam vida. Descubra agora