Give me a reason to stay - REESCREVENDO.

capítulo 30

* Atualidade.

— Qual é o seu problema? Mamãe vai te matar Belinha.

— Você não pode contar pra ela, não pode Any. Por favor. - Seus olhos castanhos marejados suplicam com medo.

— Eu não vou ficar encobrindo suas merdas.

— Você já escondeu coisa bem pior dela. - Rio ao ver sua afronta contra mim.

— E ela descobriu não descobriu? Qual é, você matou dois dias de aula seguidos, ela só vai te deixar de castigo por algumas semanas, você sabe que merece.

— Além de uma bronca daquelas. Por favor Any, você já assinou a advertência e falou com a diretora pra que incomodar a mamãe com isso ?

— Sem chance Belinha, ela vai saber se não eu me ferro junto. - A birrenta se joga no sofá com os dois braços cruzados encarando a parede pra não me olhar, deito no outro sofá e ligo a televisão fingindo não ver seu drama, eu poderia livrar ela dessa, mas qual é, to precisando de um pouco de diversão.

Aumento o volume a cada fungada que minha irmã dá só pra me irritar, vendo que não vai funcionar seus pés começam a bater no chão com força, continuo focada no programa.

— Eu te odeio. - Ela murmura, não sei se queria que eu escutasse mas pra todo caso me faço de surda.

A campainha toca duas vezes seguidas.

— Vai lá atender.

— Vai você. - Belinha retruca.

— Vou mesmo, porque coitado de quem for recebido por esse seu mal humor ai. - Pauso o programa, jogo o controle onde eu estava deitada e me direciono até a porta, ando até lá em passos largos, seja lá quem for tem urgência, a campainha não para.

Perco totalmente o ar quando abro a porta, fico tão sem reação que a bato na cara do homem ao outro lado sem mais nem menos.

Me encosto na peça de madeira não sei se pra não cair ou pra impedir que seja aberta novamente.

Uma pontada no peito me lembra que preciso voltar respirar e agora é como se eu tivesse corrido uma maratona de tão ofegante que estou.

Raciocinar não é algo que eu consiga fazer no momento, eu apenas sinto tudo ao mesmo tempo, desespero é o que toma conta de mim.

A campainha volta a tocar e eu não sei o que fazer, talvez sair correndo seja minha melhor opção. Fecho os olhos por alguns segundos tentado retomar a calma e então puxo a porta dando de frente pros olhos azuis que eu tento conheço.

— Me diz que é mentira. - Josh põe o braço apoiado na porta pra que eu não feche novamente em sua cara.

— O que você tá fazendo aqui ?

— Any me diz que eu fui enganado, que o que chegou até mim não é verdade, me diz por favor. - Minha cabeça da voltas e mais voltas, vê-lo aqui na minha frente, sabendo que dessa vez não é um sonho como os das últimas semanas, está sendo terrivelmente assutador, não sei o que dizer, nem se eu soubesse acredito que não conseguiria, não tenho forças pra abrir minha boca. – Fala comigo, por favor.

Ver Josh alterado e assustado desse jeito só me deixa mais em choque ainda, solto a porta a saio em direção a sala a qual minha irmã não se encontra mais, sem convite algum Josh me acompanha.

— Sobre ter te traido ? Supera. - Solto como um suspiro e seu olhar cheio de dúvidas cai sobre mim com um peso quase insuportável.

Flashback on.