Give me a reason to stay - REESCREVENDO.

Capítulo 17

— Bom dia meus amores.

— Da onde vem tanta animação mesmo depois de não dormir a noite inteira dona Any? - A mexicana mexe na fruteira atrás de uma maçã.

— E quem disse que não dormi? - Pergunto enquanto vou em direção ao armário pegar uma xícara.

— Any meu quarto é do lado do seu. - Sina diz sem tirar atenção do notebook que esta na sua frente.

— Quem foi o sortudo? - Sabi agora lava a fruta.

— Niguem que vocês conheçam. - Viro metade do café que estava na cafeteira na mimha caneca.

— O carro do Josh estava estacionado ali na frente quando chegamos ontem, só perguntamos pra você confessar. - A loira tira os olhos da tela e estica a caneca ao seu lado pra que eu coloque mais café. Ou seja todo o esforço pro Josh sair escondido pela manhã foi em vão.

— E onde vocês estavam? - Tento mudar o foco da conversa.

— Na casa do Pepe, ele nos chamou pra um jantar lá. - Ouvir Sabi falando aquilo me deixou com um pouco de ciúmes Pepe só me chamou lá pra desenpacotar suas coisas e elas pra um jantar? Finjo indiferença e devolvo a xícara cheia para a loira.

— Na Verdade ele convidou só a Sabi, mas ela me obrigou a ir junto. - Acho que isso faz mais sentido ele ta caidinho por ela desde que se conheceram.

— E aí a Sina obrigou o Noah a ir também.

— Claro eu não ia ficar de vela sozinha. - A loira refuta.

— Encontro de casais então - Posso ver o rosto das duas avermelharem e Sina quase se afoga.

— Amigos Any, apenas amigos, não tem nada de casal. - Ela se defende.

—  Se bem que... - Sabina começa dizer mas é interrompida por Sina.

— Se bem que nada Sabina, fica na sua. - Sina tenta fazer cara de brava mas consigo ver um sorriso no canto da boca. — E a Joalin? - Dessa vez é Sina quem tenta mudar de assunto.

— Foi dormir na casa do Bailey. - Bufo.

— Você não acha que pegou pesado demais? - Sabina se refere ao surto que eu dei uns dias atrás ao ver o filipino jogado de cueca no meu sofá.

— Talvez. - Isso é o máximo que ela vai tirar de mim, eu realmente exagerei, e muito, fiz ele ir embora daquele jeito, sem se vestir.

— Se eu encontrar o Josh seminu aqui vou poder fazer o mesmo então? - A cara de deboche da mexicana chega a me irritar.

— Já entendi ok eu vou pedir desculpa.- Pego a maçã de sua mão e saio da cozinha.

Subo até meu quarto pego o celular e envio uma mensagem pro filipino.

A: me encontra na sala de informática.

B: Estarei lá e de roupa. - Sei que ele quis ser grosso mas a única coisa que conseguiu foi me fazer rir.

Pego a bolsa e desço escutando as businadas da minha carona lá em baixo.

— Não vai com a gente? - Sina pergunta quando já estou na porta.

— Hoje não, encontro vocês lá, tá?- Ela acena com a cabeça.

Entro no carro e lá está ele me encarando sem muita reação.

— Tem tempo pra um café ?

— Já tomei. - Respondo num tom nada agradável.

— Fiquei feliz quando você aceitou a carona.

— Só fala logo o que você quer falar. - Coloco o sinto e fico olhando pra janela.

— Filha eu...

— Me chama de Any por favor. - Corto Julian ainda sem encara-lo.

— Se você prefere... Eu queria me reaproximar, você é minha filha, sangue do meu sangue.

— Engraçado como você não pensou nisso quando nos largou.

— Fi... Any eu errei eu sei, não espero que você me perdoe de uma hora pra outra mas eu queria ter a chance de tentar. - Ele arranca o carro.

— Por que isso agora? depois de todo esse tempo? Você sabe que eu não sou a única machucada dessa história.

— Porque te ver de novo me mostrou como eu sinto sua falta, quero recompensar todo esse tempo... e eu vou pedir perdão pra sua mãe também.

— Não tá esquecendo ninguém nessa história não? - Não sinto nem se quer vontade de chorar pela raiva que eu tô sentindo.

— Minha outra filha. - Outra filha ? ele não sabe nem se quer o nome dela.

— Isabelli, o nome dela é Isabelli. - Reviro meus olhos disfarçadamente, mesmo que ele não mereça o mínimo da minha educação, que por sinal não foi ele que deu.

— Quero conhecê-la. - Ele demonstra certa empolgação.

— Pra que ? Pra largar ela quando achar alguém melhor?

— Any Gabrielly chega, eu tô tentando mudar, você não vai me tratar desse jeito.

— Não é tarde demais pra você querer dar uma de papai? - Ele para o carro antes mesmo de entrar no estacionamento e as lágrimas escorrem pelo seu rosto.

— Eu sinto muito, eu realmente sinto. - A raiva continua em mim mas agora com a vontade de chorar, tiro o sinto e saio do carro, batendo  a porta com força, atravesso a rua na frente do carro e não me atrevo olhar pra trás.

Vejo Heyoon e Josh conversando de longe, eles não me vêem e eu finjo não ve-los também, estou andando sem rumo só pra tomar um ar mais aí lembro que marquei de encontrar Bailey.

(...)

— Oi. - digo meio sem graça.

— Ei tá tudo bem ? - Ele levanta da cadeira que estava sentado.

— Tá sim eu só...

— Any você não me engana, olha pra você, o que aconteceu? - Ele se aproxima ecoloca as duas mãos nos meus ombros enquanto eu encaro o chão.

— A gente era tão feliz Bailey, e mesmo assim ele nos trocou.

— Do que você tá falando?

— Nada esquece.

— Any...

— Meu pai ele me largou, e agora quer voltar pra minha vida como se nada tivesse acontecido, isso é justo ?

— Não, não é.  - Ele me abraça apertado enquanto passa os dedos pelo meu cabelo.

Ele Me deixa chorar em seu ombro sem dizer nada até sua camiseta molhar.

Escuto a porta abrir e fico com vergonha de me verem chorando, então fico ali com a cara enfiada no peito do filipino que me abraça com mais forca ainda.

— Ei tá tudo bem ? - A voz de Shivani me alivia por saber que era alguém conhecido.

— Tá sim. - Me afasto enxugando o rosto.

— Any pode contar com a gente sempre. - Ela segura minha mão e eu concordo com a cabeça.

— Bom mais eu vim aqui me desculpar ... eu exagerei com você, pode ir lá em casa quando quiser, só tenta ficar de roupa quando não estiver no quarto da Joalin por favor. - Shivani estoura na gargalhada.

— Fica andando pelado pela casa dos outros Bailey?

— Eu tava de cueca e não pensei que ninguém fosse chegar aquele horário tá. Mas eu prometo que sempre que me ver eu vou estar vestido. - Ele me encara.

— Te vejo lá em casa depois então. - Me despeço dos dois e vou pra aula que deve começar em alguns minutos.