🔥 ______ QUEBRANDO OS PADRÕES ______ 🔥

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Respiro fundo, vendo uma música eletrônica iniciar e a primeira modelo surgir no palco. Ela era mais gordinha, e usava um traje mais justo, sensual. Seus cabelos eram coloridos e ela sorria largamente. Eu odiava desfiles que as modelos eram sérias e só olhavam fixamente para o nada. Na minha empresa eu quis quebrar isso, e pedi, ou melhor, eu exigi, que elas demonstrassem alegria. E por mais que seja um trabalho, eu pude sentir que aquele sorriso era verdadeiro.

A próxima era magrinha, de origem albina, sem muitas curvas. Porém, a roupa escolhida, lhe dava um ar de elegância e presunção, algo que as mulheres têm potencial para exercer. Essa ideia de poder e que elas podem fazer o que bem querem, sem ninguém ter que opinar ou exigir nada.

O próximo era um homem, alto, negro, cabelos afro e musculoso, porém, ele trajava um cropped, deixando seu abdômen de fora, e uma saia longa, rodada.

As expressões das pessoas eram indecifráveis. Eu não sabia dizer se estavam gostando ou não, mas se mesmo que esse desfile seja um desastre, eu vou me sentir realizado do mesmo jeito, pois transpassei meus sentimentos e meus ideais naquele desfile.

Logo em seguida, veio uma linda mulher negra, transsexual, trajando um vestido longo, de tecido mais quente, porém, um pouco transparente, deixando sua sensualidade solta. Ela tinha olhos claros e longos cabelos castanho feito em um dread maravilhoso.

O desfile se seguiu como planejado: misto e colorido. Tamanhos, cores, raças, estaturas, tudo diferente e ao mesmo tempo tão igual. Homens mais gordos, outros mais sarados, mulheres baixas, outras mais altas... enfim.

Olho para Castiel, que estava estático, assistindo ao desfile sem mexer um músculo sequer.

— Castiel... — Chamo, e precisei chamar uma segunda vez para ele me olhar.

— Oi?

— Acha que o desfile ficou... desconexo? — Pergunto, preocupado. Ele riu, nervoso, negando.

— Desculpa, eu não sei o que dizer. Eu realmente não esperava esse tipo de desfile. — Comentou, contribuindo para aumentar meu nervosismo.

— Ficou muito ruim?

— O quê?! Não! Flynn, foi genial! Estou cansado de assistir desfiles padronizados e mostrando uma única beleza. Você juntou um pouco do mundo inteiro aqui. Ficou incrível! — Ao ouvir aquilo pude respirar um pouco.

— E as roupas? Ficaram boas? — Castiel sorriu, acariciando meu rosto e me roubando um selinho. Aproveitador!

— Claro que ficaram, Flynn. Paixão, ficou tudo perfeito! Quem não gostar, é um favor que faz a você sumindo daqui. Quem não admirar seu trabalho, é porque não tem a mente aberta e muito menos captar as belezas diversas.

— Papinho idiota! — Minha avó exclamou, chamando minha atenção. — Isso está horrível. Não tem classe, não tem beleza e muito menos uma conexão. Esta uma bagunça e ficou um horror! Boa sorte com a sua falência total! — Ditou, se levantando e se retirando dali. Suspiro, preocupado. Eu não sabia o que esperar. Castiel poderia ter a mesma visão que eu, mas também poderia ser somente nós dois a notar isso.

Ao final do desfile, eu respirei fundo, me levantando e subindo para o palco, recebendo uma chuva de aplausos dos convidados. Pego o microfone, aguardando os aplausos cessarem.

— Boa noite a todos que estão presente. Primeiramente, quero agradecer a cada um que está aqui, e que contribuiu para que esta noite acontecesse. Aos funcionários que deram duro por meses para esta coleção de inverno existir, e pelo amor e compreensão a todos os acionistas que concordaram e nos apoiaram neste novo rumo que a Empresa L. tomou. Como... todos sabem... infelizmente os fundadores da empresa sofreram um acidente trágico, que... infelizmente lhes tirou a vida... — Suspiro, prendendo as lágrimas. Hoje eu não podia chorar. — Mas eu sei, e eu acredito, que eles estão em um lugar melhor agora e torcendo por mim. E eu quero deixar claro que se não fossem por eles, pelos meus pais, eu jamais estaria aqui, agindo sem medo e tendo a força para ser quem sou de verdade. Por isso, nem eu, e eu tenho certeza que nenhum dos funcionários é amigos vão esquecer tudo que eles fizeram por esta empresa que obtém tanto prestígio graças ao esforço deles. Por isso, dedico este desfile aos meus pais, e a minha irmã pequena, que acabou partindo junto com eles. — Declaro, recebendo aplausos e assobios.

Suspirei, sorrindo, sentindo meus olhos marejados.

— De antemão, quero deixar claro a importância de exaltar toda a beleza que este mundo nos proporciona. Não temos um único padrão de beleza. Temos uma diversidade imensa, e que eu tenho certeza que a maioria nunca fora explorada. Eu quis trazer aqui, e mostrar um pouquinho dessas belezas espalhadas pelo nosso planeta. Temos gêneros, sorrisos, corpos, cores, e muitas outras características diferentes. Eu tenho certeza que vocês assim como eu, em frente à uma programação, desfile ou apresentação do que quer que seja, gostam quando são representados, seja pela sua cultura, cor, físico ou profissional. Então, eu espero que todos, ou ao menos a maior parte, tenha se sentido como se estivesse aqui em cima, desfilando nesse palco e mostrando sua beleza tanto interior como exterior. Pois o mundo seria muito chato se todos fôssemos iguais. — Todos aplaudiram de pé, chegando a me deixar emocionado.

Olho para Castiel, que sorria, aplaudindo também e assobiando. Eu ri, respirando fundo.

— Bem, quero aproveitar a ocasião para informar a todos que me enchem de perguntas nas redes sociais, e acabar de vez com as teorias e fofocas de alguns sites. Sim, estou noivo há algum tempo e quero oficializar isso para todos. Castiel, por favor. — Chamo, vendo ele sorrir, se levantando e subindo ao palco, abraçando minha cintura, beijando meu rosto. Pude notar um certo espanto de algumas pessoas, mas nada inesperado.

— Já tem uma data marcada? — Um dos convidados questionou, mas eu apenas sorri, afinal, já esperava esse tipo de pergunta.

— Eu prometo que em outra ocasião explicaremos tudo, mas por hora, eu quero pedir que mantenham o foco no desfile, e saibam que estou imensamente feliz de fazer parte dessa equipe maravilhosa de profissionais. A todos, meus mais sinceros agradecimentos. — Declaro, mais uma vez sendo aplaudido pelos convidados, enquanto me retiro do palco junto com Castiel. Só então pude soltar todo o ar que prendia, pegando uma taça de champanhe. — Agora sim eu preciso de uma bebida. — Falo, sentindo meu coração disparado. Castiel sorriu, batendo de leve sua taça na minha.

— Meus parabéns. Você estava... muito sexy naquele palco. — Sussurrou ao meu ouvido, o que me fez arregalar os olhos.

— Você só pensa em sexo, Castiel?!

— Quando eu olho para você... sim. Não tenho culpa se você fica sensual em cada momento da sua vida.

— Eu vou quebrar essa taça na sua cabeça se não parar de falar essas coisas! — Ameaço, tentando disfarçar o efeito que aquilo me causava. Castiel aproximou seu rosto do meu, chegando a me deixar sem jeito.

— Você está tão corado... me dá vontade de morder suas bochechas e beijar seu corpo todo, lentamente... — Sussurrou, de uma forma sensual, me deixando quente e certamente mais corado ainda.

— Castiel... — Murmuro, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele me beija com volúpia, pousando sua mão em minha coxa, subindo um pouco a saia e deixando seus dedos acariciando minha pele, esquentando meu corpo instantaneamente. — Castiel... não... — Murmuro, e ele se levanta rapidamente, me puxando pelas mãos.

— Vem comigo.

— Aonde vamos?

— Não importa aonde. Eu só preciso urgentemente de você! — Exclamou, me levando para os fundos do salão, invadindo um dos banheiros vazios e trancando a porta. Ele me colocou contra a parede, me beijando novamente e podendo agora apertar minha bunda por dentro da saia, me arrancando gemidos contidos.

— Castiel... precisamos voltar para a festa... E eu deixei claro que não iríamos mais... — Tento falar, mas ele me ignora, voltando a me beijar, me pegando pelas coxas e me deixando sentado sobre a pia, ficando entre minhas pernas.

Céus... como resistir a um pecado como esse?!

A MENTIRA MAIS VERDADEIRA - (Romance Gay) * MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora