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— Hm... Até gosto de um desafio. E o que seria? — Respiro fundo, buscando as palavras corretas para começar a falar.
— Sabe, eu estou com problemas familiares. Meus avós querem me tirar toda a herança que é minha por direito após meus pais morrerem. Eles não planejaram um testamento, então estou enrolado nisso até o último fio de cabelo para não perder tudo. Mas eu sou muito novo, para ter mais chances de herdar todos os bens, eu preciso ser bem estruturado e... ter alguém para me ajudar nisso. — Explico, mas ele continuava indiferente, e talvez, um pouco confuso.
— Olha, anjo, acho que procurou a pessoa errada. Não sou psicólogo. — Diz, o que me faz revirar os olhos.
— Olha, o que eu preciso, é de alguém que finja ser meu namorado ou meu noivo. É isso. Entendeu? De preferência, que entenda de financiamento e essas coisas chatas na qual eu sou péssimo. — Falo e ele ergue as sobrancelhas, parecendo agora entender o que eu queria.
— Aah... Então quer que eu finja ser seu noivo para conseguir ganhar na justiça e herdar toda a fortuna dos seus pais? — Concluiu e eu assenti. Ele se aproximou, como se fosse me contar um segredo. — E se descobrirem? — sussurrou, com um olhar divertido.
— Eu perco tudo. — Sussurro de volta.
— E se eu não aceitar?
— Eu perco tudo. — Falo e ele se ajeita, suspirando.
— Não é comum eu fazer esse tipo de trabalho, mas é interessante. Por quanto tempo?
— Um ano. — Respondo, meio receoso. Ele agora me olhou sério e surpreso.
— Um ano?! Desculpa, não sou tão disponível assim.
— Por favor! Eu te pago o dobro, mensalmente se preferir. Eu imploro que me ajude! — Peço, quase em desespero. Ele estalou a língua suspirando, pensativo.
— Minha condição: aceito com o dobro do preço por mês, e que eu continue com meus trabalhos no Club. Não vou deixar meus clientes para satisfazer somente você nessa sua briguinha de herança. — Nossa, quando ele queria ser rude... fazia com maestria.
— Contanto que a minha família não descubra, tudo bem. — Falo, dando de ombros. Ele assentiu, estendendo a mão.
— Fechado. — Sorri, apertando sua mão de volta. — E eu vou ter que... vir para cá? — Questionou, meio confuso.
— Você se importaria? — Pergunto e ele nega, sorrindo.
— Está brincando?! Olha essa mansão perto da praia! Lógico que não me importo. — Diz, o que me faz sorri forçado. Não havia um para se aproximar de mim que não fosse por interesse. Até a minha própria família é assim.
