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▫YRespiro fundo, passando para a próxima página do livro. Já se passava da meia noite e eu ainda estava na metade daquela porcaria. Gosto de ler. Mas leio por prazer, não por pressão.
— Ainda acordado? — Castiel chegou, entrando no quarto. Parecia cansado.
— Só por fora. — Rebato, o vendo sorri.
— Eu estou destruído, porém, morrendo de fome. — Disse, vindo em minha direção. — O que está fazendo?
— Trabalho da faculdade. Preciso terminar esse livro hoje e fazer uma resenha. Maldito substituto! — Reclamo, em um suspiro cansado.
— Bem, já que é assim, vou preparar um chocolate quente, alguns aperitivos e depois colocar um Lo Fi para relaxar enquanto recebe uma boa massagem. — Disse, nem esperando minha resposta. Apenas saiu do quarto, provavelmente indo para a cozinha.
Esse homem não existe!
De qualquer forma, volto minha atenção para o livro, anotando as partes mais importantes e de quebra dando minha própria opinião sobre ele.
Meia hora depois, Castiel retornou com uma bandeja repleta de comida: havia hambúrgueres, sucos, morangos, uma tigelinha cheia com brigadeiro de panela e o chocolate quente.
— Prontinho! É obrigatório experimentar cada uma das minhas receitas. — Ditou, me servindo o chocolate quente e um hambúrguer. Tinha tanta coisa naquele hambúrguer, que eu nem sequer imaginava o tinha ali.
— É muito pesado para essa hora da noite, Castiel. — Falo, o vendo dá de ombros, ligando a TV e colocando um Lo Fi.
— Quem se importa? Você é rígido demais! Uma vez na vida não vai te matar. — Disse, puxando uma cadeira e sentando ao meu lado. Suspirei, o olhando mais atentamente.
— Castiel... eu... não gosto de enrolação. Não sou pessoa de uma noite só. O que quer de mim? De verdade? — Questiono, parecendo pegá-lo de surpresa.
— Flynn, é muito cedo para dizer...
— Não, não é! — Rebato, o interrompendo. — Eu gosto de deixar as coisas o mais claro possível. Sei que está aqui por conta de um negócio maluco que inventei para salvar minha herança, e estou ciente que o que fizemos foi errado...
— Não, não foi! — Agora Castiel que me interrompeu, me olhando severamente. — Não é errado se ambas às partes consentem. Você também quis e gostou. Só porque está confuso, não venha me dizer que aquilo foi errado. Se quer saber, foi a coisa mais certa que eu já fiz...
— Como pode ter certeza? — Castiel suspirou, desviando o olhar e se recostando na cadeira giratória.
— Flynn, eu gosto do meu trabalho, gosto mesmo. Bem, talvez eu tenha me acostumado à essa vida. Mas eu sinto falta de um ar caseiro, entende? Todos os dias, a cada vez que abro os olhos, eu estou em um lugar diferente, com um estranho ao meu lado que logo ao acordar não me dá um bom dia, ou chama ao menos para um café da manhã. Apenas me paga e vai embora. É bom às vezes imaginar que tenho um lugar fixo, e uma pessoa em quem posso confiar, que posso conversar, cuidar, proteger... Mas quem iria querer namorar um garoto de programa? Quem ao menos respeitaria o meu trabalho? Me diz. Quem, Flynn? — Me calo, impossibilitado de dizer algo depois daquilo, e me sentindo realmente mal ao notar o que antes eu não percebia.
— Hm... bem... deve... deve haver alguém que um dia vai te aceitar assim... do seu jeito. Você é carinhoso, cuidadoso. Todos querem você, Castiel. Você chama atenção por onde passa.
— É carnal. Eu já consigo decifrar o olhar das pessoas quando me encaram. É com interesse, desejo, mas nada amigável ou amorosa. Às vezes eu me canso também...
— E eu te olho assim? — Questiono, chamando a atenção dele, que me olhou de forma doce, contornando um sorriso fraco em seus lábios.
— Não, baixinho. Você... é fechado, não se entrega facilmente. É tão focado em seus objetivos, que nem percebe o quão amoroso e doce você é.
— Eu?! Doce?! Certo, você definitivamente não deve atuar na área da psicologia. — Falo, voltando minha atenção para o livro. Ouço Castiel ri, girando minha cadeira de frente para si.
— Você é doce, é inteligente e tão interessante. Você foi o único que eu realmente imaginei estar ao meu lado todos os dias. Eu... me acostumei levantar cedo para te fazer café da manhã, pois precisar de energia para a faculdade. Me acostumei em te levar e buscar todos os dias, te vendo sair da instituição com o olhar tão preso nos livros e desinteressado do mundo afora. Me acostumei em acompanhar você na empresa e te ajudar com o que fosse preciso, e adorando ver a sua evolução como pessoa e profissional. Você não percebe, Flynn, que dessa vez, não foi eu quem chamou atenção, mas você, que chamou a minha. — Me calei novamente, perdendo a capacidade de falar qualquer palavra. Eu estava vidrado, preso em seu olhar, enquanto absorvia tudo que ele me dizia, querendo poder decifrar se era real ou papo furado. Mas ele sempre foi tão sincero, sempre tão espontâneo, que eu realmente me permiti acreditar nele naquele momento, naquelas palavras que nunca, ninguém, me disseram antes.
Eu me senti amado...
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A MENTIRA MAIS VERDADEIRA - (Romance Gay) * Mpreg
RomansaFlynn, não queria perder sua herança. Castiel, é atraído pelo dinheiro. Era o acordo perfeito...