8 - Victor Vi

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A Lua é testemunha de quanto me esforcei para dar-lhe o melhor de mim.

Depois das palavras de Gael, Nero cuidou-se para representar melhor o papel de marido apaixonado diante dos mais próximos. Esteve no mínimo mais fogoso, que para mim bastava. De resto, eu suportava. Teve épocas em que pensei em dar uma reviravolta e naquela época as ideias nasciam e morriam aqui dentro, pois eu nada fiz. Primordial era me desdobrar mais ainda para reconquista-lo. É massante isso, eu sei, rodei por muito tempo sem sair do lugar. Eu não aceitava a ideia de separação então assumia todos os erros desse relacionamento que só regredia.

Sete anos de casamento, dizem que começam as crises...

Para mim era balela, afinal a crise eu já tinha nas mãos. Portanto precisava reverter as coisas e estaria empenhado nisso. Feliz por ter recebido as férias e por ouvir do chefão Murilo que eu faria falta pelos vinte dias, eu saí radiante para o recesso.

Sabendo de suas preferências, premeditava várias situações onde qualquer outro homem sentiria-se no mínimo grato e eu não sentiria-me na obrigação. Nero, pelo menos no início adorava ser surpreendido, então receoso, planejei um jantar maravilhoso em nossa homenagem de sete anos aos trancos e barrancos.

Tanta ansiedade me fez acordar bem antes das seis horas e ficar programando tudo isso, tendo em mente sair cedo para comprar o corte adequado de carne, ingredientes do molho, tipo de vinho e salada leve que combinasse. Deixaria-me para a sobremesa, quando faria todas as suas vontades de macho safado. Sequer preocuparia-me com a roupa adequada, pois as que tinha estariam de acordo para um "encontro" caseiro a sós com meu marido. Achei que ele até mesmo as rasgaria na intenção de me "devorar". Tinha tudo para dar certo, pois Nero chegaria por volta das vinte horas quando eu tivesse finalizando. Tudo seria surpresa, claro. Mas... durante o café da manhã, que ele bebeu metade do conteúdo da xícara apressado e comentou comigo:

— Victor, hoje eu tenho reunião com dois possíveis compradores daquele galpão. Se passar das dez, pode ir dormir. Não me espere.

Carente eu tento chegar perto do seu peito e abraça-lo. Ele disfarça indo para o lado. 

— Espera um pouco. Toma café comigo, pelo menos...

— Eu como qualquer coisa na rua. 

— Posso te dar uma coisa antes que vá?

— Se não demorar.

Numa atitude ousada, eu me ajoelhei entre suas coxas grossas, afastando-as ainda mais para chegar bem próximo ao seu sexo, que com cuidado retirei de sob as vestes, abrindo o zíper, descendo a cueca abaixo do volumoso saco. O cheiro do homem misturado ao aroma do sabonete é um afrodisíaco forte, abre o apetite e atiça outros sentidos. Eu pretendia no mínimo dar-me o prazer de fazer meu companheiro gozar. Por isso o tomei na boca ainda sem qualquer sinal de ereção e demorou certo tempo para ele "acordar", ganhar volume e uma deliciosa dureza. Apertava meus lábios junto com o ato de chupá-lo até que Nero exprimisse seus primeiros palavrões, seus suspiros mais fortes e finalmente participasse puxando minha cabeça e em seguida literalmente fodesse minha boca, até que eu reclamasse com a violência daquilo. Eu só podia implorar pelo fim do ato com o olhar molhado por lágrimas que acompanham os engasgos de sons gorgolejantes de ânsias de vômito quando a úvula era agredida sem piedade. 

— Porra... — ele fechou os olhos, repetiu alguns palavrões e inundou meu paladar com seu sêmen grosso que eu não esperava que fosse despejado em minha boca, essa boca que desejava um beijo seu. Nero estremeceu, riu e fez um sinal para eu me levantar.  Logo ajeitou-se nas calças e tomou um gole a mais de café. — Preciso disso todas as manhãs. 

Victor VitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora