11 - Victor Vitór

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E de novo, porque estou jogada numa cama?

Quarta-feira é dia namorar e preciso arrumar um esquema para hoje. A balconista da farmácia bastante masculinizada me atraiu muito, acho que verificar a pressão seria uma boa desculpa para puxar assunto. Pensar naquele jeito bem machinho malandro dela me dá uma sensação boa aqui embaixo onde faço descer minhas mãos até a brasa acesa do tesão noturno...

A masturbação é uma prática relaxante. 

OH! Eu tenho um pau! 

Eu tenho um pau? 

Não! 

Sim, claro que eu já sabia disso. 

Estive muito confusa no meu despertar, pois estive muito relacionada com o Victor. Quase não me dei conta que mesmo possuindo um aparelho reprodutor masculino, ainda assim sou ELA. Deus como isso é louco! Que estranha existência a minha! 

E porque lembro de coisas e ele não? O que estou fazendo? Sem tempo para divagar quando tenho um assunto a resolver! Jogo a coberta para o lado e sigo o barulho do chuveiro, não sem antes fazer uma coisinha.

— O que foi?

Nero abre o box e completamente pelado caminha fazendo uma trilha de água até sua toalha. Me olha de canto quando me coloco de braços cruzados em frente à porta do banheiro. O ordinário seca seu corpo avantajado antes de colocar a toalha na cintura. Pelado até que fica muito bom. Moreno. Gosto. Entroncado. Gosto. Mas seus pelos me dão agonia. Preferia liso e mais esbelto, adoro meninos mais magros e menos brutos. Amo aquele jeitinho pintoso do Gael, super combina comigo. E Nero tem uma pequena saliência no abdômen de homem sossegado. Não dou dois anos para essa saliência virar uma pança ridícula.

— Eu que pergunto! Explique melhor o absurdo que dizia ao Victor sobre um encontro. Separe-se primeiro, depois pode convocar a torcida do Flamengo inteira para comer vocês.

— Ah Jesus, outra vez você fazendo isso. Victor. Victor. Victor. É até divertido esse joguinho, se fosse há dois anos que tivesse essa ideia, quem sabe eu não entrava na brincadeira.

— Brinca... Está claro que não sou Victor. Sou uma mulher. Vitória.

Nero chega muito perto e com as mãos em meus braços vira-me para o espelho, passa a toalha de rosto no mesmo e diz:

— Olha bem. Está vendo uma mulher aí? Tem problemas de pelo na face, "moça"? Ou faltou dinheiro para comprar um prestobarba?

— É óbvio que sou mulher! Belíssima por sinal. Meio mal cuidada. Mas quanto ao corpo não significa nada por que vou revolucionar tudo por aqui. Victor é o seu ex e eu, Vitória Salazar sou uma mulher, entendeu?

— Não estou entendendo nada.

— Me solta. E por favor, sem me fazer ameaças, pois não o aconselho a me irritar. Estou num humor nefasto.

— Victor! Já falei: Pare com isso! É a última vez que aviso.

— Vitória.

— Sim, sim. Vitória. — ele debocha. — Dá uma licença minha "senhora".

Dou a descarga, abro a tampa e confiro se despachei "as coisas" corretamente. Passo por ele que me olha com seu semblante calmo de quem domina sempre essa relação falida.

Sento-me na cama e abro um livro que Victor estava lendo, A Gênese, logo Nero entra na suíte e joga a toalha na cama sobre meu pé direito. Com o mesmo pé eu a estico e jogo ao chão.

Victor VitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora