17º Capitulo

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Margaret Houston chega ao escritório com algumas sacolas na mão com os nomes das grifes como Chanel, Gucci, Prada e Louis Vuitton. Ela se manteve ocupada pelo tempo que esteve aqui.

Minha mãe está muito bem arrumada com um vestido cinza escuro e um cinto preto fino envolvendo sua cintura, um colar de perolas e uns óculos escuro quadrado que escondem os seus olhos verdes. Ela usa pouca maquiagem porque sua pele já é bastante clara mas seus lábios têm uma cor rosa clara. Seu cabelo, que é de um castanho médio, está preso em um coque bagunçado que deixa algumas mechas soltas.

Eu me levanto e vou até ela, que coloca as sacolas no chão e abre os braços para mim.

-Eu estava com tantas saudades de você, meu bebê. -sua voz é bastante melosa, mas ao invés de odiar o seu tom de voz eu o aprecio . Meus olhos chegam a marejar, mas eu me contenho porque tenho medo que se começar a chorar agora, não vou conseguir parar tão cedo.

Eu não respondo nada porque o meu silêncio já diz o quanto senti a falta dela.

-Será que eu posso abraçar ela agora ?-Júlia diz ao me cutucar e eu percebo que estava abraçando minha mãe por um tempo bem longo.

-Claro !-solto minha mãe um pouco relutante, mas ao ver o olhar de Júlia se iluminar sinto alegria em compartilharmos a mesma mãe, mesmo que não seja pelo sangue.

-Senti sua falta Margaret. -Júlia envolve seus braços ao redor de minha mãe, que já se prepara para repreendê-la.

-Quantas vezes eu já lhe disse para me chamar de mãe ? -ao pegar o rosto de Júlia em suas mãos e encara-la com os olhos suaves ela diz  -Você é minha filha, o sangue não importa, a única coisa que importa é o jeito que nós nos sentimos.

Sinto as lágrimas voltarem a se acumular nos meus olhos e sei que acontece mesmo com Jú porque ela afunda o rosto no pescoço da nossa mãe e funga baixinho.

Minha mãe tem essa capacidade estranha de mesmo sem querer ela consegue nos tocar tão fundo que nossas emoções ficam a flor da pele. Sempre saber a coisa certa a se dizer e um dos dons dela.

-Ei, eu não vim aqui pra fazer ninguém chorar .-ela sorri ao acariciar o cabelo da Jú mas seus olhos não mentem porque eles também estão marejados de lágrimas.

Decido interromper o momento porque mais um minuto daquilo e eu estarei caída no chão de joelhos, chorando até os meus olhos pra fora.

-Tudo bem, vamos parar com isso. Vamos lá gente, isso aqui era pra ser um encontro feliz não um mar de lágrimas. -Jú começa a rir e solta Margaret para me encarar.

-Eu te conheço muito bem, você só quer que nós paremos de chorar para que você também não chore. Está tudo bem deixar vazar um pouco de lubrificante dos seus olhos de vez em quando Mulher de lata. -todas nós começamos a rir da piada e voltamos a nos sentar.

-Quando a senhora chegou ?-digo passando a mão nos olhos para livra-los tanto das lágrimas do momento triste quanto da minha risada incessante.

-Ontem à noite.

-Ah! A senhora aceita um pouco? - eu lhe ofereço a comida e ela pega de minhas mãos agradecendo com um sorriso e um aceno de cabeça.

-Obrigada !

-Quanto tempo você pretende passar na cidade Maggie?- diz Júlia entre garfadas de comida. Eu não sei como ela consegue comer tanto, eu mal consegui comer metade do que ela me entregou.

-Eu ainda não sei, acho que volto para Connecticut amanha. Eu só vim para visitar vocês duas, a agitação dessa cidade é exaustiva para alguém da minha idade.

Totalmente Confuso ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora