O Peso da Verdade

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- Hinata, levanta! - A voz de Hanabi cortou o silêncio do meu quarto, firme e irritada. Ela sacudia meu corpo com força, como se fosse possível me arrancar do torpor com um simples movimento.

- O que foi? - Respondi, ainda sonolenta. A cama, com suas cobertas aconchegantes, me mantinha presa a um estado de conforto que eu não queria abandonar. O toque frio do ar pela janela apenas aumentava a sensação de desejo por descanso.

- Precisamos conversar. - Ela disse, com um tom sério, enquanto caminhava pelo quarto a passos pesados. Abriu as cortinas com um movimento brusco, permitindo que a luz da manhã invadisse o ambiente, fazendo meus olhos arderem.

Eu me espreguicei, tentando afastar o sono, mas a pressão da situação me impedia de relaxar. Olhei para ela, completamente atordoada, e senti um frio na espinha. Algo estava errado, algo na maneira como ela me observava fazia meu coração bater mais rápido. Como se eu fosse uma prisioneira, esperando ser interrogada.

- Sério que você quer conversar comigo agora? - Perguntei, minha voz ainda baixa, embargada pelo cansaço. Queria apenas me perder nos meus próprios pensamentos, mas o olhar de Hanabi, intenso e cheio de preocupação, fez-me levantar de vez. Eu não estava mais na segurança da minha cama, mas no centro de algo que parecia muito maior do que eu podia controlar.

Ela parou na frente da cama, me observando com atenção, como se procurasse algo em meu rosto, algum sinal que explicasse o que estava acontecendo. Seus olhos estavam carregados de uma seriedade quase dolorosa, e eu sabia que ela não sairia dali até que tivesse uma resposta. Era como se ela soubesse, sem eu dizer uma palavra, que havia algo errado.

- O que está acontecendo? - Ela insistiu, a dúvida agora clara em sua voz. Eu podia ver a preocupação estampada em seu rosto. Ela não estava apenas curiosa, mas genuinamente aflita.

Eu fiquei em silêncio, olhando para ela, e a resposta não vinha. Como explicar? Como colocar em palavras o caos que se passava dentro de mim? O que eu sentia por dentro era uma mistura de dor e confusão. Nada do que eu dizia parecia real, tudo parecia uma mentira, e a cada palavra que saía da minha boca, eu me sentia mais perdida.

- Faz dois dias que você está em casa, não sai com seus amigos, não foi ver o Naruto, nem deu um passeio pela vila - ela me observava com uma intensidade que eu não conseguia desviar. Eu sabia que ela estava certa, eu estava isolada, mas não sabia como explicar. Eu não sabia nem o que dizer a mim mesma. - Você ficou isolada aqui, no clã, sem nem sequer aparecer para a academia. Está tudo bem, mas me diz, o que aconteceu?

O que aconteceu? Essa pergunta ecoava na minha mente. Eu não conseguia entender como tinha chegado a esse ponto. Todos os dias pareciam se arrastar de uma maneira estranha, como se eu estivesse presa em um loop, repetindo os mesmos gestos, as mesmas palavras, sem sentido. Estava exausta, sim, mas não era só isso. Algo dentro de mim estava quebrado, algo profundo e doloroso que eu não conseguia colocar em palavras.

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