CAPÍTULO 7- ZOEY

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CAPÍTULO 7 – ZOEY
-Zoey, você me ouviu?
Percebi que enquanto eu estava escovando Persephone freneticamente. Lenobia tinha entrado
na baia e falado comigo. Bem, quero dizer, eu reparei que ela havia dito alguma coisa em voz alta para
mim. Mas eu não ouvi o que ela disse de fato. Suspirei e me virei para encarar a Mestra dos Cavalos,
encostando-me no dorso quente e robusto da égua, tentando extrair calma e energia da sua presença
familiar. - Não, desculpe. Eu não estava prestando atenção. Estou muito distraída. O que você disse? -
Eu perguntei o que você sabe sobre esse garoto Aurox. - Nada, exceto que eu posso jurar a você que
ele não é só um garoto - respondi. - Sim. Já estão se espalhando no campus que ele é um transmorfo.
Senti meus olhos se arregalarem de verdade. - Serio? Essas coisas existem? Como Sam e sua mãe
grosseirona e louca e seu irmão? - Sam? - True Blood - eu expliquei. - Eles são transmorfos. Eles podem
se transformar em qualquer coisa que eles vêem. Eu acho. Mas imagino que eles não podem se
transformar em objetos inanimados. Caramba, eu preciso ler esses livros para entender a coisa direito.
Enfim, de novo, essas coisas existem?
- Ah, eu não vejo TV. Nunca adquiri esse habito. Também vou ter que ler os livros de True
Blood. - Na verdade, os livros chamam As Crônicas de Sookie Stackhouse e foram escritos por uma
autora humana legal chamada Charlaine Harris - percebi o olhar de Lenobia e acrescentei rapidamente.
- Desculpe, não é sobre isso que você quer falar. Qual é a questão? - Minha questão volta para a
pergunta anterior, existe um monte de coisas por aí, tanto neste mundo como no Mundo do Além. Eu
engoli em seco. - Sei disso. Principalmente a parte do Mundo do Além. - Isso posto, muitas culturas
têm evidências de transmorfos nas suas lendas e na sua mitologia. Isso é um índice de que pelo menos
algumas dessas historias devem ser baseadas em fatos reais. - Não consigo imaginar se isso é bom ou
mau - eu disse. - Acho que é melhor que podemos esperar é que eles sejam como nós, bons ou maus
dependendo de cada individuo. O que me leva à minha próxima pergunta. Junto com os boatos sobre
Aurox e sua capacidade de pelo menos parecer ser capaz de mudar de forma, estão dizendo que você
teve uma reação muito forte a ele. É verdade? Senti minhas bochechas se esquentando. - Infelizmente,
sim. Fiz papel de idiota na frente da maioria da escola. De novo. - Por quê? Se você sabe melhor do que
ninguém como Neferet pode ser perigosamente manipuladora, por que você iria confrontá-la
publicamente dessa forma? - Porque eu sou uma retardada - respondi desolada. - Não - ela sorriu
gentilmente. - Você definitivamente não é uma retardada, e é por isso que eu quis falar com você
sobre isso. Sozinha. Acho que você deve disfarçar sua reação a Aurox, talvez mesmo para os seus
amigos mais próximos. Guarde o que você está sentindo para você mesma. Faça cara de pôquer. - Cara
de pôquer? Desculpe, eu só sei jogar Candyland.
. Candyland é um jogo de tabuleiro simples, muito popular nos EUA, que pode ser jogado por
crianças pequenas. (N.T.)
- Fazer cara de pôquer significa controlar a sua reação sobre o que você está vendo e como você
se sente sobre isso, de modo que ninguém que a esteja observando perceba nada. - Por quê? - agora
ela realmente tinha conseguido a minha atenção. Não era típico de Lenobia ( ou de qualquer vampiro
sensato) pedir a um novato para guardar seus segredos. Os olhos dela encontraram os meus e eu fiqueinovamente espantada com a cor cinza incomum deles. Era como se ela represasse nuvens de
tempestade dentro deles. - Eu aprendi muito jovem que o mal às vezes gosta de se gabar, mesmo
quando seria melhor uma atitude mais discreta. Pela minha experiência, a verdadeira batalha das
Trevas não é contra a Luz e a força do amor, de verdade e lealdade. Acho que a maior ameaça ao mal
vem do seu próprio orgulho, arrogância e ganância. Nunca vi um brigão que não tripudia ou um ladrão
que não se vangloria. É por isso que eles acabam pegos. As Trevas poderiam realizar muito melhor seu
trabalho destrutivo se fossem, digamos, mais circunspectas. - Mas é da natureza das Trevas se gabar e
tripudiar, então as Trevas percebem quanto alguém chama atenção para as suas ações e tal - eu disse,
finalmente entendendo o que ela queria dizer. - O que significa que, quando alguém que está lutando
pelo bem fica quieto, observa e espera pelo momento certo para agir, o mal é pego desprevenido. - E é
pego despreparado para a força que vem da honestidade, da serenidade e da determinação serena -
Lenobia completou. Respirei fundo, olhei em volta para ter certeza de quem ninguém estava
espreitando fora da baia de Persephone e então falei em voz baixa para Lenobia: - No instante em que
eu vi Aurox, minha pedra de vidência esquentou. Nas duas vezes em que isso aconteceu antes, a magia
antiga estava presente - eu hesitei e então admiti. - Na noite passada, eu olhei através da pedra de
vidência e vi uma coisa estranha em volta de Stark. Isso me assustou. - O que Stark disse sobre isso? -
Eu, ah, não contei para ele. -Não? Por quê? - Bem, primeiro porque na hora ele me distraiu - continuei
apressada, sabendo que eu estava ficando vermelha. - E desde então eu não sei por que eu não disse
nada - pensei então na quase briga que havíamos tido a caminho da escola. - Não, espere, eu sei por
quê. Desde toda aquela historia do Mundo do Além, as coisas entre mim e Stark não são as mesmas.
Em parte isso é bom, estamos realmente mais próximos. Mas em parte é estranho também. Lenobia
concordou com a cabeça. - É compreensível. Uma experiência dessa magnitude pela qual vocês dois
passaram deve mesmo mudar a dinâmica de um relacionamento. E ver de relance alguma magia antiga
ligada a Stark pode ser simplesmente um resquício do período em que ele ficou no Mundo do Além -
ela sorriu. - Imagino que, se você pudesse olhar através da pedra de vidência para sim mesma, poderia
ver... - Ah, de jeito nenhum! Não quero ver nada pairando em volta de mim! O sorriso de Lenobia se
esvaeceu. - Você pareceu amedrontada. - Estou apavorada, sem dúvida. Acho que já estou farta de
magia antiga, do Mundo do Além e de todas essas coisas por um bom tempo. - Ah, entendo. Se Aurox
carrega traços de magia antiga, é por isso que a presença dele te afeta tanto. - Ele definitivamente me
faz sentir esquisita, mesmo antes de eu vêlo se transformar em um touro. - Esquisita? Como se você
tivesse com medo também? - É, mas eu também tive uma sensação estranha de surpresa, como se a
minha intuição estivesse vendo algo que a minha mente não conseguiu captar. E então eu fique super
ansiosa. Tem alguma coisa errada com aquele cara, Lenobia, e é uma coisa muito, muito antiga. - Mas
você sabe que ele parece um adolescente bonito para o resto do mundo? -Sim, eu acho - então eu
bufei. - Gostaria de levá-lo até Skye e descobrir o que aquela parte do resto do mundo vê quando olha
para ele. - Sua pedra de vidência veio de Skye? -Sim, a rainha deu a pedra para mim. Ela disse que, se
houver magia antiga por perto quando eu olhar através dela, posso vê-la - pensei e Stark, em vultos e
em coisas arrepiantes. - Lidar com o que eu posso ver com meus próprios olhos é mais que o bastante
para mim. Não quero mais olhar através da pedra de vidência de novo - balancei a cabeça,
envergonhada da minha fraqueza. - Desculpe. Sou tão criançona. Eu não deveria estar com tanto
medo. Eu deveria ter olhado para Aurox através dessa pedra idiota. - E o que teria acontecido se você
tivesse visto algo terrível? Todo mundo que olha através da pedra pode ver a magia antiga? - Não -
enxuguei lágrimas nas minhas bochechas. - É um dom que só algumas Grandes Sacerdotisas têm. -
Então, se você tivesse visto algo das Trevas através da pedra, contasse para todo mundo e dependesseda pedra para mostrar a todos o que você estava vendo, você não teria nenhuma prova real? - Sim, é
isso aí. Eu estaria e estou ferrada. - Não, você foi sabia de ouvir seus instintos. Algo está muito errado
com esse fantoche de Neferet. Você percebeu isso no mesmo instante em que o viu, e por causa disso
você não podia ficar lá parada, de boca fechada, fingindo ser uma garota insípida. Tomei nota
mentalmente para me lembrar de procurar "insípida" no dicionário ou pedir para Damien uma
definição rápida da palavra. Lenobia não havia acabado. Ela continuou a falar seriamente: - Quero que
você passe algum tempo pensando em Aurox. Preste atenção em como se sente e exatamente o que
você percebe na próxima vez que você o vir; mas repare nessas coisas em silencio. Mantenha sua cara
de pôquer. Não deixe ninguém saber o que está se passando por baixo dessa linda fachada de
adolescente. - Você não acha que eu devo olhar para ele através da minha pedra da vidência? - Não até
que deixe de ter tanto medo do que pode ver. Quando seus instintos disserem que é a hora certa,
então, só então, você deve olhar. - E sobre Stark? - perguntei sem fôlego. - Stark está comprometido
com você e com nossa Deusa. Acho que é uma coisa boa a magia antiga estar ligada a ele. Pare de se
preocupar com o seu guerreiro, ele pode sentir e isso não vai fazer bem para ele.
- Sim, ok, isso faz sentido. Então, o fato de eu estar super aliviada por não precisar olhar através
da pedra da vidência não faz de mim uma criançona ou uma covarde? Ela sorriu. - Não, nem uma
retardada. Você é uma Grande Sacerdotisa Novata, a primeira da historia, e você está simplesmente
tentando encontrar seu caminho em um mundo muito confuso. - Você é realmente sábia - eu afirmei. -
Não, eu só sou muito velha. Então eu ri junto, pois, apesar de eu saber que ela tinha uns cem anos,
Lenobia parecia ter uns trinta. - Bem, você parece ter uns vinte e poucos anos - eu menti. -, o que faz
de você seja apenas velha, e não muito velha. - Vinte e poucos anos! Com essa sua habilidade de
dissimular, você vai se sair muito bem guardando seus pensamentos sobre Aurox para si mesma -
Lenobia disse. Então eu juro que ela deu uma risadinha típica de adolescente, o que realmente a fez
parecer super jovem. - Vinte e poucos! Eu não tenho essa idade há mais de dois séculos! - Qual é o seu
segredo? Botox e injeções labiais? - eu perguntei, dando risadinhas com ela. - Sangue B negativo e
protetor solar - ela respondeu. - Ei, você, desculpem interromper - a cabeça loira de Stevie Rae
apareceu na nossa visão quando ela espiou dentro da baia. - Você não está interrompendo, Stevie Rae
- Lenobia disse ainda sorrindo. - Venha, junte-se a nós. Estamos apenas falando sobre como envelhecer
bem. - Minha mãe sempre diz que oito horas de sono por dia, beber muita água e não ter nenhum filho
é uma receita anti-idade melhor do que qualquer uma que um médico ou a L'Oreal possam inventar -
ela abriu o sorriso para Lenobia e então deu um olhar preocupado para Persephone. - E obrigada por
me convidar para entrar, mas vou ficar aqui fora. Não gostamos muitos de cavalos. Sem ofensas; eles
são muito grandes. - Sem problemas - Lenobia respondeu. - Os guerreiros precisam de algo?
- Não. A arena é ótima para as aulas. Eles estão tendo um monte de diversão masculina, o que
significa que eles estão se batendo com espadas de madeira e disparando flechas nas coisas enquanto
gritam bastante - nós três reviramos os olhos. - Mas o seu cowboy está aqui, então eu vim buscar você.
- Meu cowboy? - Lenobia pareceu totalmente confusa. - Eu não tenho um cowboy. - Bem, ele só pode
ser seu, pois ele acabou de aparecer dizendo lá na entrada do curral com um trailer de cavalos gigante
dizendo que ele estava se apresentando para o trabalho e perguntando onde ele podia descarregar
suas coisa - Stevie Rae explicou. Lenobia soltou um longo suspiro. Obviamente irritada, ela disse: -
Neferet. Isso é obra dela. Ele é o primeiro dos humanos locais que ela contratou. - Eu não entendi o
que Neferet está armando - Stevie Rae falou. - Sei muito bem que ela odeia humanos e não liga a
mínima se o povo local gosta ou não do fato de a gente estar aqui. - Neferet está querendo causarproblemas - afirmei. - E ela começou comigo porque sabe que eu estou do lado de vocês - Lenobia
concluiu. - Caos - quando eu falei a palavra, senti como era verdadeira. - Neferet que causar o caos nas
nossas vidas. - Então vamos dar boas-vindas ao cowboy, fazer que ele se sinta em casa e mostrar como
trabalhar nos meus estábulos pode ser nãocaótico e totalmente maçante. Se nós fizermos isso, talvez,
e apenas talvez, ele resolva se mudar para pastagens mais excitantes e Neferet volte a sua atenção
para outro lugar. Como se estivesse em uma missão, Lenobia marchou para fora da baia de
Persephone. Stevie Rae e eu trocamos olhares. - Não vou perder isso de jeito nenhum - fiz uma carícia
de despedida no dorso quente de Persephone e atirei a escova de cavalo dentro da cesta cheia de
tachas. Stevie Rae entrelaçou seu braço ao meu enquanto seguíamos Lenobia. - O que eu não contei a
Lenobia é como o cowboy dela é incrivelmente fofo - ela sussurrou para mim.
- Sério? - Espere e verá. Agora eu estava super curiosa e apertei o passo, quase correndo pela
areia da arena e apenas acenando rapidamente para Stark, que estava entregando um arco para
Rephaim. Stevie Rae tentou jogar um beijo para ele, mas eu a mantive em movimento, então
basicamente tudo o que ela fez foi dar uma risadinha e acenar. Tentei ignorar o olhar zangado de Stark
e me concentrar em não deixar transparecem nenhum dos sentimentos curiosos, excitados e
totalmente confusos que eu estava tendo. Eu não sabia muito bem por que, mas não queria de modo
algum que Stark ficasse me perguntando coisas sobre Aurox. - Ali, lá está ele. O não-vampiro alto, com
um chapéu de cowboy, perto da porta - Stevie Rae apontou para as amplas portas laterais da arena.
Elas estavam levantadas. Logo do lado de fora, havia um grande trailer de cavalos e uma daquelas
caminhonetes enormes que os caras de Oklahoma tanto gostam de comprar, de dirigir e de
praticamente morar dentro. Em pé na frente do trailer, havia um homem super alto. E Stevie Rae
estava totalmente certa. Ele era mesmo muito bonito, mesmo para um cara mais velho. - Ele pareceu
alguém que poderia estar no Western Channel - eu afirmei. - Fazendo o papel de um daqueles cowboys
heróis dos velhos tempos. - Sam Elliott, é com ele que o cowboy se parece. - Quem? - olhei para ela
com cara de interrogação. Ela suspirou. - Ele está em um monte de filmes de cowboy. Você sabe, como
Tombstone - A Justiça Está Chegando. - Você assiste filme de cowboy? -Eu assistia, com minha mãe e
meu pai, principalmente aos sábados à noite, antes de ir para a cama. E daí? - E daí nada. - Não conte
para Aphrodite - ela disse. - Não conte o que para Afrodite- Aphrodite perguntou.
Stevie Rae e eu demos um salto quando ela pareceu se materializar do ar atrás de nós. - É feio
assustar os outros e ficar espionando por aí - eu a reaprendi. - Eu não faço isso. Sou naturalmente
graciosa. É porque eu tenho ossos delicados - ela respondeu. Então ela virou seu olhar azul gelado para
Stevie Rae. - De novo, não conte o que para Aphrodite? - Que o cowboy de Lenobia é super gostoso -
Stevie Rae tentou despistar. Aphrodite olhou para Stevie Rae de um jeito que dizia que ela mentia
muito mal, o que era verdade, mas o seu olhar foi logo capturado pela silhueta de ombros largos do
homem. - Aaaaah! Aquele é o... - Empregado de Lenobia - eu completei para ela, apesar de Aphrodite
não estar prestando a menor atenção em mim. - Ele deve trabalhar para Lenobia. - Ele é gostoso -
Aphrodite disse. - Não tanto quanto Darius, mas ainda assim GOSTOSO. - Eu falei para vocês. E ele é
tão alto que faz Lenobia parecer ainda menor do que é. Enquanto Stevie Rae, Aphrodite e eu
. Western Channel é um canal de TV norte-americano especializado em filmes de faroeste.
(N.T.)andávamos por ali como quem não quer nada até atingir uma distância em que podíamos ouvir,
e tentávamos, sem sucesso, não parecer tão obviamente embasbacadas, o cowboy tocou seu chapéu
em cumprimento para Lenobia e, com um sotaque anasalado típico de Oklahoma, disse: - Olá,
madame. Sou o novato treinador do estábulo. Agradeço se me indicar o homem responsável por aqui.
Não pude ver o rosto de Lenobia, mas a observei endireitando as costas. - Xiii... - Stevie Rae sussurrou.
- E lá se vai toda aquela coisa de boas-vindas calorosas - eu disse com um tom de voz suficientes
apenas para Aphrodite e Stevie Rae ouvirem.
- O John Wayne simplesmente acabou de ferrar com tudo - Aphrodite comentou. - Sou Lenobia
- sua voz chegou facilmente até nós. Não achei que ela soou irritada, mas sim como uma tempestade
de gelo. - Eu sou a mulher responsável por estes estábulos e a sua nova chefe - houve uma espécie de
silêncio desconfortável quando Lenobia não ofereceu a mão para ele apertar. Brrr - Aphrodite
sussurrou. - Ela acabou de me lembrar minha mãe, e para o John Wayne isso não é nada bom. Sam
Elliott - Stevie Rae sussurrou de volta. Aphrodite franziu a testa para a minha melhor amiga. Eu contive
um suspiro desanimado. - Ele não se parece nem um pouco com John Wayne - ela continuou,
sussurrando alto. - Mas ele é idêntico a Sam Elliott. - Você assistiu a muita TV aberta quando era
criança, provavelmente depois do jantar com sua família aos sábados à noite. Patético - Aphrodite
balançou a cabeça em sinal de repúdio para Stevie Rae. Eu fiquei pensando o quanto era bizarro o fato
de que Aphrodite tivesse acertdado coisas sobre a família de Stevie Rae, quando nós três voltamos
nossa atenção para o show do Cowboy. O homem tocou novamente seu chapéu para cumprimentar
Lenobia, sorriu e desta vez pude ver, mesmo da distância em que estávamos, que os olhos dele
brilharam. - Bem, madame, parece que me deram informações erradas. Fico feliz que tudo foi
esclarecido rapidamente. Meu nome é Travis Foster. Prazer em conhecê-la, senhora chefe. - E você não
se importou de descobrir que sua chefe é uma senhora? - Não, madame. Minha mãe era uma senhora
e eu nunca trabalhei tão duro e tão feliz quanto na época em que trabalhei para ela. - Senhor Foster,
eu faço o senhor se lembrar da sua mãe? Achei que a voz de Lenobia seria capaz de congelar a água,
mas Travis pareceu não perceber. Na verdade, parecia que ele estava se divertindo. Ele levantou seu
chapéu um pouco para trás e abaixou seus olhos para
(. John Wayne foi um famoso ator norte-americano, conhecido por seus papéis de cowboy no
Velho Oeste e por seus filmes pró-guerra. Morreu em . (N.T.))
Lenobia, como se a pergunta dela tivesse sido seria em vez de sarcástica.
- Não, madame, pelo menos ainda não. - Lenobia não disse mais nada, e eu estava sentindo
aquela sensação de embaraço que conversas estranhas com adultos podem trazer quando Travis deu
de ombros, enganchou um dedo no passador do cinto da sua calça Wrangler e falou: - Então, Lenobia,
pode me mostrar aonde minha égua e eu vamos nos abancar? Égua? Abancar? - Lenobia perguntou. -
Que merda, eu devia ter trazido pipoca - Aphrodite comentou. ( kkk.. eu adoroo a Aphrodite!) - Ela vai
frita-lo com seu olhar a laser - acrescentei. - Lenobia tem olhar de raio laser? - Stevie Rae se voltou
para mim. Aphrodite e eu olhamos para Stevie Rae como se ela tivesse acabado de perguntar se nós
achávamos que Lindsay Lohan estava realmente reabilitada. - Que tal se eu só olhar e não falar mais
nada? - Stevie Rae sugeriu. - Obrigada - Aphrodite e eu dissemos juntas, o que fez que ela me fuzilasse
com os olhos, antes de nós três voltarmos a olhar estupidamente para a cena, tentando escutar. - Bem,
madame - Travis falou de modo arrastado. - Eu disse para a Grande Sacerdotisa de vocês quando ela
me contratou que a minha égua e eu éramos um pacote fechado e que eu iria precisar de um lugarpara ela no estábulo aqui. Como eu acabei de concluir uma temporada treinando cavalos nos estábulos
de Durant Springs, vou precisar de um lugar para me acomodar também - o homem fez uma pausa e,
como Lenobia não falou nada, ele acrescentou: - Durant Springs fica no Colorado, madame. - Eu sei
onde fica - Lenobia respondeu ríspida. - O que faz você pensar que pode ficar aqui no campus? Não
temos acomodações para humanos. - Sim, madame, foi o que a Grande Sacerdotisa disse. Como a vaga
tinha que ser preenchida logo, eu disse a ela que ficaria bem acomodado junto com Bonnie até eu
encontrar um lugar aqui por perto.
. Lindsay Lohan é uma jovem norte-americana que já teve muitos problemas com álcool e
drogas.
- Bonnie? Travis arrumou seu chapéu, dando o primeiro sinal de que ele poderia estar pouco à
vontade. - Sim, madame, o nome da égua é Bonnie - como se fosse a sua deixa, um som surdo e forte
veio de dentro do trailer de cavalos. Ele andou em direção à porta enquanto continuava a explicar para
Lenobia: Ficaria grato se eu tivesse a sua permissão para descarregá-la. Do Colorado até aqui, é um
caminho longo para uma garota grande como ela. - Vocês acham que o cavalo dele é gordo? - Stevie
Rae perguntou em voz baixa. - Caipira, achei que você não ia falar mais nada - Aphrodite disse. - Acho
que ele acabou de arrombar a porteira - eu falei. Lenobia não ia deixar de jeito nenhum um cavalo
cansado ser rebocado para a Deusa sabe lá aonde. - Descarregue sua égua. Você e eu vamos discutir
sobre onde você vai ficar depois que ela estiver confortável - Lenobia afirmou. Percebi que Travis já
tinha soltado as alavancas e correntes que mantinham a porta fechada, então só tivemos que esperar
uns segundos até a rampa abrir. - Venha, garota. Para tráááás - Travis disse em uma vos que tinha
deixado de ser educada e às vezes ligeiramente divertida e se tornado afetuosa, gentil e doce. Então o
cavalo dele saiu de ré do trailer e ofegos de choque e espanto vieram de toda a nossa volta. Desviei os
olhos do cavalo a tempo de ver que Stevie Rae e eu não éramos as únicas embasbacadas ali. Dariu,
Stark, Rephaim e a maioria dos novatos tinha de algum modo dado um jeito de se aproximar da gente.
- Aquilo não pode ser um cavalo - Stevie Rae disse e deu um passo para trás, apesar de a gente estar
vários metros do animal. Caraca. É um dinossauro - Aphrodite falou. - Tenho certeza que é um cavalo -
eu afrimei, observando a égua. - Mas é realmente um animal muito, muito grande. - Ah, uma
Percherão! Ela é rara! - Lenobia disse. Todo mundo ficou olhando quando a pequena Lenobia foi em
direção à égua enorme sem nenhuma hesitação. Ainda menor em comparação com a equina
gigantesca, a Mestra dos Cavalos levantou levemente sua mão. A égua a observou por um instante e
então abaixou seu focinho, bufando
contra a mão de Lenobia. Rindo como uma garota, ela acariciou o imenso focinho da égua e
falou carinhosamente: - Ah, você é mesmo uma menina muito boazinha e querida... - ela desviou os
olhos do cavalo e se virou para o cowboy. O gelo na sua voz tinha derretido completamente e achei
que ela estava quase efusiva. - Não vejo um Percherão desde que vim da França quando eu era criança,
e isso faz mais tempo do que eu gosto de admitir. Havia um casal dessas belezonas no navio comigo.
Lembro deles com carinho e desde então os cavalos de carga despertam minha curiosidade. Ela tem
uma cor cinza mesclada adorável. Imagino que vai clarear conforme envelhecer. Posso dizer que ela
acabou de completar cinco anos há um mês... - Lenobia fez uma pausa, inclinou a cabeça e olhoudentro dos olhos do cavalo antes de continuar: - Não, ela fez cinco anos há dois meses. Ela pertence a
você desde que nasceu, certo? Eu vi Traves piscar surpreso. Ele abriu a boca, fechou-a e depois a abriu
de novo. Então limpou a garganta. - Bem, sim, madame - ele fez uma pausa e começou a acariciar o
pescoço incrivelmente grosso de Bonnie, como se precisasse se ancorar em algo para recobrar a razão.
Eu sabia por que ele estava tão confuso de repente. Todo mundo que já tivesse observado Lenobia
perto de cavalos saberia por quê. Quando Lenobia entra em comunhão com cavalos, ela deixa de ser
simplesmente muito bonita e passa a ser deslumbrante. E ela estava em forte comunhão com essa
égua. A alta voltagem de sua adoração por cavalos deixou o cowboy excitado. Não que ele fosse o
objeto pretendido do enorme poder de atração dela, ele estava apenas pegando a rebarba. Mas era
uma rebarba e tanto. Travis limpou a garganta novamente, mexeu seu chapéu e disse:- A mãe dela
morreu assim que Bonnie nasceu, de um jeito bizarro: atingida por um raio no meio de um pasto. Eu a
criei dando mamadeira na boca dela. Lenobia voltou seus olhos cinza para o cowboy. Ela pareceu
surpresa, como se tivesse esquecido que ele estava ali. Sua adoração por cavalos desapareceu num
lampejo, como se ela houvesse desligado um interruptor. - Você fez um bom trabalho. Ela é grande,
com certeza tem mais de um metro e oitenta. Boa musculatura. Está em excelente condição - apesar
de ela ter continuado o que estava dizendo antes, o seu tom soou mais irritado do que agradável.
Foi só quando ela olhou e sorriu para a égua que sua expressão se alterou novamente para a
adoração e o prazer verdadeiro. Você é uma garota esperta, não é? - Lenobia disse para Bonnie, que
estava parede em pé, nada irrequieta, apenas com suas orelhas agitadas, olhando admirada para todos
nós enquanto olhávamos para ela. - E você é segura o bastante para se comportar bem mesmo em um
ambiente novo - Lenobia desviou o olhar da égua para o cowboy e sua expressão se congelou em uma
cordialidade fria. Ela então balançou a cabeça em um sinal rápido e decisivo de concordância. - Bem,
então é isto. Você e Bonnie podem me seguir. Vou mostrar um estábulo aonde vocês vão se acomodar.
Lenobia se virou e começou a andar rapidamente de volta pela arena. Quando ela atingiu o meio do
caminho, parou e se dirigiu a todos nós: - Novatos e vampiros, este é Travis Foster. Ele vai trabalhar
para mim. O nome de sua égua é Bonnie. Dêem a ela o respeito que ela merece como um exemplo
perfeito da majestosa Percherão. Guerreiros, por favor, prestem atenção no seu tamanho e no seu
poder. Os ancestrais dela eram cavalos de guerra no passado. Eu olhei para o cowboy e o vi sorrir e
concordar com o comentário de Lenobia, enquanto acariciava carinhosamente a grande égua, antes de
disparar um olhar igualmente carinhoso na direção da Mestra dos Cavalos. Lenobia nem olhou para
ele. Em vez disso, franziu a testa e fuzilou todos nós com os olhos. - E agora vocês podem parar de
bisbilhotar. Voltem ao trabalho - Lenobia marchou pela arena até o estábulo sem sequer dar uma
olhadinha para Bonnie e Travis, que a seguiram como se fossem mariposas e ela, uma luz super
brilhante. - Isso traz possibilidades interessantes - Aphrodite comentou. -Não brinca, aquela égua
parece simplesmente demais. Quero dizer, grande, mas mesmo assim muito legal - eu disse. Aphrodite
revirou os olhos. Não estou falando do cavalo, Z. Eu estava franzindo a testa para Aphrodite quando
Damien chegou correndo. - Zoey, que bom, você está aqui. Você precisa voltar para o prédio principal.
- Você quer dizer depois da sexta aula? Já está quase acabando - respondi. - Não, meu bem, agora. Sua
avó está aqui, e tenho certeza de que ela andou chorando.
- Estou indo - eu disse a Damien. - Mas eu adoraria que você fosse comigo - quando ele assentiu
sombriamente, olhei para Stevie Rae e Aphrodite. Vocês duas também, tá? - É claro que nós vamos
com você - Stevie Rae respondeu. Desta vez Aphrodite não reclamou por Stevie Rae ter respondido,
por ela. Simplesmente concordou e falou: Meu estomago se contraiu e eu me senti como se fossevomitar. - Estou indo - eu disse a Damien. - Mas eu adoraria que você fosse comigo - quando ele
assentiu sombriamente, olhei para Stevie Rae e Aphrodite. Vocês duas também, tá? - É claro que nós
vamos com você - Stevie Rae respondeu. Desta vez Aphrodite não reclamou por Stevie Rae ter
respondido por ela. Simplesmente concordou e falou: - Estou dentro. Estava me virando para procurar
por Stark quando de repente ele apareceu do meu lado. Sua mão desceu pelo meu braço até que
nossos dedos se encontraram e se entrelaçaram. -É sobre a sua mãe? Não confiei em minha voz, então
apenas concordei com a cabeça. - Sua mãe? Pensei que Damien tivesse dito que a sua avó estava aqui -
Stevie Rae estranhou. - Sim ele disse isso - Aphrodite falou antes de Damien. Ela estava me observando
com um olhar que a faz parecer mais velha (e mais agradável) do que era.

Destinada the house of nigth Onde histórias criam vida. Descubra agora