CAPÍTULO 9 – ZOEY
Eu fiquei olhando Aurox se afastar por um bom tempo. Que droga é essa?
- Ah, eu vou aceitar outro. Obrigada - respondi, puxando alguns lenços da caixa e enxugando
meu rosto de novo. - Então, o que você não vai fazer? - ele se sentou ao meu lado no banco. O ombro
dele roçou o meu e eu me recostei nele. - Eu só estava lembrando a mim mesma para não deixar que
as coisas malucas que acontecem aqui me deixem louca, ou pelo menos mais louca do que já sou. -
Você não é louca, Z. Você esta passando por coisas difíceis, mas vai ficar bem - ele falou. - Espero que
esteja certo - eu murmurei e então outro pensamento ainda mais depressivo me atingiu. - Ei, você
falou para o resto do pessoal não ficar me tratando de um jeito todo estranho por causa da minha
mãe? - Não tive que dizer isso. Eles são seus amigos, Z. Eles vão tratar você como quem se importa,
não de um jeito estranho - Stark respondeu. -Eu sei, eu sei, é só que... - minha voz perdeu o trilho. Eu
não sabia como organizar e colocar em palavras a dor, a culpa e a terrível sensação de solidão que não
ter uma mãe estava me provocando. - Ei - Stark olhou para mim. - Você não está sozinha. - Você está
escutando meus pensamentos? Você sabe que eu não gosto quando... Ele segurou meus ombros e me
sacudiu levemente. - Não é preciso usar conexão do Juramento Solene do Guerreiro para saber que
você está se sentindo sozinha. Eu não conheço nenhum outro garoto que tenha perdido a mãe, você
conhece? - Não. Só eu - mordi o lábio para evitar o berreiro. De novo. - Viu, não é difícil sacar o que se
passa com você - então ele me beijou. Não de boca aberta, de um jeito quente, do tipo "quero que
você tire a roupa". O beijo de Stark foi suave, doce e tranquilizador. Quando os seus lábios deixaram os
meus, ele sorriu dentro dos meus olhos. - Mas, como eu já disse, você vai passar por tudo isso numa
boa e sem ficar louca porque você é inteligente, forte, bonita e simplesmente fora de série.Dei uma
risadinha inesperada. - Fora de série? Você realmente acabou de dizer isso? - É claro que eu acabei de
dizer isso! Você é incrível, Z.
- Mas fora de série? - dei uma risadinha de novo e senti meu estomago começar a se
descontrair. - Essa foi a expressão mais ridícula que já ouvi você dizer. Ele colocou a mão no peito como
se eu tivesse acabado de apunhalá-lo. - Z., isso doeu. Eu estava tentando ser romântico. - Bem, pelo
menos você tentou - eu respondi. - Por favor, diga que você não inventou essa expressão sozinho. -
Nãããão - ele deu aquele seu sorriso fofo e metido. - Eu ouvi um grupo de garotas terceiro-formandas
dizer que eu era fora de série quando elas estavam me observando disparar flechas na arena na ultima
aula. - Serio? - levantei uma sobrancelha e o fuzilei com os olhos. - Terceiro-formandas? A parte metida
do seu sorriso desapareceu. - Eu quis dizer terceiro-formandas sem atrativos. - Tenho certeza de que
foi exatamente isso o que você quis dizer. Os olhos dele faiscaram. - Ciúmes? Eu bufei e menti: - Não! -
Você não precisa ter ciúmes. Nunca. Porque você não é simplesmente fora de série. Você é de uma
série única e exclusiva, e jogaram fora a forma em que você foi feita. - Você tem certeza? - Tenho. -
Jura? - Sim. Eu me encostei nele. - Tá bom, eu acredito em você, seu ridículo - descansei minha cabeça
no seu ombro e ele colocou seu braço em volta de mim - Podemos ir para casa agora?
- Claro. Sua limusine pequena e amarela está carregada e esperando por você - ele se levantou
e me puxou para que eu ficasse em pé. De mãos dadas, andamos em direção ao estacionamento. Olhei
de lado furtivamente para Stark. Ele parecia satisfeito consigo mesmo (e totalmente gostoso). É óbvioque aquela expressão ridícula que ele usou tinha sido parte da sua estratégia para me tirar do buraco
de depressão em que senti que estava caindo. Stark deve ter sentido também, não porque ele estava
escutando meus pensamentos indevidamente, mas porque ele era meu Guardião, meu guerreiro e
muito, muito mais. Eu apertei a mão dele. - Obrigada. Ele deu uma olhadinha para mim, sorriu e então
levou minha mão aos seus lábios. - Sem problemas. Espere até ouvir a expressão que estou criando
para descrever os seus peitos. Desta vez, vou inventar sozinho. Não preciso da ajuda de nenhuma
terceiro-formanda sem atrativos para isso. - Não. Simplesmente não. -Mas você pode precisar de algo
mais para levantar seu astral. - Não. Eu estou bem. Conversar sobre peitos não é nem m pouco
necessário. - Bem, lembre-se de que eu estou aqui se você precisar de mim - ele disse, abrindo o
sorriso de novo. - Preparado, disposto e capaz. - É um conforto. Obrigada. - Tudo parte da descrição do
trabalho de Guardião. Levantei as duas sobrancelhas nessa hora. - Você realmente leu a descrição do
trabalho de Guardião? - Mais ou menos. Seoras disse: "Tome conta da sua rainha ou vou terminar os
minúsculos arranhões que comecei a fazer em você" - ele falou, soando incrivelmente igual ao antigo
Guardião escocês. - Minúsculos? - eu estremeci, lembrando dos ferimentos sangrentos que haviam
retalhado o peito dele. Como eu poderia esquecer algum dia? Nem se eles não fossem ainda cicatrizes
recentes e rosadas, apesar dos poderes curativos dos meus elementos e do meu sangue. - Minúscu-
los definitivamente não é a palavra que eu usaria para descrevê-los. Ach, moçoila. Não foi nada
além de alguns arranhões de gatinha. Senti meus olhos se arregalarem e então dei um soquinho no
braço dele. - Gatinha! Ele esfregou o braço e então disse com uma voz normal: - Z., na Escócia isso quer
dizer gato animal mesmo. Sério. - Você é um cara - olhei zangada para ele. Por algum motivo bobo,
aquilo o fez rir. Então ele colocou seus braços em volta de mim e me deu um abraço gigante. - É, eu sou
um cara. O seu cara. E quero que você se lembre que, mais importante do que tudo isso - ele fez uma
pausa e se afastou um pouco para poder fazer um gesto indicando a Morada da Noite e o ônibus que
estava esperando um pouco adiante de onde nós estávamos -, mais importante do que a coisa do
guerreiro e mais até do que a coisa do Guardião, eu amo você, Zoey Redbird. E eu sempre vou estar
por perto quando você precisar de mim. Voltei para dentro dos seus braços e dei um longo suspiro de
alivio. - Obrigada. -Ali está ela! - ouvi a voz de Kramisha gritando e suspirei, certa de que eu era a "ela"
a quem ela se referia. Levantei os olhos e, de fato, Kramisha estava parada em frente ao micro-ônibus
lotado com Stevie Rae, Aphrodite, Damien, as gêmeas, Erik e uma novata vermelha que eu não
reconheci. De mão dadas com Stark, andei o resto do caminho até lá. - Sinto muito sobre a sua mão. É
muito triste - Kramisha falou quando eu chequei. - Hum, o-obrigada - gaguejei e estava começando a
pensar que eu precisava descobrir um modo não tão desajeitado de responder às pessoas que viessem
me dar os pêsames pela morte da minha mãe quando Kramisha continuou a falar: - Z., eu sei que não é
uma boa hora, mas nos temos um problema. Reprimi outro suspiro. - Com esse "nós", você quer dizer
"eu" ou "você"?
. Ach é uma expressão escocesa de impaciencia, surpresa ou desgosto. (N.T.) . Pussy, em inglês,
que dizer gatinha ou gatinho e também é um gíria para vagina. (N.T.)
- Nós achamos que esse problema pode afetar a todos - Stevie Rae afirmou. - Ótimo - respondi.
- Zoey, esta é Shaylin - Erik me apresentou a garota desconhecida, que estava me examinando como seela desejasse ter me embaixo da lente de um microscópio. Afe, era uma saco conhecer garotos novos. -
Oi Shaylin - eu disse, tentando ignorar o modo como ela me encarava. - Roxa - ela falou. - Pensei que
Erik tivesse dito que seu nome era Shaylin - eu disse, apesar de querer gritar Sim! Sou eu! Aquela com
as tatuagens esquisitas! - Meu nome é Shaylin - ela me deu um sorriso realmente afetuoso e agradável.
- Você é roxa. - Ela não é Roxa, ela é Zoey - Stark respondeu, soando tão confuso quanto eu estava. -
Você também tem algumas partículas prateadas - Shaylin parou de me encarar e então voltou seu
olhar intenso para ele. - Você é vermelho, dourado e um pouco de preto. Hum. Isso é estranho. - Eu
não sou... - Ah, que merda - Aphrodite interrompeu e apontou Shaylin. - O nome dessa novata é
Shaylin e ela não está chamando vocês de cores, ela está vendo as suas cores. - Minhas cores? Não
tenho a menor ideia do que isso significa - eu disse, franzindo a testa para Aphrodite e olhando para
Shaylin com ponto de interrogação enorme na cara. - Eu também não sei muito bem o que isso
dignifica - Shaylin respondeu. - Isso simplesmente aconteceu comigo, logo depois que eu fui Marcada. -
Acho que Shaylin recebeu um dom chamado Visão Verdadeira - Damien explicou. - É raro. Acho que há
algo sobre isso no Manual Avançado do Novato, mas eu só dei uma olhada em um deles - ele pareceu
constrangido e querendo se desculpar. - Eu não estudei esse livro de fato. - Damien, você é só um
quarto-formando. Isso não faz parte do conteúdo do seu ano.
-Hello, conversa de obcecados por lição de casa - Erin resmungou. - É brincadeira - Shaunee
acrescentou. - Olha só - levantei minha voz para que todos olhassem para mim em vez de começarem
aquelas briguinhas que eu tinha certeza que estavam por vir. - Eu não sei o que é a Visão Verdadeira,
mas se é um bom, eu imagino que vocês querem dizer um dom de Nyx, então qual é o problema? -
perguntei. - Ela é uma novata vermelha - Aphrodite respondeu. - E daí? Há um ônibus inteiro cheio de
novatos vermelhos - afirmei, indicando o micro-ônibus atrás deles. - Sim, e cada um de nós teve que
morrer e então discorrer antes de ter isto aqui - Kramisha apontou para o contorno vermelho de uma
lua crescente na sua testa. Olhei para ela e depois para a garota nova, até que finalmente minha mente
captou o que meus olhos viam. Voltei-me para Erik. - Você acabou de Marcá-la em vermelho? Não. Sim
- Erik balançou a cabeça e também pareceu preocupado. - Eu não tinha a intenção. Eu a Marquei. Tudo
bem, não foi exatamente como o planejado, mas isso aconteceu porque ela era cega e fiquei surpreso -
todos nós o encaramos e ele passou a mão pelo seu cabelo grosso e escuro. Seus ombros desabaram.
Então ele acrescentou: - Eu me atrapalhei, e é por isso que agora ela é uma novata vermelha que
consegue ver nossas cores. - Você não se atrapalhou, Erik - pareceu que Shaylin começou a levantar a
mão para acariciar o braço de Erik, mas no meio do caminho mudou de idéia. O olhar dela se voltou
para mim e ela continuou: - Antes de ele me Marcar, eu era cega. Eu era cega desde criança. No
segundo em que ele me Marcou, consegui enxergar novamente, e isso não foi uma trapalhada. Foi
incrível. - Ah! Eu sabia que havia sentido uma nova novata entre nós! - ao som da voz de Neferet, todos
nós demos um pulo como se ela tivesse nos atingido com uma Taser. Ela estava vindo rápido em nossa
direção, com seu vestido longo de veludo verde arrastando-se no chão, fazendo parecer que ela
deslizava em vez de andar (o que era super assustador). Merry meet, eu sou Neferet, sua Grande
Sacerdotisa - ela voltou sua atenção para Erik e pude ver um lampejo de aborrecimento nos seus olhos.
- Professor Night, você não deveria ter trazido a garota aqui - Neferet chegou perto de Shaylin e
fez um gesto gracioso de desculpas para ela. - Jovem novata, o Rastreador deveria tê-la instruído para
ir até o dormitório feminino, onde você vai encontrar o resto das... - ela perdeu a fala quando
finalmente viu a Marca de Shaylin. - Sim - eu falei, incapaz de manter a minha boca fechada por mais
tempo. - Ela é vermelha. O que significa que ela está no lugar certo. - E eu sou a Grande Sacerdotisadela. Não você - Stevie Rae concluiu por mim. - Ah! Você é... ah, eu não estou me sentindo bem! -
Shaylin estava encarando Neferet quando de repente desmaiou. Erik a segurou antes que ela batesse a
cabeça no chão, dando um jeito de parecer assustador e heróico ao mesmo tempo (sério, ele é um ator
excelente). - Ela passou por muita coisa - Aphrodite disse, dando um passo para ficar face a face com
Neferet. - Ela precisa ir para casa. Para a estação. Com a gente. Agora. Prendi a respiração quando os
olhos de Neferet se estreitaram e ela começou a encaram cada um dos garotos do nosso grupo. Todos
os vampiros eram intuitivos, mas Neferet era mais do que isso. Ela podia ler mentes. Bem, a maioria
das mentes dos novatos - ou pelo menos a superfície dos seus pensamentos. Fiz uma prece rápida e
silenciosa para Nyx: Por favor, faça que cada um deles pense em qualquer coisa, menos no fato de que
essa garota nova pode ter a Visão Verdadeira, seja o que for que isso significa. De repente, a expressão
desconfiada de Neferet se alterou. Ela riu alto. Na verdade, ela gargalhou. Eu não tinha idéia como isso
era possível, mas a risada dela soou maldosa, horrível e sarcástica. Como uma risada podia ser tão
péssima? - Ela era cega. Foi por isso que ela foi Marcada em vermelho. Ela já estava bem destruída.
Simplesmente, ela não precisou morrer para ficar assim. Bem, pelo menos ela não morreu ainda.
Kramisha estava em pé ao meu lado, então eu a vi se contrair de medo. Neferet também viu. A falsa
Grande Sacerdotisa sorriu para a nossa Poeta Laureada. - O que foi? Você acredita realmente que esse
contorno vermelho era a garantia da sua transformação? - ela inclinou a cabeça para o lado,
lembrando-me um réptil. - Sim, eu posso sentir o seu choque e o seu medo. Você não tinha pensado
nisso. O seu corpo ainda pode rejeitar a transformação. - Você não tem certeza disso. - Stevie Rae se
aproximou de Kramisha. - Não tenho? - de novo, a risada de Neferet foi maldosa e horrível. Ela
levantou o queixo na direção de Shaylin, que ainda estava desmaiada nos braços de Erik. - Aquela ali
parece bizarra para mim. - ela voltou seu olhar para Aphrodite. Eu vi Aphrodite colocar os punhos na
cintura, como se estivesse se preparando para explodir. - Um pouco como você é bizrra, e você nem é
mais uma novata. - Não, não sou. Mas sou feliz do jeito que sou. E você, Neferet? Em vez de responder,
Neferet disse: - Levem a novata com vocês. Você está certa em uma coisa, Aphrodite. O lugar dela é
com vocês e com o resto dos desajustados, não aqui. Em nome de todos os deuses, o que mais Nyx vai
inventar? E então, gargalhando, ela deu as costas para nós e foi embora deslizando. Quando ela estava
longe o bastante para não ouvir, soltei um longo suspiro. - Bom trabalho, vocês todos, por não
pensarem na coisa da Visão Verdadeira. - Ela me dá medo - Kramisha disse com uma voz que soou
muito, muito jovem. Stevie Rae colocou o braço em volta de Kramisha. - Tudo bem ter medo dela. Isso
só vai nos fazer lutar com mais força contra ela. - Ou correr mais rápido - Erik disse sombriamente. -
Alguns de nós não estamos fugindo - Stevie Rae respondeu. - Você tem certeza? - Shaylin falou. - Ei,
você está de volta? - Erik perguntou. - Na verdade, eu não fui a lugar nenhum. Hum. Você pode me
colocar no chão agora. Por favor. - Ah, sim claro - Erik gentilmente a colocou no chão. Ele manteve uma
mão no seu braço, como que para se certificar de que ela não ia cambalear e cair, mas ela ficou em pé
parecendo totalmente equilibrada.
- Então você fingiu um desmaio. Por quê? - Aphrodite fez a pergunta antes de mim. - Bem, não
é difícil imaginar - Shaylin olhou para Kramisha. - Eu concordo com você. Ela me dá medo - então ela
continuou: - Eu fingi desmaiar porque ou fazia isso ou eu fugia correndo e gritando - ela trocou um
olhar com Erik. - É, eu concordo com você também - Shaylin deu de ombros. - Mas ela disse que era
uma Grande Sacerdotisa. Eu não sei muito sobre vampiros, mas todo mundo sabe que as Grandes
Sacerdotisas são as que comandam. Fugir gritando de uma no meu primeiro dia como novata não me
pareceu uma boa opção. - Então você pensou em bancar o espantalho - Stevie Rae disse. - Bancar o
quê? - É um jeito caipira de dizer que você se fingiu de morta para que Neferet deixasse você em pazAphrodite explicou. - Sim, foi exatamente o que eu fiz - Shaylin concordou. - Não foi uma má ideia -
Stark falou. - Conhecer Neferet e ser Marcada, no mesmo dia, foi demais para você. - O que você viu? -
minha pergunta pareceu pegar todo mundo de surpresa, menos Shaylin. Ela encontrou meu olhar
intenso e o sustentou com firmeza enquanto me respondeu. - Um pouco antes de ficar cega, estive
com a minha mãe na Nam Hi, aquela grande mercearia vietnamita na Garnett quase esquina com a
Twenty-first. Eles tinham peixes inteiros para vender, que ficavam em uma grande caixa de gelo. Eles
me assustaram tanto que eu me lembro de só ter conseguido ficar ali parada, olhando fixamente para
os olhos mortos e leitosos e para seus horríveis ventres abertos. - Nefeter tem a cor de ventre de peixe
morto? - Stevie Rae perguntou. - Não. A cor de Neferet é a mesma da dos olhos de um peixe morto. É a
única cor dela. - Isso não pode ser nada bom - Kramisha falou. - O que não pode ser nada bom? - Darius
perguntou enquanto se juntava ao nosso grupo e pegava a mão de Aphrodite. Ela se encostou nele e
disse:
- Darius, guerreiro garanhão, esta é Shaylin, novata vermelha recém-Marcada, que não morreu
para ficar vermelha e que tem a Visão Verdadeira. Ela acabou de "ver" - Aphrodite fez aspas com os
dedos - Neferet, e aparentemente a cor verdadeira dela é de olhos de peixe morto. Darius não se
abalou nem um pouco. Ele apenas se curvou levemente para a nova garota e a saudou com um "Merry
meet, Shaylin", o que ou mostrou que o guerreiro tinha um autocontrole impressionante ou era apenas
mais uma prova de que as nossas vidas tinham virado uma completa loucura. - Nós precisamos estudar
mais sobre a Visão Verdadeira - Damien sugeriu. - É assunto do sexto - formando para cima. Você sabe
alguma coisa sobre isso? - ele perguntou a Darius. - Não muito. Eu me foquei mais em facas, não em
Sociologia Vampírica - Darius respondeu. - Bem, eu tenho esse manual avançado - Aphrodite falou.
Quando todos nós olhamos admirados na sua direção, ela franziu as sobrancelhas. - O que foi? Eu era
uma sexta-formanda antes disto acontecer - ela apontou para a sua testa desmarcada. - Infelizmente,
hoje eu tive que voltar para o meu antigo horário escolar - quando nós continuamos a encarando sem
falar nada, ela revirou os olhos. - Ah, que merda, eu tenho lição de casa, é só isso. O livro está na minha
bolsa incrivelmente linda da Anahata Joy Katkin dentro do micro-ônibus dos retardados. - Aphrodite,
para de dizer retardados! - Stevie Rae gritou para ela. - Juro que você precisa entrar no site www.r-
word.org. Talvez você aprenda que algumas pessoas ficam magoadas com essa palavra com "r".
Aphrodite piscou várias vezes e então esfregou a testa. - Um site? Fala serio. - Sim, Aphrodite. Como eu
tentei dizer a você zilhões de vezes, usar essa palavra com "r" é ofensivo e simplesmente uma maldade
pura. Aphrodite inspirou profundamente e soltou o ar junto com um discurso inflamado: - E que tal um
site para uma palavra com "x", xoxota, que ofende metade do mundo? Ou, espere, melhor ainda.
Vamos manter o site www.rword.org, mas vamos trocar a palavra com "r" para "rapto seguido de
estupro", que causa danos piores do que magoar os sentimentos de mamãezinhas de classe média alta.
Ou... - Chega - entrei no meio das duas. - Nós entendemos. Podemos voltar para o assunto de Shaylin e
a Visão Verdadeira?
- Sim, que seja - Aphrodite respondeu, jogando o cabelo para trás. - Aphrodite é maldosa, Z.,
mas o que ela desse faz sentido - Erin concordou. Eu fuzilei Shaunee com os olhos, que apenas
concordou entusiasticamente, sem entrar na conversa. Minha cabeça parecia que ia explodir. - Ah, que
inferno - eu falei, jogando as mãos para cima de frustração. - Não sei mais o que a gente estava falando
antes da parte sobre os retardados. - A informação sobre a Visão Verdadeira está dentro do ônibus -
Rephaim disse, surpreendendo todos nós. Ele sorriu com timidez. - Eu realmente não compreendi
muito resto da conversa. Também entendi que Aphrodite é maldosa, mas isso eu já sabia. Ao meu lado,Stark transformou uma explosão de risada em uma tosse. Eu suspirei. - Tudo bem, vamos entrar no
ônibus e voltar para a estação. Aphrodite e Damien, encontrem-me na cozinha com o manual
avançado - fiz uma pausa e dei uma olhada para Stevie Rae, que ainda estava segurando a mão de
Rephaim. - Você quer se juntar a nós depois de, hãm, você sabe, depois de o sol nascer? - Z., você não
tem que pisar em ovos para falar disso. Sim, Rephaim vai se transformar em um pássaro quando o sol
nascer e eu gostaria de ficar com ele lá - Stevie Rae levantou os olhos para Rephaim, que estava
sorrindo para ela como se fosse aniversário dele e ela fosse um presente incrível que ele tinha acabado
de abrir. - Isso é sério? - escutei Shaylin perguntar para Erik. - Sim. É uma longa historia - Erik
respondeu. - Não é de se estranhar que a cor dele seja tão esquisita - ela falou. Fiquei curiosa sobre a
cor de Rephaim, mas eu sabia que agora não era a hora de fazer um monte de perguntas, então eu
simplesmente disse: - Kramisha, você pode por favor descobrir aonde Shaylin vai ficar? - Não vou
dividir o meu quarto - Kramisha respondeu. Então ela deu um olhar de pedido de desculpas para
Shaylin. - Sinto muito. Não quis ofender.
- Tudo bem. Eu sempre tive gente em volta de mim desde que fiquei cega. Eu também prefiro
ter o meu próprio quarto. Kramisha sorriu. - Esta certo. Gosto de ser uma mulher independente e vou
ajudar você a encontrar um quarto só seu. - Fechado - Shaylin concordou. - Aham - Erik limpou a
garganta par atrair nossa atenção. Achei que ele parecia nervoso e estranhamente inseguro. - Que tal
se eu seguir o ônibus com o meu carro e Shaylin vier comigo? Eu posso colocá-la a par de algumas
coisas no caminho, como Rephaim e toda a história dos novatos vermelhos em geral. - Rastreadores só
devem rastrear e Marcar - Aphrodite disse. - É, e novatos só devem ser Marcados com um azul e então
se Transformar ou morrer - ele contra-atacou. - Acho que tudo bem se Erik nos seguir - Stevie Rae falou
o que me surpreendeu, pois eu sabia que ela não era exatamente muito fã de Erik. O que você acha,
Z.? Dei de ombros. - Por mim, tudo bem. Erik assentiu levemente e então ele e Shaylin foram em
direção ao seu carro no estacionamento. - Estamos prontos para partir? - Darius perguntou. - Acho que
sim, ou pelo menos estaremos assim que o nosso motorista sempre tão amigável chegar - respondi.
Darius sorriu. - Eu serei o motorista. Eu disse a Christophe que de agora em diante vou assumir a
direção do ônibus daqui para a estação e de lá para cá. Não consegui resistir a dar uma olhada em
Aphrodite. Seu rosto estava congelado e seus olhos, arregalados. - Ei, Aphrodite está saindo com um
motorista de ônibus! - Shaunee não perdoou. Pareceu que Erin ia acrescentar algum comentário
espertinho, mas Aphrodite chegou bem perto das gêmeas e disse:
- Darius não é um motorista de ônibus. Ele é um guerreiro Filho de Erebus. Ele pode matar
vocês, mas ele é bom e honrado e, portanto não vai fazer isso. Eu, por outro lado, não sou honrada
nem guerreira. Eu vou matar vocês ou pelo menos machucar tanto que vocês não vão conseguir ir à
próxima venda exclusiva da Miss Jackson's. As gêmeas sugaram o ar e, antes que elas respondessem,
eu disse rapidamente: - Certo, então, vamos voltar para a estação. Parece que a gente vai ter que
estudar um pouco - segurei o pulso de Aphrodite e praticamente a arrastei para dento do micro-
ônibus. Ela deu um puxão para se soltar de mim, mas continuava me seguindo quando comecei a subir
os degraus. Então uma bola laranja de pelos se atirou nos meus braços. - Nala! - e gritei quase a
derrubando de susto. - Ah, minha bebê! Eu senti tanto a sua falta - eu a acariciei e a beijei. E depois dei
risada quando ela espirrou em mim e começou a resmungar com sua voz de velha senhora,
"minhaaaaauuu", mesmo enquanto ronronava feito louca. Enquanto eu estava afagando Nala, houve
um barulho de grunhido terrível vindo de dentro do ônibus, e de repente Aphrodite estava forçando a
passagem por mim, dizendo: - Malévola! Mamãe está aqui! Pareceu chover pelo branco. Os garotos doônibus tiraram rápido braços e pernas do caminho enquanto o gato feio, com a cara mais amassada,
maior e detestável do universo percorreu o corredor chiando e uivando. Aphrodite parou, pegou a sua
gata e começou a falar como ela era bonita, maravilhosa e inteligente. - Aquele gato não é normal -
Kramisha afirmou, olhando por sobre o meu ombro. - Mas Aphrodite não é tão normal também, então
acho que funciona bem. - Seu olhar se voltou para Nala, que ainda estava resmungando para mim. -
Não é verdade, um monte desses gatos não é normal. - Um monte desses gatos? -Olhei por sobre a
cabeça laranja e peluda de Nala, e como eu suspeitava, a mini limusine amarela estava cheia de
novatos vermelhos e gatos. - Quando isso aconteceu? -Eles estavam aqui quando a gente chegou -
Kramisha respondeu. - Como eu disse, eles não são normais. - Hum, bem, então acho que isso significa
que a estação é realmente o nosso novo lar - falei. Sentindo pela primeira vez que isso podia ser
verdade.
- Z., o lar é onde você está - Stark disse, estendendo o braço na minha direção e acariciando a
cabeça de Nala. Eu sorri para ele e me senti aquecida por dentro - quase aquecida o suficiente para
esquecer de olhos cor de pedra da lua e do fato de que pessoas me volta de mim continuavam
morrendo...
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Destinada the house of nigth
VampireHá novas forças trabalhando na Morada da Noite. Algumas delas ameaçam sua estabilidade. Zoey está finalmente em casa, segura, ao lado do guerreiro Stark, se preparando para enfrentar Neferet. Kalona lançou seu poder sobre Rephain. E, após terem sido...