CAPÍTULO 19- ZOEY
-Isso vai ser um caos de proporções gigantescas - Aphrodite sussurrou para mim quando
estávamos do lado da sala designada para a aula de Thanatos no primeiro horário da segunda-feira. A
sala era uma das maiores da escola. Na verdade, tirando a sala de Teatro, que era mais parecida com
um miniauditório, e o auditório propriamente dito, aquela era a maior sala de aula "normal" da escola.
Ótimo, eu pensei, vai ter mais espaço para a explosão que está prestes a acontecer. - A gente não pode
matar essa aula - murmurei de volta para Aphrodite. E então disse para o resto do meu grupo: - Vamos
entrar. Não se preocupem. Nós estamos juntos, então não pode ser tão ruim assim - minha hora nerd,
assim como Stevie Rae, Rephaim e todos os seus novatos vermelhos se posicionaram nos meus flancos.
Todo mundo assentiu e pareceu resignado e preparado para o que quer que fosse acontecer. Eu abri a
porta e entrei. Minha pedra da vidência imediatamente começou a irradiar calor. Dallas e o seu grupo
já estavam na classe, previsivelmente ocupando as fileiras do fundo. Aurox estava sentado em uma
carteira escolar na frente, no canto mais distante da sala, obviamente se isolando do grupo de Dallas.
Eu me perguntei por que ele não estava entrosado com os caras do mal, já que ele estava do lado de
Neferet, assim como eles claramente estavam, mas cuidadosamente evitei olhar para ele. - Vou tentar
manter uma atitude positiva - Stevie Rae afirmou, ignorando o sorriso sarcástico que Dallas estava
dando para ela e a risada da maldosa que emanou de Nicole como um perfume barato. Ela pegou a
mão de Rephaim e sorriu, beijando a bochecha dele - Não se incomode com eles. - Boa sorte com isso -
Erin falou. Shaunee, que estava afastada de Erin, com muitos garotos entre as duas, não disse nada. -
Ele é vermelho, e não um vermelho bom como o de Shaunee - Shaylin comentou, olhando por sobre o
ombro na direção de Dallas. Eu me virei para ela. - O que você quer dizer? - Eu sou vermelha? -
Shaunee perguntou. - Sim - Shalin contou a ela. - A sua cor é clara e fácil de entender. Você é como
uma fogueira de acampamento, calorosa e boa. - Isso é muito legal - Stevie Rae disse. - Obrigada -
Shaunee falou. - É legal mesmo. - Mas e Dallas? - Rephaim perguntou. - Ele é vermelho como uma
bomba. Como a raiva. Como o ódio - ela revelou. - Então nós vamos sentar na frente e ficar o mais
longe possível dele - Stevie Rae afirmou. - É mais difícil ficar longe de algumas coisas do que de outras -
Erin disse, mas ela não estava olhando para Dallas. Ela estava olhando para a fogueira vermelha
Shaunee, que por sua vez estava observando suas unhas. - Não seja tão negativa - Stevie Rae
repreendeu Erin, habilmente quebrando aquele silencio desconfortável. Então ela abriu seu sorriso
doce para mim. - Vamos sentar ali na frente! - Certo, eu sigo você - concordei, apesar de querer sair
correndo e gritando da sala. - Eu quero sair correndo e gritando da sala - Aphrodite ecoou meus
pensamentos em voz alta, enquanto seguia atrás de mim, Steve Rae e Rephaim. Contive o "idem" que
eu queria dizer e, como de costume, sentei ao lado d Stevie Rae, bem na frente e no meio da sala. O
sino soou e Thanatos entrou pela porta de um pequeno escritório que dava diretamente na parte da
frente da sala, que era alta como um palco e tinha um púlpito bem no meio e uma lousa digital atrás. -
Oooh! Que cores bonitas! - Shaylin disse da sua carteira atrás de mim. - Merry meet - Thanatos
começou. Todos nós ecoamos a sua saudação. Eu achei que ela parecia régia e poderosa. Ela estava
usando um vestido com as cores da noite, decorado apenas com o bordado em fios de prata do
contorno de Nyx com os braços levantados envolvendo a lua crescente. - Bem vindos à primeira aula
de todas. Na nossa história, nunca houve uma classe como esta, com diferentes tipos de novatos,
mutantes, humanos e até vampiros. Eu me coloco diante de vocês representando o Conselho Supremoque, enquanto vocês fizerem parte da nossa sociedade, é o órgão que os governa - Thanatos me olhou
longamente durante a última parte da frase. Eu sustentei o olhar dela sem hesitar. Que inferno, eu
concordava com ela. Eu só não estava cem por cento certa se eu e o meu grupo queríamos fazer parte
da sociedade dos vampiros.
- Sei que vocês estão se perguntando sobre o que exatamente esta aula vai tratar, mas eu tenho
apenas uma resposta parcial às suas indagações. Eu estou aqui para polir e guiar vocês em uma jornada
que é rara e única assim como vocês. Esta aula vai tomar o horário da aula de sociologia vampírica;
portanto, vou abordar assuntos que todos os novatos e vampiros precisam se esforçar para entender,
como morte e Trevas, Guardiões e Carimbagem, Luz e Amor. Mas, por causa da composição única
desta turma, haverá também assuntos que vocês vão trazer para mim e, portanto, para todos nós. Eu
prometo que vou procurar apenas a verdade com vocês e, se eu não tiver uma resposta para os seus
questionamentos, vou fazer o máximo para descobrir junto com vocês. Eu pensei que até aquele
momento a aula não parecia tão ruim assim e estava começando a me sentir à vontade e curiosa
quando o cocô atingiu o ventilador. - Então, vamos começar a procurar a verdade. Quero que cada um
de vocês reflita por um momento. Então, em um pedaço de papel, escreva pelo menos uma pergunta
que você gostaria que fosse respondida nesta aula. Dobre o papel e, depois que vocês saírem, vou ler
as perguntas. Seja honesto na sua indagação, sem medo de censura ou julgamento. Não é preciso
colocar seu nome na pergunta se você preferir permanecer anônimo. Houve uma pausa e então Stevie
Rae levantou a mão. - Pois não, Steve Rae - Thanatos a chamou. - Quero ter certeza de que
entendemos bem. A gente pode perguntar sobre qualquer coisa? Qualquer coisa mesmo, sem se
preocupar em acabar tendo problemas? Thanatos estava sorrindo gentilmente para Stevie Rae e
começou a responder: - Essa é uma excelente...
Mas, no fundo da sala, o sussurro exagerado de Dallas pôde ser ouvido claramente: - Eu queria
perguntar o que um pássaro tem que um garoto não tem e por que ela gosta tanto dele! Stevie Rae
pegou a mão de Rephaim e eu sabia que era pra evitar que ele se levantasse para confrontar Dallas. Eu
estava prestando atenção na minha melhor amiga e no seu namorado quando Thanatos reagiu. A
mudança que se abateu sobre ela foi rápida e completamente assustadora. Ela pareceu ficar maior. O
vento chicoteava ao redor dela, levantando o seu cabelo. Quando ela falou, eu me lembrei da cena de
O Senhor dos Anéis/ em que Galadriel oferece a Frodo uma visão do tipo de rainha terrível e sombria
ela se tornaria se pegasse o anel dele. - Você me confundiu com um ser inferior, Dallas? - o poder da
presença dela reverberou contra nós. Thanatos estava tão gloriosamente nervosa que era difícil olhar
para ela, então dei uma espiada sobre o ombro para Dallas. Ele estava pressionando as costas contra a
sua cadeira o máximo que podia. O seu rosto estava branco como a neve do inverno. - Nã-não,
professora - ele gaguejou. - Chame-me de Sacerdotisa! - Thanatos exclamou, parecendo que ela podia
disparar raios e invocar trovões. - Não, Sacerdotisa - ele se corrigiu rapidamente. - E-eu não quis
desrespeitá-la. - Mas você quis desrespeitar pelo menos um de seus colegas de classe e aqui, na minha
aula, isso é inaceitável. Você entendeu, jovem vampiro vermelho? - Sim, Sacerdotisa. O vento se
extinguiu ao redor dela e Thanatos voltou à sua aparência régia em lugar daquele semblante letal. -
Excelente - ela disse e então voltou sua atenção para Stevie Rae.-
A resposta à sua pergunta é: desde que você se comporte de modo respeitoso, pode me
perguntar qualquer coisa sem ter medo de repreensão. - Obrigada - Stevie Rae disse um pouco sem
fôlego. - Certo, então podem começar a escrever suas perguntas - Thanatos fez uma pausa e olhoupara Rephaim e Aurox, dirigindo a eles a mesma indagação: - Não pensei em perguntar antes, mas,
como vocês são novos no, bem, vamos dizer, mundo acadêmico, algum de vocês precisa de ajuda para
ler ou escrever? Rephaim balançou a cabeça e respondeu primeiro:- Eu não preciso de ajuda. Posso ler
e escrever em muitas línguas dos homens. - Uau, sério? Eu não sabia - Steve Rae se surpreendeu. Ele
sorriu timidamente e deu de ombros. - Meu pai achava isso útil. - E você, Aurox? - Thanatos o incitou.
Eu o vi engolir em seco e percebi que ele parecia nervoso. - Eu sei ler e escrever. Ma-mas não sei como
eu tenho essa capacidade. - Hum, bem, isso é interessante - Thanatos falou. E então, como se o fato de
as pessoas terem habilidade magia para ler e escrever fosse totalmente normal, ela continuou sem se
abalar: - Zoey e Stevie Rae, como vocês estão sentadas perto, por favor, dividam a sala ao meio e
recolham as perguntas dos dois lados para mim. Stevie Rae e eu murmuramos "ta bom" e então fiquei
sentada ali, olhando para o meu pedaço de papel em branco. Será que eu devia perguntar algo
inofensivo, como alguma questão sobre afinidades e quando é "normal" que eles se manifestarem? Ou
eu deveria pergunta algo que eu realmente queria saber?
Olhei ao meu redor. Stevie Rae estava escrevendo com uma expressão muito séria. Rephaim
tinha acabado de soltar o lápis e estava dobrando seu papel ao meio. Olhei rapidamente para ele, mas
tudo o que eu pude ver era que ele havia colocado seu nome junto da pergunta. Vou perguntar para
valer, eu decidi e então escrevi: Como se supera a perda de seus pais? Eu hesitei e então assinei meu
nome embaixo da questão. Tentei conferir o que Stevie Rae estava escrevendo, mas ela tinha
terminado e estava segurando o seu papel. Ela levantou da sua carteira e começou a andar pelos
corredores do seu lado da sala, recolhendo os papéis como uma professora. Suspirei e comecei a
esquadrinhar o meu lado. É claro que Aurox estava ali. Ele era o próximo garoto na fileira de Damien e
Shaunee. Eu não queria encontrar o seu olhar, então fitei o papel que ele me entregou. Nele, escrita
com letra bastão grande, estava a pergunta: O QUE EU SOU? E ele tinha assinado embaixo. Totalmente
surpresa, olhei nos olhos dele. Ele sustentou meu olhar sem hesitação. Então ele falou tão baixo que só
eu pude ouvir: - Eu gostaria de saber. Não consegui deixar de encarar seus olhos cor de pedra da lua.
Por alguma razão idiota, ouvi minha voz sussurrar de volta: - Eu também - arranquei o papel da mão
dele e me afastei rapidamente, tentando não pensar, tentando fazer apenas o que eu devia. Dallas e o
seu grupo estavam super quietos. Eles mal olharam para mim ou para Stevie Rae, mas percebi que eles
não tinham escrito nenhuma palavra nos papéis que eu peguei deles, o que era um sinal claro de
agressão velada. Coloquei os papéis deles embaixo da pilha enquanto eu voltava para frente da classe.
Thanatos pegou os papéis, agradeceu e disse:
- Eu devo estudar as perguntas de vocês hoje à noite e começar as discussões sobre algumas
amanhã. No resto da aula, vamos nos voltar para um assunto que eu acredito que a maioria de vocês
vai achar relevante: a Carimbagem com um companheiro ou Consorte. Eu pensei que Thanatos fosse
fazer aquele discurso padrão de tipo "apenas diga não" que nós tivemos sobre a coisa da Carimbagem
desde o primeiro dia de aula, mas eu estava errada. Ela falou francamente sobre o prazer e a beleza da
Carimbagem feita adequadamente, além do drama que era quando algo errado acontecia a um dos
dois. Ela era interessante e divertida (com um jeito irônico de humor britânico). Pareceu que o sino
soou anunciando o fim da aula depois de um piscar de olhos. Fiquei esperando Aphrodite, que estava
em uma discussão profunda, mas surpreendentemente respeitosa com Thanatos sobre Carimbagem.
Aphrodite argumentava que a Carimbagem não era baseada na sexualidade. Thanatos estava
insistindo, para a tristeza de Aphrodite (porque ela já tinha sido Carimbada com Stevie Rae, apesar de
não por muito tempo), que a atração sexual andava de mãos dadas com a Carimbagem. Thanatosfinalmente terminou a discussão, dizendo: - Aphrodite, o fato de você admitir ou não uma coisa não faz
que ela seja mais ou menos verdadeira. - Vou indo para que Zoey não se atrase para a segunda aula -
Aphrodite respondeu, soando incomodada. - Faça isso, jovem Profetisa - Thanatos tinha um sorriso na
voz, não no rosto. - E obrigada por essa discussão tão ardente. Vou esperar ansiosamente por outra
discussão como essa amanha. Aphrodite assentiu e fechou o cenho. Depois que estávamos a uma
distância suficiente para que Thanatos não ouvisse, ela falou: - Discussão ardente o cacete. Não vou
discutir merda nenhuma sobre Carimbagem lésbica nunca mais.
- Acho que não foi isso o que ela quis dizer, Aphrodite - eu afirmei, tomando cuidado para
esconder o sorriso do meu rosto também. - Mas ela estava certa, a discussão foi boa para a aula,
deixou-a muito mais interessante do que Sociologia Vampírica normal com todos os assuntos de
Neferet. Aphrodite abriu a porta. - Estou tão feliz que eu pude divertir as massas e... - e nós entramos
no meio do caos. - Vem pro pau, menino-pássaro! - Dallas estava gritando. - Você não pode se
esconder atrás de Stevie Rae para sempre! O musculoso Johnny B. estava prendendo os braços de
Dallas, mas ele estava se debatendo feito louco. - Eu não estou me escondendo, seu idiota arrogante! -
Rephaim berrou. Stevie Rae tinha segurado o braço dele com força e estava tentando arrastá-lo para a
calçada, afastando-o de Dallas. - Vou chamar Darius e Stark - Aphrodite falou e saiu correndo. -
Meninos, parem com isso! - eu me coloquei entre os dois e os seus grupos, que estavam crescendo. -
Sai fora, Zoey! Esta briga não é sua - Dallas disparou seu veneno contra mim. - Você acha que é tão
melhor do que todo mundo, mas você não significa merda nenhuma para a gente - ele indicou com a
cabeça o seu grupo de novatos vermelhos que estava bem perto, apenas observando e sorrindo. Fiquei
surpresa com o fato de o que ele disse ter ferido meus sentimentos. - Não acho que sou melhor do que
ninguém! - Não deixe que ele te atinja, Z. Ele não é nada além de um garotinho maldoso e infeliz
disfarçado de vampiro - Stevie Rae afirmou.
- E você não é nada além de uma puta! - Dallas gritou para Stevie Rae. - Eu avisei você para
parar de chama-la assim! - Rephaim tentou se soltar de Stevie Rae. - Todo mundo sabe que você só
está bravo porque ela não está mais com você - eu disse a Dallas, pensando em como ele tinha se
revelado um total e completo idiota. - Não, eu estou bravo porque ela está com uma aberração da
natureza! - ele disparou as palavras para mim. Apesar de ele estar se debatendo e gritando, reparei
que ele mantinha o olhar fixo em um ponto na parte de baixo da parede, à qual ele estava chegando
cada vez mais perto. Segui o seu olhar e vi uma tomada na parede, uma daquelas de três pinos. Ah, que
inferno! - Eu não sou uma aberração! - Rephaim parecia que ia explodir. - Eu sou humano! - Sério? Que
tal a gente esperar o sol nascer para ver como você é humano? - Dallas sorriu sarcasticamente,
aproximando-se mais da parede. Fingindo o máximo de indiferença que eu conseguia, dei alguns
passos em direção à tomada e pensei freneticamente em qual elemento seria melhor invocar se eu
precisasse combater a eletricidade. - Acho ótimo - Rephaim respondeu. - Seja com olhos humanos ou
de um pássaro, vou adorar assistir você pegando fogo. - Vai sonhando, seu cuzão! - Dallas conseguiu
avançar mais para frente, em direção à tomada, quase se soltando de Johnny B. e fazendo que eu
tropeçasse e caísse para trás.
E então mãos fortes me pegaram e braços fortes me impediram de cair de bunda no chão. Com
um só movimento, Stark me colocou de pé, atrás dele e contra a parede. Então ele encarou Dallas. - Vá
embora - Stark não levantou a voz. Ele soou calmo, frio e totalmente perigoso. - Esta briga não é sua -
Dallas respondeu, mas ele já tinha parado de se debater para se soltar de Johnny B. - Se Zoey está nela,então a briga é minha. E você precisa entender que eu vou vencer sempre. Então, desista. - Acabem
com isso agora! - soando como um general comandando tropas em retirada, Dragon Lankford e vários
Filhos de Erebus, inclusive Darius, irromperam na cena, colocando-se entre Dallas e Rephaim. O rosto
do Mestre da Espada era como uma nuvem de tempestade. - Dallas, você fica ai - ele apontou um local
na frente dele então, mal olhando para Rephaim, acrescentou: - E você aí - Dragon apontou para um
espaço vazio ao lado de Dallas. Os dois garotos fizeram o que ele ordenou, apesar de Dallas ainda
continuar olhando com ódio para Rephaim. Já o olhar de Rephaim estava totalmente concentrado no
Mestre da Espada, que começou a falar severamente com os dois. - Eu não vou tolerar brigas nesta
escola. Esta não é uma escola humana de ensino médio. Eu espero que vocês cresçam e parem com
esse comportamento infantil e desprezível - Dragon olhou para Dallas e Rephaim. Vocês entenderam? -
Eu entendi - Rephaim falou rápido e claramente. - Não quero causar problemas. - Então vá embora,
porque enquanto você estiver aqui vai haver problemas! - Dallas disse. - Não! - Dragon proferiu a
palavra como um chicote. - Não vai mais haver problemas nesta escola você vai responder a mim. - Ele
não pertence a este lugar - Dallas falou, mas a sua voz estava mais baixa e ele parecia mais rabugento
do que perigoso.
- Eu concordo com você, Dallas - Dragon falou. - Mas Nyx não concorda. Enquanto a Morada da
Noite servir a Nyx nós vamos obedecer as escolas dela, mesmo que ela escolha o perdão que nós não
podemos dar. - Não pode ou não quer? - Stevie Rae atraiu a atenção de todos. Ela marchou para o lado
de Rephaim, pegou a mão dele e encarou Dragon. Eu achei que ela parecia totalmente uma Grande
Sacerdotisa poderosa que estava irritada o bastante a ponto de cuspir fogo, e fiquei feliz que o
elemento dela fosse terra e não as chamas. - Rephaim não começou essa encrenca com Dallas. Tudo o
que ele fez foi me defender quando Dallas me chamou de outra, cadela e outras coisas feias demais
para que eu repita. Se fosse qualquer outro no lugar de Rephaim, você não estaria no lado de Dallas. -
Eu posso entender que Dallas e muitos estudantes tenham dificuldade em aceitar Rephaim - Dragon
disse sem rodeios. - Isso é algo que vocês terão que resolver com a Deusa - a voz de Neferet passou por
entre a multidão de modo sedutor. Todo mundo se virou para vê-la na frente da porta com Thanatos
ao seu lado. - De acordo com todas as informações, a Deusa se pronunciou pela aceitação de Rephaim -
Thanatos afirmou. - Dallas, você simplesmente vai ter que segui a decisão de Nyx, assim como você,
Mestre da Espada. - Ele está sendo bem aceito - Stevie Rae soou muito perturbada. - Como eu estava
tentando explicar, era Dallas quem estava criando problemas, não Rephaim. - E esses problemas vão
acabar - Dragon falou. - Eu deixei isso bem claro. - Você também deixou bem claro que não quer
Rephaim aqui - Stevie Rae rebateu.
- O nosso Mestre da Espada não tem a obrigação de gostar de nenhum de nossos estudantes -
Neferet interveio com um ar complacente, balançando a cabeça. - O seu dever é nos proteger e não
nos paparicar. - O seu dever também é ser justo e honrado - Thanatos emendou. - Dragon Lankford,
você acredita que pode ser justo e honrado ao lidar com Rephaim, apesar dos seus sentimentos
pessoais por ele? Dragon estava com a expressão fechada e a voz tensa, mas a sua resposta saiu sem
nenhuma hesitação. - Acredito. - Então eu aceito a sua palavra como verdadeira e legítima - Thanatos
disse. - Como todos devem fazer. - Todos também devem ir para a segunda aula - Neferet falou
rispidamente. - Isso já tomou nosso tempo demais - ela olhou desdenhosamente para Rephaim e
Stevie Rae, antes de se virar regiamente, tocando para dentro os garotos que estavam perto dela.
Dragon se juntou a ela, levando os estudantes embasbacados de volta para os corredores, como se ele
estivesse arrebanhado gado. - Você consegue ver as Trevas que rodeiam Neferet e os outrosvermelhos? - Stark me surpreendeu ao dirigir a pergunta direto para Thanatos. A vampira membro do
Conselho Supremo hesitou e então balançou a cabeça devagar. - Eu nunca negociei com as Trevas. Elas
não são visíveis para mim. - Eu consigo vê-las - Rephaim afirmou. - Stark está certo. - Eu também
consigo vê-las. Elas deslizam em volta deles como insetos, tocando-os e constantemente se juntando -
Stevie Rae acrescentou em voz baixa e estremeceu. - É nojento.
- E Dragon? - eu perguntei. - Elas estão em volta dele também? Foi Rephaim quem me
respondeu. - Sim e não. Elas o estão seguindo, mas não se ligam a ele como fazem com os outros. - eles
suspiraram pesadamente. - Pelo menos, não até agora. - Não é culpa sua - Stevie Rae disse a ele com
determinação. - A escolhas de que Dragon está fazendo agora não são culpa sua. - Vou acreditar nisso
no dia em que ele me perdoar - Rephaim falou. - Vamos, eu vou acompanha-la até a segunda aula. Nós
nos despedimos e combinamos de nos encontrar no almoço, mas Stark e eu não fomos a lugar
nenhum. Apenas ficamos ali com Thanatos, observando Rephaim e Stevie Rae se afastarem. - O garoto
tem consciência - Thanatos comentou. - Sim, ele tem - eu concordei. - Então ainda há esperança para
ele - ela afirmou. - Infelizmente, isso é algo que Dragon Lankford vai ter que descobrir sozinho, se a
morte da sua companheira não fez que ele se perdesse totalmente de quem ele é. - Você acha que
aconteceu isso? Você acredita que Dragon se perdeu totalmente? - eu quis saber. - Acredito - Thanatos
respondeu.
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Destinada the house of nigth
VampireHá novas forças trabalhando na Morada da Noite. Algumas delas ameaçam sua estabilidade. Zoey está finalmente em casa, segura, ao lado do guerreiro Stark, se preparando para enfrentar Neferet. Kalona lançou seu poder sobre Rephain. E, após terem sido...