CAPÍTULO 21-NEFERET

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CAPÍTULO 21 – NEFERETE
As coisas estavam indo muito bem. Os novatos vermelhos estavam causando problemas. Dallas
odiava Rephaim com uma intensidade que era simplesmente adorável. Gaea estava toda estressada
por causa dos humanos jardineiros. Tanto que havia se esquecido de trancar o portão lateral de
manutenção, e uma das pessoas que normalmente passavam pela Cherry Street havia sido de algum
modo compelida a vagar pela Utica Street e a entrar no campus pelo portão destrancado.
- E ele quase tinha sido dividido ao meio rapidamente por Dragon, que vê um Raven Mocker em
cada sombra - Neferet praticamente ronronou. Ela deu alguns tapinhas no seu queixo enquanto
pensava. Neferet odiava que Thanatos tivesse invadido a Morada da Noite. Mas o lado positivo do
método interrompido do Conselho Supremo era que o faro de forçar todos aqueles novatos especiais a
ficarem na mesma sala de aula ia funcionar como colocar gravetos secos em um braseiro.
- Caos! - Neferet gargalhou. - Ele vai dar um jeito de causar um incêndio. As Trevas, que eram a
sua companhia constante, deslizaram para mais perto, envolvendo-se carinhosamente ao redor das
pernas dela. Durante o horário de aula anterior, ela ouvira duas das amigas ridículas de Zoey
conversando. Parecia que as gêmeas, Shaunee e Erin, haviam tido uma desavença que estava afetando
todo o grupo. Neferet bufou sarcasticamente. - É claro que isso ia acontecer. Nenhum deles é forte o
bastante para ficar sozinho. Eles se amontoam como ovelhinhas que tentam se proteger do lobo - ela
ia se divertir vendo como aquele pequeno drama ia acabar. - Talvez eu possa ficar amiga de Erin nesse
período de carência dela... - ela refletiu em voz alta. Neferet sorriu e abriu as pesadas cortinas de
veludo, que normalmente cobriam as amplas janelas com pinázios e protegiam os seus aposentos
privados dos olhos bisbilhoteiros da escola. Ela abriu a janela, inalando profundamente a brisa fresca e
cálida. Neferet fechou os olhos e abriu os seus sentidos. Ela farejou no vento o perfume mais do que
familiar do incenso do templo e o cheiro do gramado de inverno recém-cortado. Neferet abriu a sua
mente para saborear os aromas de emoção que turvavam e se levantavam na Morada da Noite e de
seus habitantes. Ela era intuitiva de um jeito literal e não tão literal. Outras vezes, ela conseguia, de
fato, ler pensamentos momentâneos. Outras vezes, ela podia apenas experimentar emoções. Se essas
emoções eram fortes o bastante, ou se a mente da pessoa era fraca o suficiente, ela conseguia até
vislumbrar imagens mentais - retratos dos pensamentos que habitavam dentro da mente.
Era mais fácil quando ela estava próxima da pessoa, fisicamente e emocionalmente. Mas não
era impossível peneirar noite adentro e captar coisas, principalmente em uma noite tão cheia de
emoções como esta. Neferet se concentrou. Sim, ela sentiu tristeza. Ela a examinou atentamente e
reconheceu a emoção banal de Shaunee, Damien e até Dragon, apesar de vampiros serem sempre
mais difíceis de decifrar do que novatos ou humanos. Os pensamentos de Neferet se voltaram para os
humanos. Ela tentou captar algo de Aphrodite, tentou atingir nem que fosse um minúsculo pedaço da
emoção da garota, mas ela falhou. Aphrodite sempre foi tão indecifrável para ela quanto Zoey. - Não
importa - ela sufocou sua irritação. - Há outros humanos em jogo na minha Morada da Noite. Neferet
pensou em Rephaim, nas feições fortes do seu rosto que claramente remetiam às de seu pai... Pensou
na paixão obsessiva que o tinha levado à sua forma humana... Novamente, nada. Ela não conseguiu
encontrar Rephaim, apesar de saber que ele devia estar repleto de emoções decifráveis. Muitoestranho. Humanos normalmente eram presas tão fáceis. Humanos... Neferet sorriu quando
concentrou sua atenção em um humano mais interessante. O cowboy, aquele que ela havia escolhido
tão cuidadosamente para a pobre, querida e frustrada Lenobia. O que era mesmo que a Mestra dos
Cavalos havia dito quando elas se conheceram e Lenobia acreditou que elas eram amigas? Ah, Neferet
se lembrou. Elas conversaram sobre companheiros humanos e como nenhuma das duas desejava ter
um. Neferet não tinha admitido que eles embrulhavam o seu estomago e que ela nunca, nunca
permitiria que um humano a tocasse sem que ela fosse violenta com ele. Em vez disso, ela
simplesmente ouvira Lenobia confessar: uma vez eu amei um garoto humano. Quando eu o perdi,
quase perdi a mim mesma. Eu não posso deixar isso acontecer nunca mais, portanto prefiro ficar longe
de humanos. Neferet fechou os olhos, inspirou profundamente e afundou suas unhas compridas e
afiadas na palma da sua mão esquerda. Quando o sangue empoçou e começou a gotejar, ela o
ofereceu às sombras perscrutadoras, pensando no cowboy que ela havia plantado no solo fértil da
arena de Lenobia. Empreste o poder das Trevas para mim Para que as emoções dele eu possa ver! A
dor na palma da sua mão não era nada em comparação ao fluxo de poder gelado que ela recebeu.
Neferet controlou esse poder e se concentrou no estábulo. Ela foi bem recompensada. Ela podia sentir
o fervor e a paixão do cowboy, o seu arrebatamento e o seu desejo. E então ela riu alto, pois também
sentiu a sua dor e a sua confusão, junto com uma onda colateral que só podia ser o coração partido de
Lenobia. - Isso é tão saboroso! Tudo está acontecendo de acordo com meus planos. Distraidamente,
Neferet afastou o filamento de Trevas mais agressivo e lambeu as feridas na palma da sua mão,
fichando-as. - Por enquanto, é só. Esperem até mais tarde para receberem mais - ela riu da relutância
dos filamentos em parar de se alimentar dela. Ela os comandava facilmente. Eles sabem que a minha
verdadeira fidelidade, a minha verdadeira oferenda, é só para ele: o touro branco. Só de pensar nele e
no seu poder magnífico, Neferet estremeceu de desejo. Ele é tudo o que um deus ou uma deusa deve
ser; possa aprender muito com ele.
Então Neferet se decidiu. Ela iria dar uma desculpa para Thanatos, sempre curiosa demais, e
sair da escola antes do amanhecer. Ela precisa estar com o touro branco... precisava absorver mais do
que poder. Ela fechou os olhos e respirou o ar da noite, deixando que a lembrança do seu Consorte - as
Trevas em pessoa - a cortejasse. E por um momento Neferet acreditou que estava quase feliz. E então
ela se intrometeu. Ela sempre se intrometia. - É sério, Shaunee, você não pode ficar aqui. Neferet
curvou os lábios em um sorriso sarcástico quando ela abriu os olhos e olhou através da sua janela para
a calçada abaixo. Zoey havia pegado a garota negra pelo braço e estava obviamente tentando impedi-
la de sair para o estacionamento. - Olha só, eu tentei, mas hoje foi um inferno. Realmente um inferno.
Então eu vou buscar a mala que fiz para levar para a estação e deixei no ônibus, e vou voltar para o
meu antigo quarto no dormitório. - Por favor, não faça isso - Zoey pediu. - Eu preciso. Erin continua me
magoando sem parar - ela disse, e Neferet achou que a garota estava quase chorando. A fraqueza dela
causou repulsa à Tsi Sgili. - E de qualquer forma, o eu importa? - Importa porque você é uma de nós! -
o afeto sincero na voz de Zoey despertou o ódio de Neferet. - Você pode ficar irritada com Erin. Vocês
podem até parar de ser melhores amigas, mas você não pode deixar a sua vida inteira explodir por
causa disso. - Não sou eu que estou explodindo nada. É ela - Shaunee afirmou.
- Então seja uma pessoa melhor. Seja você mesma, e talvez fazendo isso você possa mostras a
Erin como ser sua amiga de novo. - Mas não minha gêmea - Shaunee falou tão baixo que Neferet quase
não conseguiu ouvi-la. - Não quero ser gêmea de ninguém de novo. Eu só quero ser eu mesma. Zoey
sorriu. - É si o que você precisa ser. Vá para a sexta aula e eu prometo que vou conversar com Erin.Vocês ainda fazem parte do nosso circulo, e isso tem que contar para alguma coisa. Shaunee
concordou devagar. - Tudo bem, mas só se você falar com ela. - Eu vou falar. Neferet sorriu
desdenhosamente de novo quando Zoey abraçou a garota negra, que começou a voltar para o prédio
principal da escola. Ela imaginou que Zoey fosse voltar com Shaunee, mas ela não foi. Em vez disso, os
ombros dela desabaram e ela esfregou a testa, como se estivesse com dor de cabeça. Se a vaquinha
ficasse fora dos assuntos dos outros, não teria nenhuma preocupação, Neferet pensou enquanto
observava Zoey sair da calçada e chutar de um jeito meio barulhento uma lata que os humanos da
manutenção do jardim tinham, sem duvida, deixado para trás. Neferet sorriu por saber o que esses
restos de lixo provocariam na exigente Gaea. A lata que Zoey chutou rolou até parar na raiz exposta de
um dos antigos carvalhos que pontuavam os jardins da escola. Os galhos desfolhados pelo inverno se
balançaram com outra rajada de vento quente, quase ocultando Zoey da sua visão - quase como se
eles estivessem se esticando para protegê-la, quando a garota se inclinou para pegar a lata. Protegê-
la...
Neferet arregalou os olhos. E se Zoey realmente precisasse de proteção? As árvores certamente
não fariam isso, não sem que a garota irritante invocasse a terra. E Zoey não saberia que ela precisava
chamar a terra se uma súbita rajada de vento - um acidente repentino - fizesse com que um galho
quebrasse e caísse em cima dela. Zoey não saberia o que estava acontecendo...
Sem vacilar, Neferet enfiou as unhas nas feridas rosa que ainda não estavam cicatrizadas. Ela
levantou a mão, empoçada de sangue e disse: Bebam e obedeçam O galho tem que fazer mais do que
ser envergado Arranquem-no... quebrem-no.. para a terra ele deve ser atirado Esmaguem-na...
Machuquem-na... Matem a garota Zoey. Neferet se preparou para a dor que o ato de alimentar as
Trevas costumavam provocar, mas ela se surpreendeu ao não sentir nada. Ela desviou os olhos da
árvore e se voltou para a palma da sua mão. Os filamentos de Trevas pegajosos estremeciam e se
contorciam ao redor dela, mas não estavam se alimentando. O que você pede desafia o Destino Para
isso tem que ser grande sacrifício. As palavras flutuaram pela mente de Neferet, e ela reconheceu o
eco do poder de seu Consorte nelas. "O que você precisa de mim? Que sacrifício tem que ser?" A
resposta retumbou na mente de Neferet. A força vital dela realmente exige. Que o sacrifico seja
equivalente à sua ordem.
Neferet se encheu de irritação. Zoey sempre causava problemas para ela! Com um esforço
considerável, Neferet controlou seu tom de voz para que suas palavras não ofendessem seu Consorte.
Eu altero o meu pedido Não mata-la seria melhor. Assustem-na... machuquem-na Mas deixem a sua
linha da vida intata e imaculada.
Com uma entrega dolorosa, Neferet sentiu os filamentos das Trevas avançarem com ímpeto no
sangue empoçado na sua mão. Ela não se retraiu. Ela não gemeu. Neferet sorriu e apontou para a
árvore. Meu sangue de mim para ti Pela minha ordem... reduzam-na a pó! As Trevas jorraram da janela
de Neferet. Imitando o vento, elas giraram em volta dos poderosos galhos do carvalho. Totalmente
fascinada, Neferet observou. Zoey havia pegado a lata e estava afastando devagar da arvore em
direção a calçada. Mas o velho carvalho era enorme e a garota ainda estava embaixo da sua cobertura.
Como um chicote, as gavinhas das Trevas se enrolaram em volta do galho mais baixo. Houve um som
terrível e maravilhoso de crack! O galho se quebrou e foi arremessado violentamente para baixo,
enquanto Zoey olhava para cima com os olhos arregalados e a boca aberta de choque. Apesar do que oseu Consorte havia dito, por um momento extraordinário Neferet acreditou que Zoey poderia, de fato,
ser morta.
E então, de um modo totalmente inesperado, um borrão prateado invadiu a cena. Zoey foi
empurrada para fora do caminho e o galho gigantesco se estatelou sem causar danos no jardim.
Enquanto Neferet observava incrédula, Aurox e Zoey começaram a se desvencilhar da bola
emaranhada que eles haviam se tornado quando ele a salvou do acidente. Fazendo um som de
absoluto desgosto, Neferet se afastou da janela e fechou as pesadas cortinas. - Digam ao meu Consorte
que eu acho que ele poderia ter permitido que ela ficasse mais machucada do que isso - ela falou para
os filamentos negros que se contorciam, e eram sua constante companhia, sabendo que eles iriam
transmitir ao touro branco, se não exatamente as suas palavras, pelo menos o seu sentido. - Acho que
o meu sangue vale mais do que um tombo, apesar de eu reconhecer que foi sábio da parte dele deixar
que Aurox a salvasse. Isso vai fazer parecer ainda mais heroica aos olhos dos tolos jovens novatos - os
olhos esmeralda de Neferet se arregalaram quando a sua compreensão se ampliou. - Que complicação
mais saborosa se um dos jovens novatos tolos a ver o Receptáculo como herói for Zoey Redbird em
pessoa! - as Trevas se enrolaram nas suas pernas quando ela saiu dos seus aposentos e, sorrindo
furtivamente, foi procurar Thanatos.
ZOEY
Então, eu tinha acabado se fazer uma coisa boa. Duas coisas boas, na verdade. Eu havia
convencido Shaunee a não sair da estação e tinha recolhido o lixo. Eu estava segurando a lata de
refrigerante pensando em como eu gostaria de beber um bem geladinho e marrom quando o vento,
que estava soprando feito louco a noite toda, deu uma rajada gigante e crack! O galho gigante bem
acima de mim se quebrou. Eu não tive tempo para fazer nada além de olhar embasbacada com um
pavor silencioso e paralisante - e então ele me atingiu pelo lado, embaixo e com força, como eu já
tinha visto jogadores fazendo milhões de vezes no campo de futebol americano. Todo o ar foi
empurrado para fora de mim e eu senti que estava sufocando embaixo de um cara de mais ou menos
uma tonelada. - Saia de cima de mim! - falei de modo ofegante, tentando empurrar a perna dele que
estava envolta do meu corpo. Eu me agitei tanto que, com um grunhido, ele se desvencilhou de mim.
Quando ele ergueu o seu peso, consegui de fato sugar o ar com força. Eu meio que dei umas
cotoveladas para conseguir me sentar. Minha mente estava funcionando devagar. Como canto do olho,
vi o galho enorme, ainda balançando por causa do seu impacto contra o chão. Isso podia ter me
matado, eu percebi e levantei os olhos para a pessoa a quem eu devia uma muito obrigada bem
verdadeiro. Um par de olhos de pedra da lua estavam me encarando. Ele levantou as mãos no instante
que nossos olhos se encontraram e se afastou um pouco para trás, como se esperasse que eu fosse
ataca-lo. Uma sensação quente se irradiou da pedra da vidência que pendia entre os meus seios. Ela
encheu meu corpo de calor, como se esse calor fosse intensificado pelo contato com a pele de Aurox.
Só podida ser minha imaginação, mas parecia que o calor da pedra permanecia no meu corpo mesmo
depois que ele não estava mais me tocando. - Eu estava patrulhando. - Eu estava patrulhando.
- É - eu falei e desviei os olhos dele, ocupando-me em tirar as folhas e o gramado da minha
blusa enquanto tentava colocar em ordem meus pensamentos embaralhados. - Você faz bastante isso.
- Eu vi você embaixo da árvore. - Ahan - continuei me limpando enquanto minha mente berrava: Aurox
salvou a sua vida! - Eu não ia me aproximar de você, mas ouvi o galho quebrando. Eu achei que não iaconseguir chegar a tempo - a voz dele parecia tremula. Então olhei para Aurox. Ele parecia super sem
jeito. Enquanto eu olhava para ele, parado ali, parecendo deslocado e abobado, eu de repente percebi
que, não importava o que ele era, naquele momento Aurox era simplesmente um garoto inseguro
como qualquer outro adolescente. Um pouco de ansiedade e do desconforto terrível que eu senti
desde o primeiro momento em que vi começou a desaparecer. - Bem, estou feliz que você conseguiu
chegar a tempo - mantive minha voz calma e minhas emoções sobre controle. A última de que eu
precisava era que Stark aparecesse atacando. - E você pode baixar as mãos. Eu não vou mordê-lo nem
nada parecido. Ele abaixou as mãos e as enfiou no bolso da sua calça jeans. - Eu não queria derruba-la.
Eu não queria machuca-la - ele afirmou. - Aquele galho teria feito bem pior. Além disso, foi uma boa
jogada. Heath teria aprovado - eu disse e então fechei a boca. Por que diabos eu estava falando sobre
Heath com ele?
Aurox Simplesmente pareceu totalmente confuso. Suspirei.
- O que eu quero dizer é: obrigada por me salvar. Ele piscou surpreso. - De nada. Comecei a me
levantar e ele estendeu a mão para me ajudar. Olhei para ela. Era uma mão perfeitamente normal. Não
era nada parecida com um casco de animal. Coloquei a minha mão na dele. Nossas palmas se juntaram
e eu percebi que não estava imaginado coisas. O toque dele realmente irradiava o mesmo calor que a
pedra da vidência. Assim que fiquei em pé, soltei minha mão da dela. - Obrigada. De novo - eu disse. -
De nada - ele fez uma pausa e quase sorriu. - De novo. - É melhor eu ir para a sexta aula - quebrei o
silencio que havia começado a se instalar entre nós dois. - Preciso terminar de tratar uma égua. - Eu
tenho que continuar a patrulhar - ele falou. - Então, a única aula que você tem que assistir é a
primeira? Sim, como Neferet ordenou - ele respondeu.
Eu achei que ele soou estranho. Não exatamente triste, mas meio resignado e ainda um pouco
sem jeito. - Tá certo. A gente se vê na primeira aula amanhã - eu não sabia mais o que dizer. Ele
assentiu. Nós nos viramos e começamos a cada um seguir o seu caminho, mas uma coisa sobre a
primeira aula surgiu na minha mente e eu sabia que não ia me deixar em paz. Então parei. - Aurox,
espere! - eu o chamei e ele, parecendo curioso, voltou para me encontrar perto do galhO quebrado. -
Ahn, aquela pergunta que você escreveu hoje era pra valer? - Para valer? - É, tipo, você realmente não
sabe o que você é? - perguntei. Ele hesitou pelo que pareceu um longo tempo antes de me responder.
Eu pude ver que ele estava pensando e talvez analisando o que ele devia e o que não devia me contar.
Eu estava me preparando para dizer algum clichê (falso) do tipo " não se preocupe, não vou contar a
ninguém", quando ele finalmente falou: - Sei o que eu devo ser. Não sei se isso é tudo o que eu
verdadeiramente sou. Nossos olhos se encontraram e dessa vez eu claramente vi tristeza ali. - Espero
que Thanatos o ajude a encontrar suas respostas. - Eu também - ele disse. Então ele me surpreendeu
ao acrescentar: - Você não tem um espírito maldoso, Zoey. - Bem, eu não sou a garota mais legal do
mundo, mas tento não ser maldosa - eu respondi. Ele assentiu, como se o que eu falei tivesse feito
sentido para ele. - Bom, agora eu nessa mesmo. Boa sorte no resto da sua patrulha. - Tome cuidado
quando andar embaixo de árvores - ele afirmou e então saiu correndo. Levantei os olhos para a árvore.
Aquele vento selvagem e louco agora estava suave e quase imperceptível. O velho carvalho parecia
forte, firme e totalmente inquebrável. Enquanto eu andava para a sexta aula, pensei em como as
aparências enganam.

Destinada the house of nigth Onde histórias criam vida. Descubra agora