Capítulo 09

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Música: Bruno Mars - When I Was Your Man .


***

Victor entrou no escritório e deixou seu corpo escorregar em sua poltrona, deitou a cabeça entre os braços que descansavam em cima da mesa de carvalho. Iria ser difícil, não seria nada fácil reconquistá-la. Olhando para sua mão esquerda, ele rolou entre os dedos a enorme e chamativa aliança de ouro maciço. Nunca conseguiu tirá-la do dedo, até tentou, mas sentiu como se um pedaço seu tivesse sido arrancado, era como se a esperança de tê-la novamente um dia, fosse tirada também de seu coração.

Por Deus! Porque fizera tudo errado? Pela milésima vez ele se perguntava a mesma coisa, porque se deixara levar pela arrogância, pelo orgulho, pelo medo de ser feliz e de fazer feliz a única mulher que amou na vida?

Tudo deveria ter sido diferente, eles poderiam estar juntos todo esse tempo e poderiam quem sabe, terem tido filhos, imaginava como seriam seus filhos com ela. Uma linda garotinha com os cabelos e olhos iguais aos dela.

Chacoalhou a cabeça para espantar os pensamentos, tudo o que precisava agora era se concentrar e encontrar a maneira certa para reconquistá-la. Amava-a, como a amava! Todos esses anos e nunca deixou de sonhar com ela, de querê-la, de desejá-la, de poder senti-la novamente em seus braços.

Aquela noite seria um suplício para ele, ter que dormir ao seu lado, sentindo seu corpo encostado ao seu, será que conseguiria resistir a isso? Ao desejo insano que tomava conta de seu ser só em sentir o perfume de sua pele?

Suspirou e se recostou na poltrona em uma posição que quem o visse poderia achar que ele estava relaxado, mas relaxado era tudo o que ele não estava, pelo contrário, estava mais tenso que nunca.

O telefone tocou e ele atendeu, era o telefonema que esperava, conversou com o sheik combinando o dia da viagem, a estadia seria no palacete, para ele seria perfeito, teria mais tempo para desfrutar da companhia da esposa e não desperdiçaria nenhum momento, usaria todos para tê-la novamente para si.

***

Fernanda pesquisou tudo o que podia sobre o jantar, preços, os melhores buffet's, serviços de entrega e de garçons, seguranças, manobristas, tudo o que poderia pesquisar em um começo, elaborara uma lista das melhores empresas que prestavam esse tipo de serviço.

Victor tinha razão, ela precisaria comprar roupas novas, seus vestidos estavam ultrapassados e agora ela precisaria estar apresentável, queria que ele sentisse orgulho dela, que notasse o quanto ela mudara, que era uma mulher que sabia o que fazia, o que queria.

Mas, para que queria que ele sentisse orgulho se depois de seis meses iria embora? Não havia necessidade disso, não poderia permanecer mais que isso, havia sido o combinado e duvidava que ele iria querer, ou que ele pediria para que ela ficasse. Só que sabia que dessa vez partiria mais dilacerada que nunca. Se antes fora difícil, dessa vez seria a morte em vida para ela ter que deixá-lo, agora sabia que nunca deixou de amá-lo e desconfiava que isso nunca aconteceria.

Como fazer para arrancar um amor do peito? Como fazer para deixar de amar tão intensamente alguém? Poderia tentar conquistá-lo, mas como? Se durante todo o tempo em que ficaram casados ele nunca lhe dera a brecha que precisava para tentar entrar em seu coração, porém, conseguira perceber que ele estava mais receptivo, para alguém que dissera precisar dela para um compromisso profissional, ele estava tratando-a muito bem, com um certo carinho até.

Será que poderia tentar? Victor era uma perdição, a tentação em forma de homem, nunca conseguiria resistir a ele, só de vê-lo seu coração já começava a sambar dentro do peito, parecia querer pular pela boca, suas mãos umedeciam de suor, sua mente ficava embotada de desejo, sempre foi assim e agora, ainda era assim, se ele a tocasse, ela se derreteria toda em seus braços, tinha certeza disso, seria uma provação ter que dormir ao seu lado na cama e manter distância.

***

Fernanda subiu para dormir exatamente às dez horas da noite, estava muito cansada, entrou no quarto, fez sua higiene, limpou a pele do rosto e passou um creme próprio para sua pele, escovou os cabelos e vestiu uma camisola branca, era acima do joelho, com um discreto decote no busto e uma abertura nas costas que as deixavam nuas.

Ajeitando os travesseiros, deitou-se e cobriu-se com o grosso edredom, alí dentro da casa estava uma temperatura gostosa, mas ela era friorenta por natureza, quando ainda estava casada com Victor, ele as vezes a abraçava e puxava seus pés em meio as coxas fortes, esquentando-os, adorava sentir a quentura do corpo dele colado ao seu, mas eram raros esses momentos.

Ouviu passos pesados se aproximando e fechou os olhos fingindo dormir, percebeu quando ele abriu a porta e entrou no quarto, que ficou alguns instantes parado próximo a cama, ouviu seu suspiro, o que ele estaria pensando?

Notou que ele entrou no banheiro e ouviu o barulho da água do chuveiro caindo, alguns minutos depois o chuveiro foi desligado, mais alguns minutos passaram e a porta abriu, sentiu o colchão dar uma leve abaixada e sentiu o cheiro amadeirado da pele dele, sua própria pele se arrepiou ao sentir que suas entranhas se apertavam, como aguentaria se ficava excitada só em sentir seu cheiro?

Levou um susto ao sentir o braço dele a puxar para junto de si, segurou a respiração quando suas costas bateu de encontro ao tórax forte. Puta merda, ele também a desejava, a evidencia estava logo ali, encostada em seu traseiro, pulsante, dura, latejante. Como conseguiria se controlar?

A respiração dele estava levemente acelerada e batia em cheio em seu pescoço desnudo, arrepiando-a inteira, ele deve ter notado porque a puxou ainda mais para seus braços, encostando os lábios na pele de seu ombro esquerdo, um gemido baixinho escapou por sua boca, ela mordeu os lábios se repreendendo mentalmente por isso, torcendo para que ele não tivesse ouvido, mas pelo jeito não obtivera sucesso, porque ele ouvira, dera um sorrisinho e a virou de bruços na cama.

—Eu sei que poderá não acreditar, mas eu estava morrendo de saudades de sentir seu corpo dessa maneira. – ele sussurrou com voz levemente enrouquecida.

—Victor! Não devemos! – ela respondeu com voz estranhamente fraca, porém, sua perna já estava levemente levantada e passava sobre a enorme ereção dele.

—Tem certeza? Tem certeza de que não me quer tanto quanto eu a quero? Consegue negar esse desejo insano que sempre fez parte de nós? – ele perguntou pressionando a coxa em sua intimidade.

Ela gemeu ao senti-lo.

—É só sexo Victor, só sexo. – ela respondeu.

—Chame como quiser, mas eu vou fazer amor com você, agora!

~*~

Sonho ou RealidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora