Sonho ou Realidade

Capítulo 16:

Música: Pink e Nate Ruess - Just Give Me A Reason.

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"Dê-me apenas um motivo...

Só um pouquinho já basta...

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados...

E podemos aprender a amar novamente..."

(Pink)

Apesar de não ter o mesmo brilho que Marrakesh e nem tão caótica quanto Casablanca, Rabat era limpa, organizada o povo era calmo e os parques e praças lindamente arborizados. Não era para menos já que era a residência oficial do rei Mohammed VI, era o centro do país, sede das embaixadas e centro político. Com certo ar provinciano e 60 quilômetros do belo litoral do Atlântico, a cidade com cerca de 1,7 milhão de habitantes tem sítios históricos importantes.

O palácio do sheik Aziz Farid fora construído em 1864, possuía um belo jardim andaluz, com limoeiros, ciprestes e tamareiras, concebido pelos franceses no início do século 20. O palácio localizava-se em Touarga (ou "cidade real"), a comuna urbana com estatuto especial da prefeitura de Rabat. O complexo incluía uma mesquita, por casernas de guarda, por uma escola, campo de golfe e até mesmo um pequeno hipódromo.

Todos os edifícios eram cobertos de telhas verdes, um material reservado em Marrocos à realeza marroquina e a edifícios religiosos muçulmanos, estruturados segundo o modelo das casas citadinas tradicionais e orientados para vastos jardins e pátios interiores muito ornamentados. No complexo trabalhavam e residiam cerca de duas mil pessoas.

Ao contrário do que poderia supor, as mulheres marroquinas pareciam liberadas, já que existiam até mesmo mulheres dirigindo ônibus, em geral, as mulheres mais velhas usavam vestes que deixavam apenas os olhos de fora, apesar que no geral, as vestimentas eram bem recatadas, algumas usavam lenços escondendo os cabelos, outras deixavam os cabelos soltos mesmo, não se via mulheres marroquinas usando shorts, blusas decotadas, até mesmo para o homem expor a pele parecia não ser de bom tom.

Fernanda havia lido muito sobre os costumes e cultura do país quando soube que viajaria com Victor para o Marrocos, por esse motivo, escolhera uma túnica parecida com as que vira muitas mulheres usando, para a viagem, nenhum pedacinho de pele exposta, apenas seu rosto, ao vê-la, Victor olhou-a com olhar apreciativo.

As ruas da medina eram labirínticas e sinuosas, no entanto, sempre encontrava-se o que estava procurando. O clima estava ótimo, fazia em torno de vinte e poucos graus, apesar de que ouviram dizer que durante a noite o clima caia drasticamente, o que fizera Fernanda pensar que viajar durante o inverno deveria ser muito frio e o verão, pelo que se sabia, costumava ser indecente de tanto calor.

Foram muito bem recebidos no palácio, imediatamente encaminhados para seus dormitórios, Fernanda se assustou ao notar que não ficaria no mesmo quarto que o marido, não havia passado por sua cabeça que em pleno século XXI, as mulheres teriam aposentos separados dos homens no palácio. Victor também não gostara da ideia, mas, o mordomo que o acompanhava lhe informara que quando quisesse os "serviços" de sua esposa, era só avisá-lo que ele encarregaria a governanta da ala das mulheres e que ela informaria a senhora que ele necessitava dela.

Victor sorriu imaginando a cara da esposa quando soubesse desse fato, ela acharia arcaico e extremamente machista, apesar de ter um pouco de charme, ele pensou que viria a calhar, afinal, poderia seduzi-la aos poucos, a cada dia, já que estar junto a ela todos os dias o fazia embotar seus pensamentos, ele não conseguia raciocinar direito e poderia trocar os pés pelas mãos novamente.