Capítulo 10

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Música: Elvis Presley - Always On My Mind.

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"Talvez eu não tenha te tratado tão bem quanto deveria...

Talvez eu não tenha te amado, tanto quanto eu poderia...

Pequenas coisas que eu deveria ter dito e feito...

Eu simplesmente nunca encontrei tempo...

Você sempre esteve em minha mente...

Você sempre esteve em minha mente..."

(Elvis Presley)


Ela arfou com o que ele disse, "fazer amor!" Ouvira bem? Olhando-o nos olhos viu o desejo estampado neles, o que provocou novas ondas de calor por todo seu corpo, a vontade de tocar aquele corpo, de sentir a pele quente, de sentir o gosto daquela boca que sabia beijar perfeitamente bem.

Ele a apertava de encontro a si, fazendo com que ela sentisse cada vez melhor sua potente ereção.

—Você me deseja Fernanda, tanto quanto eu a desejo, não me interessa o nome que você dá a isso, dane-se, sexo, transa, trepar, ou seja lá o que for, eu chamo de fazer amor e para mim é isso.

Ela ouviu bem, seu coração encheu de felicidade, quem sabe ainda não teriam uma chance? Quem sabe ela não conseguiria conquistá-lo? Porque estava descobrindo que fatalmente não conseguiria deixar de sentir por seu esposo esse amor intenso que sentia.

Com as pontas dos dedos, Victor acariciava sua pele exposta, descendo pelo corpo dela, retirou sua camisola devagar, percorrendo com lábios desejosos o mesmo caminho percorrido com os dedos.

Fernanda gemeu baixinho.

—Você gosta disso, não negue, sei o que sente em meus braços, pode não sentir amor por mim, mas o desejo que sente é tão insano quanto o meu.

—Eu te odeio Victor, odeio o que me faz sentir.

—Ótimo, o ódio é melhor que a indiferença. – ele passou os lábios pelo pescoço, colo, descendo até abocanhar um de seus mamilos. –Você me deseja, eu sinto o quanto me quer.

A recusa dela foi engolida pela boca dele que tomou seus lábios em um beijo violento.

Ouviam-se apenas as respirações ruidosas, o beijo se transformou em um beijo carinhoso, delicado, suave. Fernanda sempre pensara que poderia se ver livre daquele amor intenso, daquela paixão desvalida, desse desejo insano que sentia, quando conseguisse ficar em seus braços sem sentir aquele arrebatamento que ele a fazia sentir.

Enganava a si mesma quando achara que havia conseguido se livrar, todo o sentimento estava alí para que ela o vivenciasse, para que ela se sentisse viva novamente. Tinha que reconhecer, ela lutara contra esse sentimento e perdera.

Para Victor era a glória tê-la novamente, poder senti-la assim, tão entregue ao desejo, ao prazer que ele a fazia sentir, que ele despertava naquele corpo maravilhoso que o enlouquecia. Como conseguira se manter longe? Como pudera achar que não sentiria nada estando ao seu lado novamente?

Ele a sentiu pronta para recebê-lo, o que o alegrou, ela sempre fora receptiva ao amor, ao prazer, não poderia deixá-la ir após os seis meses, dessa vez se ele a perdesse, com certeza enlouqueceria, seria o mesmo que ser enterrado vivo, só ele sabia o que passou, o inferno em que viveu desde o momento em que se dera conta que ela havia partido, não conseguiria passar por todo aquele sofrimento novamente, precisava pensar em uma maneira de fazê-la querer ficar, de repente se ele fosse mais carinhoso, se demonstrasse que se importava com ela, sabia que ela ainda não estava preparada para ouvir a verdade, que ele a amava e que sempre a amara, ela não acreditaria nesse momento, precisava conquistar sua confiança primeiro para depois revelar a verdade, aí, quem sabe, ela resolvesse ficar.

Beijou-a novamente, um beijo sensual, quente, um beijo que a fazia ir as nuvens.

—Diga que me deseja Fernanda, por favor, diga que me deseja tanto quanto eu a desejo e que deseja ser minha novamente.

—Eu... eu desejo você. Sim, eu desejo ser sua novamente.

Ao ouvir a confirmação pela boca dela, ele finalmente a penetrou, com cuidado, devagar, carinhoso. Sentindo o peso dele sobre seu corpo, ela se entregou ao prazer, seu corpo há muito a traíra, não conseguia mais raciocinar, tudo o que queria era sentir ele cada vez mais, precisava ter mais dele, tocou-o, sentindo cada pedaço de pele, sentiu-o estremecer e o ouviu gemer com uma nova arremetida.

Era tudo tão intenso, tão prazeroso, como conseguira ficar tanto tempo sem sentir esse prazer? As carícias e as estocadas dele faziam com que o sangue de ambos corresse mais rápido em suas veias, eles já não se controlavam, apenas, abandonaram-se as sensações de seus corpos, impulsos correspondidos, paixão, vibração, arrebatamento.

Parecia um só coração, batendo juntos em um mesmo compasso, o gozo finalmente explodiu para os dois, não havia vencedor, nem vencido, apenas dois amantes que se negavam a enxergar a verdade, a única verdade era que não poderiam jamais viver longe um do outro.

A alma de ambos parecia flutuar, dando vazão a uma sensação muito maior, quando chegaram ao ápice da paixão, sentiram uma satisfação nunca antes sentida, era a realidade, uma chocante realidade.

Fernanda olhou-o nos olhos, viu que ele empalidecera, não pode entender o que acontecera a ele, mas, viu um resquício de compreensão, era como se ele tivesse entendido e aceitado algo que ela não conseguiu deduzir o que poderia ser. Ela entendeu que depois dessa noite, seria difícil permanecer longe dele. Como se negaria a ele? Ele a tinha nas mãos e isso poderia acabar com ela, Victor tinha o poder de espremê-la, de destruí-la totalmente emocional e psicologicamente.

Victor caiu ao lado de Fernanda na cama e a puxou para seus braços, deu-lhe um beijo carinhoso no alto da testa. Como conseguira ficar sem senti-la por tanto tempo? Como conseguiria permanecer longe dela depois dessa demonstração de poder que ela detinha sobre si mesmo? Fernanda nunca teve noção do poder que tinha sobre ele.

Ela poderia destruí-lo completamente quando partisse novamente, nunca mais ficaria sem ela, alí naquele momento ele jurou, prometeu a si mesmo que não a perderia nunca mais, não permitiria que ela saísse de sua vida novamente.

Amava-a, amava-a mais que tudo e faria o impossível para reconquistá-la.

—Você me desejou, Fernanda!

—Sim, é verdade, não vou negar, mas você também me desejou.

—Você tem razão, eu a desejei! Eu a desejo!

—Espero que tenha valido a pena.

—Sempre valeu a pena. Eu tive seu corpo, mas acho que nunca mais terei seu coração.

—Se você quis apenas demonstrar que conseguiria dominar meu corpo, conseguiu, aliás, você sempre conseguiu.

—Nunca foi apenas isso, mas, se é o que pensa, não posso fazer nada quanto a isso.

—Claro que pode, Victor, por favor, você pode fazer alguma coisa a respeito sim. Não quero que você domine meu corpo, nunca quis isso, eu quis que você me amasse, é tão simples.

—E se eu te disser que eu te amava naquela época?

—Eu não acreditaria, não com as suas atitudes.

— Ok, então eu não direi nada por enquanto, só o que peço é que me deixe conquistá-la e que confie em mim, por favor, confie em mim, eu não irei magoá-la novamente, só isso que eu lhe prometo! Esses seis meses serão diferentes de tudo o que já vivemos, você tem a minha palavra!

Olhando em seus olhos, ela percebeu que ele era sincero, suspirou e apenas concordou com um movimento de cabeça, afinal, estariam juntos por intermináveis seis meses, não poderiam viver em uma constante guerra, precisavam tentar conviver bem um com o outro e se ele estava baixando à guarda, por que não aceitar a trégua?

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Sonho ou RealidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora