Pra você guardei o amor - Sam e Cait (Outlander)

Capítulo 15 - Não tivemos escolha

2 anos depois

O gelo no meu copo estava no final quando percebi que não tinha tomado quase nada da bebida que estava na minha mão. Desde de que havia chegado naquela festa tentei me animar e me enturmar, o que foi em vão, pois nada parecia estar se encaixando.

Diferente daquela noite que estava caminhando rapidamente para seu final, minha vida profissional estava indo para caminhos que eu nunca tinha imaginado. Outlander estava crescendo muito, o reconhecimento estava vindo a passos largos. Além disso, eu estava fazendo filmes, meu projeto de caridade estava batendo todos os recordes e para finalizar, a empresa de Whisky estava para ser inaugurada, o que me deixava muito entusiasmado e ansioso ao mesmo tempo.

Junto com ela, recebi um convite para lançar uma linha de tartans em parceria com uma empresa de moda. Para a minha grande surpresa, a primeira edição tinha esgotado em menos de 24 horas e eu não havia mesmo do que reclamar, todos os meus projetos estavam dando certo.

No entanto, eu estava ficando angustiado e sabia o motivo. Aquela noite completava dois anos desde aquela última conversa com Caitriona e talvez, lembrar disso estava me deixando nostálgico.

Eu sabia que ela estava "noiva", mantíamos, na medida do possível nossa amizade, afinal trabalhávamos juntos e ela havia me contado que estava disposta a dar uma nova chance para o amor.

Chance para o amor...? Perguntei a mim mesmo. Ela realmente tinha seguido em frente e esquecido tudo o que tínhamos vivido juntos? Esses pensamentos atormentavam minha mente de tal forma que eu não conseguia deixar de pensar nela.

Sabia que não deveria questionar Caitriona, se ela tinha decidido seguir com a vida dela, eu não poderia impedi-la. Afinal, nós não tivemos escolha...

Para minha surpresa, o cara que ela estava se envolvendo era o tal namorado da adolescência que a levou para ver o mesmo filme que vimos juntos há algum tempo. Lembro de ter ficado encucado com isso, mesmo sem um motivo aparente, e brinquei sobre o assunto com ela quando me contou. No fundo, eu estava me mordendo de ciúme. Não era que depois de anos ele finalmente havia conseguido conquistá-la!? Eu jamais poderia julgá-lo por isso. No lugar dele, eu faria o mesmo.

Quanto a mim? Eu continuava solteiro. Não conseguia sair com ninguém e muito menos ter algo com quem quer que fosse. Inclusive naquela noite, Emily, a única mulher que me acompanhou em uma festa em todo esse tempo, me convidou para irmos para outro lugar, mas não consegui. Não queria ir, eu sabia que ela tinha esperanças de que algo acontecesse entre a gente, o que não ia acontecer.

Olhei para o relógio, ainda estava cedo, muita festa ainda tinha para rolar, mas para mim, não mais. Eu já havia cumprido meu papel e resolvi ir mais cedo para casa.

Segui rumo à saída e me despedi apenas dos produtores que haviam me convidado e tentei sair sem ser percebido.

Eu havia mudado para outro apartamento que ficava muito próximo do antigo, mas pelo menos este não me lembrava tanto Caitriona. A decisão veio em uma manhã, após uma noite em que acordei nostálgico, sentindo saudade dela. Cheguei a chorar lembrando do seu sorriso e do seu olhar atencioso. Duncan foi me visitar em nosso dia de folga e ao ver meu estado, disse que esta teria que ser minha primeira decisão: respirar outros ares, começando por uma nova casa. E assim fiz. Não resolveu meu problema, mas confesso que de certa forma, tinha me ajudado a não pensar tanto nela.

Assim que parei o carro na garagem, olhei para o retrovisor de relance e tive a nítida sensação de que vi uma pessoa sair apressada de lá. Uma silhueta que se parecia muito com uma pessoa específica.

Desci do carro rapidamente e corri para tentar alcançá-la. Será que eu tinha visto demais? Meus olhos até poderiam tentar me enganar, mas meu coração não, e ele estava disparado. Virei a esquina e então, eu a encontrei andando apressada, como se quisesse se esconder de mim. Quando cheguei mais perto, não tive mais dúvida alguma.