O despertador do celular tocava insistentemente. Remexi na cama e olhei a hora: 5h30. Precisava correr, mas acho que meu corpo começava a sentir todo o esforço emocional e estresse dos últimos dias.
Ao mesmo tempo, pensava na descarga de serotonina e endorfina que receberia e como me sentiria bem depois, criei coragem, levantei e fui. Além disso, correr sempre me ajudava a colocar as ideias no lugar e isso era o que mais eu precisava fazer no momento, sem dúvida nenhuma.
A medida que mais e mais cenas íntimas eram gravadas, eu e Cait ficávamos mais à vontade ainda na presença um do outro, o que era muito bom para nosso trabalho e um pouco mais trabalhoso pra mim em ter que lidar com todas aquelas emoções.
Em alguns momentos eu até achava que pudesse estar rolando algo a mais entre nós dois. O jeito que ela me olhava, que me beijava nas cenas, toda a sua liberdade de ficar sem roupa ou com roupas íntimas quando eu ia na casa dela, mas daí eu me lembrava que Cait era uma mulher livre e tudo isso poderia não significar nada.
Quando cheguei, ela estava sentada na minha porta com dois copos na mão e um saquinho ao lado. Estava de olhos fechados mergulhada em algum lugar que eu não podia acessar.
- Cait? - Perguntei devagar colocando a mão no seu joelho para não assustá-la.
- Oi Sam! - Ela abriu os olhos e um lindo sorriso, enquanto me olhava dos pés à cabeça. Senti meu rosto esquentar e me virei para abrir o apartamento e disfarçar.
- Está aí há muito tempo? Me desculpa, eu fui correr e esqueci o celular.
- Não! Eu sabia que você estaria correndo, acabei de chegar na verdade. Trouxe aquele suco para repor as energias e um sanduíche natural que você gosta. Sei que as últimas semanas não foram fáceis. O nosso emocional também gasta energia desgasta.
Eu a olhei e sorri. Mais uma vez ela sabia do que eu precisava: de um bom suco, um bom lanche e principalmente da presença dela.
- Vou tomar uma ducha rápida, me espera?
Claro! Vou arrumando a mesa e fazer um café, porque ninguém é de ferro. - Completou com uma leve risada.
No quarto eu a ouvia pegar as coisas nos armários para fazer o café e preparar nosso desjejum junto com as coisas que ela tinha levado.
De repente escuto Cait se aproximar do quarto e chegar na porta do banheiro para me perguntar onde estava aquele café que ela tanto amava. Só que Cait nunca tinha entrado no banheiro do quarto e não sabia que o box era totalmente transparente e eu não tinha trancado a porta porque não vi necessidade, nunca imaginaria que ela iria lá. Não consegui gritar pra ela não entrar, então apenas segurei a respiração e a vi empurrando a porta. Quando percebeu que tinha me visto totalmente nu, deu um grito de desculpas e fechou a porta na sequência. Gritei que estava tudo bem, mas nem sei se ela chegou a ouvir.
Quando cheguei na sala, ela estava com o rosto vermelho, segurando o riso. Não aguentei e comecei a rir, o que fez com que ela se soltasse em seguida.
- Ai Sam, me perdoa! - Disse quando conseguiu pegar um pouco de fôlego. - Eu não sabia que daria para ver tudo.
- Tudo bem! Afinal, não tinha nada muito além do que você já tinha visto. - Disse enquanto pegava o copo com o suco, mas minha fala fez com que a Cait quase cuspisse o café em uma nova onda de risada.
- Bem, na verdade tem né!? - E deu uma olhada para baixo.
É bem verdade, nas gravações, eu já chego no set com o tapa sexo, que não tapa muita coisa, mas o bastante, digamos assim. E sim, havia coisas que ela não tinha visto. Não que eu me importasse, me preocupava era com ela. Mas a tirar pela risada que ela não conseguia segurar, Cait estava muito bem com isso.
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Pra você guardei o amor - Sam e Cait (Outlander)
FanfictionAo se conhecerem nos bastidores de Outlander, Sam Heughan se vê apaixonado por sua co-star. Mas relacionamentos, contratos e o medo de não ser correspondido fazem com que ele guarde todo o amor que sente para si mesmo durante muito tempo. *História...