Capítulo 3

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Os fios são tomados pelo fogo, no que se alastra, e vai em direção ao poste, onde provoca uma explosão.
Léo desesperado, liga para os bombeiros, mas eles avisam que só chegaram em duas horas, deixando assim Léo sem chão.

- Meu Deus! Alguém por favor me ajude! Elas estão lá dentro, estão presas, podem morrer queimadas!

Léo grita pedindo ajuda, as pessoas passam por ele mas fingem que não o vêem, o egoísmo da humanidade é tanto que preferem continuar com suas vidas mantendo as aparências hipócritas, e consideram que sua dor é verdade, é real a dos outros não, do que ajudar e fazer algo que realmente importa pelo próximo, foi isso o que veio na mente de Léo perante a está cena de hipocrisia e desumanidade.
Léo arrisca entrar na prefeitura em chamas quando de repente uma garota chega e pergunta.

- Tem gente lá dentro?
- Tem, duas mulheres.
- Deus nos acuda! Faz tempo que elas estão lá?
- Algumas horas !
- E você não fez nada ?
- Fiz, liguei prós bombeiros mais eles vão chegar daqui duas horas.
- Elas podem já ter morrido.
- Vou buscar água !
- Não, pelo jeito do fogo não é um incêndio elétrico.
- Como assim ? Alguém colocou fogo?
- Lamento em dizer mas tentaram dar o xeque-mate nelas.
- Mas quem faria isso?
- Se você não sabe, quem dirá eu .
- Só se for o ...
- O que ?
- Deixa pra lá elas precisam de ajuda corra!
- Tá vendo aqueles sacos de batata no mercado?
- Sim, por quê ?
- Pois bem, pegue os e me encontra na praça! Rápido não demore!
- Ok!

Momentos se passam, Léo volta com os sacos de batata e corre pra praça, lá está a moça que lhe pediu, ela estava ajuntando muita areia, Léo fica confuso em o porquê que ela lhe pediu aquilo e está fazendo isso.
A garota diz a Léo.

- Tira as batatas do saco!
- Ok .
- Em seguida, coloque areia no saco.
- Tá bom.
- Terminou de colocar?
- Sim e agora?
- Vamos para a prefeitura!

Os dois correm pela avenida, enquanto escutam vais, e ele não entende o porquê mas continua, e a moça permanece determinada.
Eles chegam ao local as chamas estão muito altas, tem um pequeno corredor sem fogo, que é onde leva da porta de entrada até a sala onde elas estão. A garota diz.

- Joga a areia no fogo, vai apagar mas olha só e jogo areia e você vem atrás você vai ter que tentar levantar as duas, teremos que ser rápidos até agora só desabou o teto das salas do fundo logo logo o prédio inteiro vai abaixo.
- Vamos nessa!

A garota vai jogando areia e as chamas que estão na porta se apagam, continua a correria eles vão pelo corredor, mas a porta está emperrada, Léo com um chute arromba, ele põe Serena nos ombros da garota e pega no colo Darah, um pedaço de madeira cai de raspão no braço de Léo, que corta profundamente , eles correm e o prédio começa a desabar e quando pulam pra fora ele vem abaixo.
Por pouco não morre os quatro juntos. Os bombeiros chegam.
Darah e Serena são levadas para o hospital de Camaquã, enquanto o bombeiros falam com os dois.

- Vocês sabiam que podiam ter morrido quando entram naquele prédio ? - Bombeiro
- Sim, mas eu faria de tudo pra salvar o amor da minha vida, sou apaixonado por ela desde criança, ela é a coisa mais linda que existe. - Léo
- Bom eu tava passando, e resolvi ajudar, eu não conheço nem um deles, melhor dizendo não conhecia . - A Moça
- Eu conheço o policial Leandro, mas quem é você?
- Eu sou a Marisa, trabalho num bar a noite.
- Compreendo.
- Ela é quenga! Mulher da vida! Jasabel! - grita Beata
- Se enxerga ratazana de sacristia. Pelo menos trabalho, ganho o meu dinheiro, não exploro filho igual a senhora faz.
- Filha de belzebu!
- É o teu nariz!
- Ok por favor acalme se senhoras, terminei as perguntas que tinha de fazer, vamos isolar a área e identificar de onde o fogo começou, estão dispensados.
- Você é prostituta?
- Por quê ? Vai me xingar também ?
- Não só tô surpreso.
- Surpreso? Com o que ?
- Porque essa beata que agorinha te chamou por vários insultos, ela passou por mim enquanto eu pedia ajuda e ela ignorou totalmente, diz que ama o próximo mas negou ajuda a alguém que poderia morrer, e agora provocou você, sem você ter feito nada, você não precisava fazer aquilo.
- Mas eu fiz "tira" , não me arrependo de nada, porque eu sei que tudo que a gente faz um dia volta pra nós mesmos, e vi que você precisava de ajuda e ajudei.
- Você é incrível, que mesmo te vaiando na rua você continuou, não parou deixou se ser humilhada pra ajudar quem você menos conhecia. Olha nunca te vi na minha vida, poucas pessoas tem isso, você conquistou o meu respeito, a minha amizade, eu espero fazer um dia por você o que você fez por mim hoje .
- Caiu um olho no meu cisco.
- Hahahahah
- Hahahahah

Léo abraça Marisa, pela primeira vez Marisa se sente aceita, e o que eles não sabiam e que estavam conversando dentro do carro de bombeiros, quando eles saíram a cidade toda tinha escutado o conversa dos dois e aplaudem Marisa.
Marisa se emociona e chora.
Léo vê mais além da praça onde não tem ninguém alguém encapuzado segurando um galão de gasolina, ele sussurra pra Marisa e ela diz.

- Foi aquele cara que me atacou ontem !
- Você tem certeza ?
- Tenho, o cliente queria ir pra um lugar mais retirado, daí fomos pra floresta mas de repente ele entra no carro e vai embora e me deixa no meio daquele mato, eu vim sozinha e quando vi uma entrada, de uma caverna, começou a chover e eu estava muito longe de qualquer abrigo da cidade, então achei melhor me abrigar até a tempestade passar, então fui naquela gruta, naquela caverna, mas quando menos esperei bateram com minha cabeça numa rocha, fiquei zonza, minhas vistas embaçaram não sabia com quem estava lidando, fingi que tinha desmaiado, até que chegou outros deles dizendo que... eu não consigo me lembrar.
- Por favor Marisa tenta.
- Eu tô tentando. Lembrei!!
- E aí?
- Ele disse temos que proteger a todo custo, sigilo solene, nem que custe mortes, restam poucos guardiões.
- Guardiões? Guardiões do que ?
- Eu não sei, mas é alguma coisa aqui em Camaquã.
- Será que não é na floresta?

Léo e Marisa olham com olhar fixo ao vulto quando de repente ele joga a capa em si e desaparece e debaixo dela sai um lobo polar , que uiva e corre pra floresta.
Num olhar atônito Léo e Marisa paralisam, e num espanto enorme eles correm.

Guardiões de CamaquãOnde histórias criam vida. Descubra agora