Capítulo 18

31 6 27
                                    

Serena estava pasma diante da cena que via neste momento, o que a confundia ou intrigava era de como ela sabia onde Marisa se encontrava, mas sem pestanejar ela vai até o buraco onde está sua amiga. Serena percebe que no corpo de Marisa há várias fraturas, como arranhões, hematomas e cortes, como se uma fera estivesse a atacado, outra fosse alguém de carne e osso que fosse o culpado pelas marcas, preocupada e aflita ela confere os sinais vitais, mas o que era alívio começa a se tornar pavor, pois os batimentos cardíacos de Marisa estavam parando, sua pele gélida, sem reação alguma, pensamentos levam a crer que a Heroína estivesse aposentado sua capa.

- Não, não me deixa aqui! Por favor! - Lágrimas e lágrimas escorrem de sua face. - Você não pode morrer! Tem uma vida inteira pela frente, sempre buscou ajudar as pessoas! Era um exemplo de ser humano! Eu não aceito isso! Se eu pudesse te curar... - Serena havia colocado Marisa perto de si, sobreposta nela, uma lágrima cai de seu rosto e em milésimos de segundos ela cai em Marisa, as únicas coisas que se ouvia era o choro e o ranger de seus dentes.
- Por que você está chorando? - Uma voz a interroga .
- Eu acho que minha amiga morreu!
- Mas olhe a mão dela, os dedos estão se mechendo! - Serena abaixa sua cabeça e vê as mãos de Marisa se moverem, ela fica feliz e olha para a pessoa na qual falou.
- Darah? Você? Mas como ?
- Calma Serena, para tudo existe uma explicação, sempre há um porquê das coisas, nada acontece em vão, o segredo revela-se para os que estão prontos. E vamos levar sua amiga para algum lugar seguro. - Darah
- Você não diz coisa com coisa, sempre assim, aparece e some, não me explica nada mas exige que eu te fale a verdade, Darah eu gosto muito de você, como irmã tu sabe disso, mas por favor eu não tô aguentando mais todo esse mistério, toda essa loucura e devaneio, não estou suportando essas crises que tenho tendo, você sabe o que é não confiar no que os seus próprios olhos vêem? É simplesmente terrível. Muitas vezes das quais me senti dessa forma eu acreditei no que as pessoas diziam sobre mim, que eu não era alguém comum, melhor dizendo "normal", sempre fui taxada assim, quando era criança eu via pessoas que os outros não viam, e sonhava com reações que ainda não haviam acontecido, por favor o que está acontecendo? Você tem algo haver com isso?
- Eu vou te explicar tudo, mas vamos pro refúgio, lá eu te conto e também tratamos os ferimentos da Marisa.
- Espera! Como você sabe o nome dela?
- Vem comigo e você descobrirá tudo, aliás vocês duas vão descobrir.

Darah leva Serena e Marisa para o suposto "refúgio", mas elas caminham e Darah mostra o caminho, ela entra na caverna, e diz para Serena vir e trazer a Heroína, Serena certa que entrar nessa gruta pode parecer loucura mas não exita e entra juntamente com Marisa, o olhar de Darah aparentemente está feliz, uma expressão de contentamento como de algo que estava pra se cumprir.
Deusa estava na sala de espera do Pronto Socorro, vem a enfermeira e chama.

- Parentes de Leandro Scheer!
- Vocês tem algum notícia dele? Ele tá bem ? - Deusa
- Você é parente?
- Não! Sou a mulher que trouxe ele e ...
- Só pode entrar se for mulher dele! Recomendações do médico. - Deusa pensa em o que fazer, não poderia deixar Léo sozinho, então ela decide e fala.
- Eu sou a esposa dele!
- Documento! - a enfermeira desconfia que a mesma seja esposa do policial, e Deusa está quase se contradizendo pelo seu nervosismo.
- Não trouxe.
- Precisa do documento!- Deusa treme, mas agora é tudo ou nada.
- Documento! Eu venho aqui às pressas para socorrer o meu marido, nesse posto médico público, que sobrevive com o dinheiro que eu pago os impostos, e tenho que ficar aqui esperando um tempão pra ser atendida, e quando atendida tenho que fazer ficha pra isso, ficha pra aquilo, e sem contar que os funcionários daqui, são estúpidos, e eu não tô generalizando, o que que custa pra vocês nós ajudarem? Somos nós que estamos sofrendo, somos nós que vamos ter que enfrentar noites em claro, vai sair do nosso bolso o valor dos remédios, e próximas consultas e exames, se vocês tem um pouco de humanidade, por favor deixem eu ver ele, e não só eu, olha quantos estão aqui, desde crianças até idosos, tem gente aqui que está esperando um atendimento faz quase 4 horas, e me explica vocês o que é isso? Gente padecendo nesses corredores esperando uma triagem ou receita pra melhorar e parar de sofrer, se fosse a família de vocês, iriam tratar desta maneira tão cruel e sem coração? Muitas vezes são o começo de doenças, as pessoas vão pra casa e acaba piorando, não temos culpa de vocês passarem o que passam pela sua profissão, mas já que estão aqui agem como tal, o povo pode não ter muito estudo, mas a gente não é burro, quantas vezes vemos os médicos e enfermeiros cruzando toda hora no corredor mechendo no celular, conversando, e gente aqui esperando um atendimento que não vai demorar mais que 10 minutos. - a enfermeira olha atônita para Deusa, e a mesma olha para os bancos de espera lotado, crianças tossindo, idosos pálidos e espirrando, gestantes passando mal, mulheres e homens com fraturas, jovens que se machucaram devido acidentes, e todos esperando um atendimento, numa sala é possível ver o reflexo do Brasil inteiro, sofrendo e suplicando um atendimento, por uma receita, por ajuda. A enfermeira recebe esse impacto desse caos na saúde desses habitantes, mas o mais triste é saber que isso não acontece apenas ali e sim em todos os lugares do mundo, assim pensando a enfermeira caindo na real. - E ainda vocês pedem documento, para depois fazerem esperar, diante disso aqui eu não preciso dizer mais nada. - Deusa
- Pode entrar ele tá tomando medicamentos na sala de medicação. E vou falar para os médicos acelerarem, não tem como as pessoas continuarem sofrendo assim como estão, pode deixar vou me encarregar disso. - Muitas pessoas agradecem Deusa pelo seu ato de confrontar essa tamanha falta de humanidade e respeito.

Guardiões de CamaquãOnde histórias criam vida. Descubra agora