Guardiões de Camaquã

Capítulo 6

Carlos fica sem palavras ao descobrir que Camila está grávida, a situação já estava difícil em relação ao casal, e agora, Talles sumiu, ninguém sabe quem está falando a verdade se é Teresa ou Camila, suspense paira sobre o semblante de Carlos, sem saber em quem acreditar, se em sua irmã que está grávida, ou na mãe de Talles, e todo o pessoal. Carlos arrisca e bota sua confiança na palavra de Camila. Marisa acorda, e o primeiro pensamento que vem em sua mente é de como estão Darah e Serena, ela de se veste, e vai para o hospital, ela e barrada de novo pela mesma senhora que lhe ofendeu no dia do incêndio.

- Tá rendendo ser puta !
- Nem sempre dona Constantina, que a senhora é puta e tá na merda!

Constantina se cala com as palavras de Marisa e segue seu rumo ao hospital. Chegando lá, ela passa na recepção onde informam o quarto onde estão as pacientes, ela caminha por um corredor longo, e dobra á esquerda, quarto 109-PS, ela bate na porta onde a médica sai e fecha a porta novamente.

- Bom dia!
- Bom dia doutora.
- Você quem seria?
- Sou Marisa.
- Olá Marisa, em que posso ajudar?
- Vim ver as garotas que sobreviveram ao incêndio.
- A Darah Ferreira e Serena Menezes ?
- Sim.
- Você é parente?
- Não.
- Amiga ?
- Nem isso.
- Então qual sua relação com elas?
- Fui eu quem ajudou a tirá-las do incêndio, o policial Leandro não pode comparecer mas eu vim pra ver elas.
- Você é a Heroína?
- Heroína?
- Sim, a cidade inteira está comentando sobre uma mulher que desceu do salto vermelho, e foi salvar vidas que estavam em chamas, sendo que nem ao menos as conhecia.
- Sério ? Sou eu!
- Parabéns pela bravura, determinação e coragem, que por mais que insultada você continuou a ajudar. Tanta gente fala mal de quem exerce sua profissão, mas tá aí profissão não define caráter e sim atitudes.
- Obrigada, não sabe como é importante isso pra mim, mas eu fiz por elas, não fiz pra ser reconhecida.
- Nota se, mais uma vez parabéns. Tchau heroína !
- Antes da doutora ir, como elas estão?
- Bom elas tiveram fraturas, machucaram um pouco a cabeça, mas nada de grave, elas precisam apenas ficar em repouso.
- Eu poderia visitá-las ?
- Bom houve, pequenas turbulências !
- O que ?
- Serena acordou hoje de manhã, consciente, bem, sua memória intacta, está caminhando, mas ...
- Mas?
- Darah entrou em coma, ela inalou muita fumaça, tentamos acorda lá mas ela não responde às tentativas, ela corre risco de vida.

Marisa se apavora com a possibilidade que Darah pode morrer, mas cada caso é um caso, ela pode sobreviver se responder às tentativas, aos exames, a Marisa pede a doutora que possa ver Serena. Ela entra no quarto e ela está lá , caminhando, mas se segurando nos móveis do quarto.

- Bom dia Serena.
- Bom dia? Quem é você?
- Bom, meu nome é Marisa fui eu quem ajudou a te tirarem juntamente com a Darah do incêndio na prefeitura.
- Atah, obrigada, você só pode ser uma santa!
- Se você me conhecesse diria o oposto . Hahaha
- Hahaha . E falando nisso onde está a Darah?
- Ela entrou em coma, mas tá tudo bem.
- Como se ela tá em coma não está nada bem!
- Ela só não reage, mas logo logo vai reagir.
- Atah, então ela só precisa de repouso ?
- Sim, igual você .
- Menos mal, não fasso ideia de como a prefeitura pegou fogo, trabalho ali a anos e nunca isso aconteceu !
- O incêndio foi causado por alguém, não foi um descuido, foi de propósito.
- Eu não acredito, eles sabem, sabem de tudo, eles sabiam que a gente estava a trás de pistas deles, destruíram tudo e quase nos mataram, se não fosse você poderíamos ter morrido!
- Olha eles que não fasso ideia de quem sejam, também me atacaram, anteontem na floresta, tentaram me matar mas fingi que desmaiei na primeira pancada, depois quando estavam distraídos fugi sem que percebessem. O que eles querem?
- Querem que a gente não descubra o que eles escondem querem que a gente finja se de mudos, mas tem muitas vidas em jogo se nós não irmos atrás outras pessoas vão ! O desaparecimento de Olímpia e Lana, o incêndio na prefeitura!
- O ataque na floresta, o acidente de carro, o desaparecimento do Léo.
- Viu eles estão por todos os lugares, temos que ser mais rápidos senão seremos as próximas vítimas.

Marisa e Serena ficam horrorizadas com os fatos acontecidos em Camaquã, e o perigo pode estar mais perto do que elas imaginam.
Léo havia caído no esgoto, onde a água deságua no rio, ele é levado pela maré, e vai boiando no rio que passa pela floresta até que o pegam.
Uma aldeia de índios, foi onde ele foi levado, foi trazido para a poca onde estava a anciã e curandeira Iara, misturando plantas em água fervente, preparou um chá, onde esfria, e molha o rosto de Léo e em seus ferimentos, Iara começa a sentir algo de estranho em Léo, ela começou a ter visões do futuro comprometendo Léo.
Ele acorda.

- Onde estou?
- Sou Iara anciã dessa tribo Tupi Guaraní , achamos você pelo correr do rio, moço caiu na maré?
- Até onde me lembro eu estava correndo a um beco onde cai em algo profundo, bati a cabeça e não me lembro de mais nada.
- O moço tava atrás de alguém?
- Estava por quê?
- Vi seu futuro enrolado com essas sombras.
- Você sabe o que eles são?
- Sei .
- O que eles são?
- Se o moço quiser descobrir terá que ver com os próprios olhos, cara a cara, olho no olho.
- Mas o que viu ?
- Existe muita coisa além de sua compreensão, se vai querer se meter nisso, cuidado porque a vigia não dorme, o mistério dessas sombras é que elas sempre estão atrás de nós, nos vendo , nos ouvindo, sempre adiantados, sera preciso ir com oposto a essas sombras a luz, use a luz e você irá descobrir esse mistério, saiba que essa descoberta pode causar sua prisão, sua morte ou sua maldição, está em suas mãos o destino, olhe o chão que você caminha, a mão que você cumprimenta que assim como a sucuri pode dar o bote quando menos espera, fique atento.

Léo nem desconfia o que o futuro o aguarda, mas teme com as palavras da anciã, a próxima escolha pode ser fatal.