Capítulo 16

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Sob o solo a luz da lua, um vento veemente invade as árvores e arbustos, mais que uma simples brisa e sim uma tormenta batendo nos galhos, levando as folhas secas caídas no chão, repentinamente um silêncio amedrontador, sem nenhum gesto ou alguma palavra, apenas pavor e desespero refletidos pelo olhar daquelas 5 pessoas, não tinham o conhecimento dos supostos seres que estavam a suas procuras.
O que eram aquelas criaturas que usavam capas, ou porquê eles estavam atrás de nós? Qual é o segredo que envolve esta cidade por inteira? Tendo como recurso calar a voz de forma definitiva quem a ameaça ser descoberta? Aquela gruta abriga, esconde, protege o que? Para se tornar um local de perigo constante para todos os habitantes da pacata Camaquã.
Há mistérios que nem o tempo sabe, ou um dia o homem já viu, mas estão lá para os verdadeiros aventureiros, para os que tem alma forte, um coração indomado, uma essência incrível, não são simplesmente humanos mas muito mais que isso, não são deuses ou coisa parecida, mas são seres que são diferentes, mais fortes, sábios, intuitivos, que vêem além de horizonte, capazes de no momento extremo terem a melhor performance, mas esse é o fato; quem são eles? Quem serão os próximos? E uma coisa que pesa na cabeça de todo mundo, quem está certo ou errado? A verdade é o que você realmente acredita? Ou é algo que você nunca viu antes? - Este era o pensamento de Camila, que ao acordar se depara no hospital, como se fosse em uma câmera lenta, ela lia pelos lábios dos enfermeiros e médicos, dizendo que seria preciso realizar a cesariana pois a bolsa que envolvia o bebê rompeu, Camila estava distante como se não entendesse o que estava acontecendo, se sentia tendo um delírio, uma miragem, mas dessa vez era a realidade sendo comprovada por terríveis contrações que a trazem de volta a sanidade.

- Rápido, chame o cirurgião, será preciso uma cesariana depressa, ela está perdendo muito sangue ! - Médico
- Mas não há obstetras cirurgiões na grade de hoje, nenhum deles irá comparecer pois eles não tem trabalho neste dia, terá que ser realizado pelo senhor! - Enfermeiro
- Mas como vou realizar um parto ainda mais por cesárea!?
- Se o senhor não sabe, muito menos eu!!! O que faremos agora?!
- Eu não sei mas terá que ser logo, senão ela não vai resistir muito tempo!!
- Ahhhhhhh !! - Camila grita com dores intensas e fortes, sentindo como se sentisse algo sair entre o meio de suas pernas. - Socorro! Vai nascer !!!
- Vai nascer?!?! - Diziam os dois, apavorados e boquiabertos, embasbacado diante da tal cena, franziram a testa, exalando sua surpresa, pânico e temor.
- Vamos lá, pode ser que dê para nós fazermos o parto!! - Enfermeiro
- E como vamos fazer, ela não vai aguentar parto normal, a única resposta seria a cesariana, mas não há ninguém para fazer! - Médico
- Temos que fazer, senão nem o bebê a gente salva, e se demorarmos podemos perder os dois. É agora ou nunca, e a mulher está ferida, encontramos ela na floresta desmaiada, ela não vai viver muito tempo se não agirmos logo.
- Ok, você tem razão, sou obstetra não sou cirurgião nunca fiz uma cesárea, mas não vou deixar eles morrerem nos meus braços sem tentar!
- Isso aí !!!
- Eu não tô aguentando! Por favor me ajudem !!!! Ahhhhh!!! - Camila

O médico e o enfermeiro chegaram a maca, o médico abriu as pernas de Camila, vendo assim a cabeça da criança saindo de sua mãe, iniciou-se o trabalho de parto, Camila gritava com a mesma intensidade na qual fazia força para a saída do bebê, mas ao mesmo tempo saía dela também muito sangue, Camila olha com um olhar caído e profundo que confrontou o obstetra, ela diz ao enfermeiro a chamar Mel sua irmã o mais depressa possível, enquanto o enfermeiro ia ligar para Mel vir ao hospital, no processo do parto normal Camila ganha a menina, com um sorriso e lágrimas ela recebe sua filha nos braços, chorando de felicidade em ver seu anjinho, finalmente estava a segurando, sonhara tanta tempo com este exato momento em que veria sua filha, seu bebê, seu maior bem na vida, ela sussurra aos ouvidos da pequena ; - Mamãe tá aqui meu bem! Eu te amo, sempre vou te amar, eu vou estar te vendo e te guardando lá do céu meu anjo! - Camila diz com muita certeza e firmeza suas palavras, e o médico chorava vendo esse ato, nesse momento Mel chega, Camila pede para que o médico e o enfermeiro saiam da sala, as deixando a sós com a recém nascida, Camila pede algo a Mel, mas a mesma na concorda com isso, Camila estende a criança e a põe em seus braços, isso foi o que os dois viram na janelinha da porta do bloco cirúrgico, até um grito de Mel invadir todos os cantos daquele hospital, os dois entram encontram Mel chorando descompassadamente, o bebê assustado chorando também e Camila em estado paralisado, e infelizmente concluíram que Camila faleceu, devido porque perdeu muito sangue, estava ferida e não resistiu ao parto normal, salvando se só a pequena recém nascida.
A dor de Mel não se calculava diante da enorme perda, ver sua melhor amiga, sua confidente, sua parceira pra todas as horas morrer foi um dos seus piores momentos de toda a sua vida, ela não teve ao menos a chance de criar sua filha, saber o que de fato aconteceu com Tales, e se reconciliar com sua mãe Edna. Morreu com um semblante sofrido, mas realizado de ter visto o rosto de sua filha.

Horas depois

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