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Liel Gastesy. ..

    Entramos no carro e ele o liga.
- Quer que eu ligue o ar condicionado?  Assim fica um pouco mais aquecido.
  Nego.
- Não está frio aqui dentro como lá fora .
   Ele assente a dá a partida,  em poucos segundos já havíamos saido da garagem do prédio .
- É muito longe o restaurante?
    Ele estava dirigindo e respondeu sem olhar para meu rosto,  já que estava prestando atenção na rua.
- Não.  Eu costumava ir lá as vezes...
- E por que parou de ir ? - pergunto e ele fica em silêncio-  Alec desculpa se estou sendo muito curioso sobre sua vida.
   As vezes temo que esteja sendo um pouco curioso demais sobre a vida dele , querendo saber algumas coisas que são irrelevantes e que ele não tem obrigação nenhuma de responder.
- Não está sendo. -ele vira para a direita e paramos em um farol . Ele me encara - Eu só... nos últimos 2 anos deixei de sair de casa praticamente, a não ser quando é algo realmente necessário.  Fiquei mais recluso eu diria.
- Por algum motivo em especial? 
  Ele dá de ombros e o sinal abre.
- Só acho que... chega um momento que isso cansa.  A vida cansa. Sair cansa. Ver pessoas cansa. E ai é inevitável querer se isolar , como em um tempo de recuperação eu diria. No inicio pensei que duraria poucos meses ,mas o tempo foi passando e minha vontade de fazer as coisas não aumentava nem diminuia. Percebi que ficar sozinho não era tão ruim assim , ficar no silêncio não era tão perturbador como muitos poetas citavam , que eu realmente estava bem sendo só eu e eu ... claro que não em 100% do tempo.  A única pessoa a qual eu não tinha cansado era o Derek,  mas ele sempre respeitou meu  espaço e não costumamos nos ver diariamente,  o que torna nosso relacionamentos menos pesado que os outros.  - Ele respira fundo.
- Menos pesado que os outros? - pergunto,  enquanto vejo seu rosto iluminado parcialmente , seus olhos atentos a estrada,  seus lábios úmidos entreabertos . Ele é lindo , mas sua beleza é algo diferente das outras,  não se assemelha a modelos ou simbolos que vemos em todos os cantos.  Ele é belo ao seu modo natural , do seu jeito sem fazer muito esforço para isso.
- Bom.. - saio dos meus pensamentos pela sua voz- Acho que relacionamento de qualquer natureza é algo que se desgasta facilmente.  Temos a necessidade de ser interessante todos os dias , com medo de que se for diferente acabaremos sem ninguém . Isso é definitivamente extremamente cansativo. Conviver diariamente com alguma pessoa só pode se resultar em duas coisas ... ou terão uma relação sincera e duradoura,  em que ambos aceitam todas as fases  , partes e sentimentos do outro . Ou... a relação se desgasta e acabam por nem se olharem mais , pois ao ver a pessoa vemos seus defeitos sobressairem as qualidades e elas se afastam...
- Acho que é mais complicado que isso.
   Ele sorri de lado.
- Tudo é complicado demais ,mas simples demais em sua essência.
   Sorrio.
- Você diz como se fosse um daquelas pessoas poetas em filmes. 
   Ele sorri.
- Você me chama de poeta ... eu me chamo de um escritor frustado vomitando frases por ai para suprir meus pensamentos.
- Está vendo?  Poeta.
   Ele sorri e olha para mim.
- Ei - olho para ele - Chegamos.
   Olho para a frente do restaurante... ele era meio rústico mas posso ver as luzes de dentro , lembram as ruas em época de Natal,  mas as luzes eram douradas o que dava um certo ar sofisticado a estrutura rústica.
- Parece lindo - falo.
   O Alec estaciona o carro.
- Lá dentro é mais lindo ainda.
   Sorrio . Ele abre a porta do carro e sai , coloco meus celular no bolso quando ia levar minha mão a porta ela abre . E ele da espaço para  eu sair. 
     Sorrio e saio , ele fecha a porta. 
- Que educado.  - digo.
   Ele sorri.
-Sempre. Vamos? - ele indica a entrada .
   Assinto.
- Vamos está frio aqui fora.
   Ele assente e começamos a andar em direção a rampa,  eu estava olhando a placa quando acabei tropeçando em uma pedra. Fecho os olhos e coloco a mão na frente para amezinar meu impacto com o chão . Quando sinto mãos na minha cintura me puxando para trás,  meu corpo encosta no do Alec,  solto o ar e viro meu rosto para trás,  um pouco corado ,olho para cima para conseguir ver seu rosto iluminado pela luz da rua. Ele abre um sorriso e aumenta o aperto em minha cintura. Nossos olhares se conectam.
- Está bem ?
- E...eu
   Ele ri .
- Você fica envergonhado muito facil .
   Abaixo o rosto ao sentir minhas bochechas queimarem mais. Ele me solta  e dá um passo até a rampa. E estica sua mão para mim.
- Segura . Assim você não cai de novo.
  Meio relutante vou ao seu lado.
- Não tem problema, eu só estava desatento.
  Ele respira fundo.
- Você pensa demais - e segura minha mão- Viu? Problema algum.  
   Abaixo o rosto meio envergonhado. 
- Eu digo que você cora fácil-  ele diz com um sorriso.
- Isso não é engraçado.
- É fofo.
- Alec você é muito besta. 
   Ele ri .
- Sei disso. Bom vamos.
    Enquanto subiamos a rampa , ele segurou mais firme minha mão,  mas sem entrelaçar nossos dedos,me pergunto se ele soubesse da minha sexualidade faria a mesma coisa ...
- Liel? Tudo bem ? Você ficou apático derrepente.
  Abro um sorriso para tranquiliza-lo.
- Está tudo bem.
    Ele abre a porta do restaurante e entramos.
    Assim que passamos pela porta e fomos até uma espécie de recepção,  um homem com um terno vem ao nosso encontro, ao olhar para o Mazon abre um sorriso. Derrepente me dou conta de que ainda estamos de mãos dadas , e tento solta-las , mas assim que as afasto um pouco ,ele volta a segura-la.
   Quando o homem estava quase perto ele olha para mim.
- Não precisa se preocupar em estarmos de  mãos dadas apenas porque alguém se aproximou. Não é como se estivéssemos cometendo   um crime.
   Ele abre um sorriso que me tranquiliza... ele tem a estranha habilidade de fazer aproximação ser algo tão natural... sem medo .
- Alec Mazon a quanto tempo.
  O Alec retribui o sorriso .
- Justin. Realmente faz quase dois meses que não venho aqui. 
   Ele assente e dá um olhar para mim com um sorriso e estica a mão para me comprimentar. Tiro minha mão da do Alec e o comprimento.
- Prazer... sou o Justin.
- Eu sou o Liel.
   Ele sorri e olha para o Mazon.
- A mesa de fundo está ocupada ?
  O Justin tira um fio de seu cabelo loiro do rosto e nega .
- Vai sentar lá? 
   Ele assente.
- Vamos.
- Ok. Vou acompanha-los.
   Seguimos o loiro até a mesa. A decoração era linda ,as luzes faziam o lugar ser mais belo que poderia imaginar.  Algumas mesas estavam ocupadas,  alguns garçons circulavam pelo locar.  Chegamos na mesa e sentamos. Eu de frente para o Alec.
- Bom... vou deixa-los agora.
-Certo. Antes de ir conversamos um pouco. 
   O loiro assente e sai.
Olho para o Alec que sorri para mim ,e aponta para um tablet na mesa.
- Escolhemos o que vamos comer aqui.
   Assinto.
- Aqui é um lugar muito bonito .- falo.
- Sim... Liel me desculpe se te incomoda eu ter pego em sua mão... não queria te constranger.
  Nego.
- Não mas é que... sabe...
- Você tem medo do que as pessoas podem falar?  - assinto um pouco envergonhado-  Não estamos fazendo nada errado , pegar na mão de alguém é algo comum ... seria diferente só porque somos homens?
- Não, mas....
- Então não tem com o que se preocupar ok?
   Ele abre um sorriso que me faz sorrir.
- Vamos fazer o pedido. 
    Assinto e começamos a ver o cardápio.  Olho discretamente para ele enquanto lia. E abro um sorriso. Ele é... muito diferente do que eu pensava.

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  " Você precisava de amor , mas não o tipo de amor que a maioria das pessoas costumava dar e no qual se consumiam ".
                       - Charles Bukowski.

"Maybe A Love Story ".Onde histórias criam vida. Descubra agora