Por um lado voltar as aulas não foi tão ruim, mesmo que eu gostasse de ficar em casa sem fazer nada, com o término do recesso eu podia ver Peter com mais frequência. E por mais que odiasse admitir eu estava com saudades dele.
Entretanto, eu precisava tomar mais cuidados com meu celular, afinal, era por ele que eu enviava as informações para Stark e Peter não poderia de forma alguma ver isso. Ou todo meu trabalho iria por ralo abaixo.
A rotina era a mesma e isso me agradava, eu não poderia está mais feliz com minha vida. Finalmente eu havia encontrado pessoas que me amavam, mesmo que elas não me conhecessem por inteiro, isso não importava.
Não importava quem eu fui ou o que eu fiz. Eu tentava me converse disso todos os dias enquanto mentia para todos.
Mas quem era a verdadeira eu? A assassina fria que nunca deixou de completar uma missão ou a adolescente que perdeu os pais em um acidente trágico e tentava se adaptar a sua nova vida com seus novos pais?
Talvez, eu não fosse nenhuma das duas mas isso não importava. Não importava quem eu era de verdade, esse direito foi tirado de mim há muito tempo e não adiantava pensar nisso agora. O que importava agora era manter meu papel e seguir com essa nova faceta.
Como toda quinta a noite eu suava enquanto socava um saco de areia, Ron apareceu mas eu não estava afim de papo e o dispensei. De longe a mesma garotinha de kimono de karatê me observava, parei para arrumar meu cabelo e ela se aproximou.
- Oi, pequena. - tentei sorrir de forma agradável.
- Você pode me ensinar isso? - ela é direta no assunto seu olhar era determinado. Gostei disso.
- E em quem você quer por em prática? - ajeitei as faixas em meus pulsos a analisando, ela encolheu os ombros envergonhada. - Qual o nome do idiota que te perturba na escola?
- Tyler. Ele é um saco, vive puxando meu cabelo e colocando o pé na minha frente. - cruza os braços aborrecida.
- Garotos são todos idiotas. - digo me abaixando na sua altura, ela não era tão nova devia ter no máximo 11 anos. - Mas você não pode sair batendo em todos que te perturbem, ou vai parar na cadeia antes dos 18. Entendeu? - ela confirma ferozmente fazendo suas tranças balançarem, seus olhos arregalados.
Ok, talvez eu tenha assustado ela um pouco. Posicionei-a frente ao saco de areia e arrumei sua postura.
- Nunca deixe seus polegares levantados ou ficará sem eles. E nunca abaixe a guarda mesmo que seu oponente já esteja no chão. - talvez eu não fosse a pessoa mais recomendada para dar esses tipos de lições visto meu histórico, mas algumas dicas não mataria ninguém. No máximo a levariam para a direção.
Logo a garotinha teve que ir embora e como eu tinha perdido meu ritmo resolvi ir também. O sol começava a se por e eu me perguntei se Peter viria essa noite enquanto caminhava para casa. Entretanto, assim que entrei em casa algo chamou minha atenção, algumas almofadas estavam espalhada pelo chão, a TV ligada e algumas panelas caídas pelo chão da cozinha. Na parede, preso por uma faca, um bilhete com endereço e uma foto de Christopher e Richard amarrados, seus olhares desesperados e assustado.
Minhas mãos tremeram com a raiva que começou a ferver dentro de mim. Eles cometeram um grande erro ao mecherem com minha família e iriam pagar caro por isso. Corri para o quarto e lá mais uma surpresa me esperava em cima da minha cama, uma foto de Peter amordaçado e machucado. Meu coração se apertou e a raiva dentro de mim transbordou. Eu salvaria eles e mataria um por um, nem que fosse a última coisa que eu faria.
Abri meu guarda-roupa e puxei minha mochila do fundo, as lâminas de minhas adagas recém adquiridas brilhavam, carreguei a arma e vesti meu uniforme que estava socado no fundo. Me queriam de volta, então eu voltaria a ser a arma que eles tanto almejavam.
Peguei as chaves do carro e desci para o térreo. Meu sangue fervia mas minha determinação me mantia focada. Eu precisava tratar isso como mais uma missão ou falharia, e eu nunca falho em uma missão.
O endereço me levou a um prédio abandonado no Brooklin. Estacionei e observei de longe, eu via a sombra dele se movimentando lá dentro e constatei que não eram poucos. Eu tinha o elemento surpresa e precisava usar isso a meu favor. Entrar sem que me percebam, como uma sombra na escuridão da noite. Imperceptível.
Por uma janela mal vigiada entrei eliminando de forma silenciosa os primeiros que apareceram. Peguei suas armas e segui, me esgueirando pelas sombras eu eliminava qualquer um que passava por mim. Estavam mortos antes que perdessem o que os atingiram, entretanto quando eu já estava próxima do andar em que meus pais e Peter eram feitos de refém alguém acionou minha presença pelo rádio.
- Ali. - alguém gritou quando me viu subindo as escadas, o barulhos dos tiros foi ensurdecedor e um atingiu de raspão meu ombro. Mas eu não me importava.
Três ao mesmo tempo vieram para cima de mim e rolamos escada abaixo, pude ouvi minha costela trincando. Cortei a garganta de um e atirei na cabeça dos outros dois, levantei com dificuldade e voltei a subir as escadas.
Precisava salvar meus pais.
Precisava salvar Peter.
Eu podia escutar o choro de Chris no andar de cima e isso só me dava forças para continuar subindo. Quem quer que esteja os mantendo presos sabia que eu estava ali e a qualquer momentos poderia mata-los. Subi direto para o terraço eliminando os sniper ali posicionados com minhas adagas, diretas em seus pescoços. Me pedurei pela lateral do prédio e entrei quebrando a janela, armas dispararam em minha direção mas minhas adagas foram mais rápidas e precisas.
- Pelo visto não esqueceu nada de seus treinamentos. - seu inglês era arrastado por um sotaque russo, sorri o sangue escorrendo pelo canto da minha boca.
- Ivan. - me levantei vendo sua arma apontada para minha cabeça, meus pais me olhavam assustados e Peter desacreditado. Eles me viam mas não me reconheciam. - Você cometeu um grande erro. - digo em russo, o sangue escorrendo pela lateral de meu rosto.
- Acreditou mesmo que deixaríamos você viver esse conto de fadas americano? - riu debochado enquanto os dois soldados que sobraram entravam na sala apontado suas armas para mim.
- Eu vou te dar duas opções, ou você solta eles ou eu te mato. Pense com sabedoria. - o ar parecia pesar kilos e eu tentava evitar os olhares daqueles que me amavam e acabaram de conhecer minha outra faceta.
- Você não está em posição de ditar regras, minhas cara Savanna. Ou você se entrega ou eu mato eles. - ele aponta a arma para a cabeça de Peter e todo meu corpo treme. Mesmo que eu me entregasse eles iriam os matar e eu não podia deixar isso acontecer.
- Tudo bem. Eu vou com vocês. - larguei minha arma.
Tudo precisava ser muito rápido, como me ensinaram, os dois soldados se aproximaram e discretamente puxei minha adaga, pude vê-la em câmera lenta indo em direção a mão de Ivan e derrubando a arma de sua mão quando foi cravada em seu pulso. Chutei o peito de um dos soldados e lancei mais uma adaga no outro acertando o meio de sua testa.
Peguei minha arma do chão e apontei para o último soldado, entretanto dois tiros foram disparados e apenas um saiu da minha arma.
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Night Shadow |Peter Parker|
FanfictionA vida de Núbia nunca foi fácil, na verdade, ela nem sabia o significado desta palavra. Treinada para ser uma arma, ela só queria ter a vida comum de uma adolescente e fará de tudo para conseguir. Núbia só não sabia que se apaixonar também vinha no...