Capítulo 16 - Eu Quero O Capo

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O maior líder é aquele que reconhece sua pequenez, extrai força de sua humildade e experiência da sua fragilidade.

Maurizio De Luca 

Eu explodi com quem não merecia mas ela é a única que posso mostrar que tudo isso está me afetando, eu não posso ser fraco na frente de ninguém só com ela eu sinto que posso me abrir. Eu nunca fui de demonstrar sentimentos e não me arrependo disso, eu falo pouco e o necessário, por isso nunca tive amigos ou pessoas que gostassem de mim. Martina é o meu único refugio pra quem eu posso correr e contar todas as minhas aflições, por isso não posso deixar que esse filho da puta a tire de mim. Eu sei que é o que ele quer, ele fez uma vez e fará outra vez enquanto eu não der o que ele tanto quer. 

Preciso colocar minha cabeça no lugar e dar um jeito de extrair informações da minha mãe, eu não quero acreditar nisso mais ela pode estar me traindo e como já disse não vou a perdoar. Nunca! Se ela não me contar o que está acontecendo, ela pode esquecer, pois eu não serei mais seu filho. 

-Está com fome? - pergunta Martina depois que saio do banho. 

-Estou sim. - respondo. 

-Vou fazer um lanche, pode ser? - pergunta se levantando da cama. 

-Pode amor, eu já desço. - falo pegando meu celular. 

Ela sai me deixando sozinho e aproveito para ligar para meu irmão, outra vez. 

-Onde diabos você está? - pergunto logo que ele atende. 

-Alô? Pepe não pode falar, ele está muitoooooo ocupadoooo... - fala uma mulher. 

-Dá pra dar a porra do celular pra ele? Agora! - grito e escuto um burburinho no fundo. 

-Fala caralho! - atende. - To ocupado Maurizio, são quase uma da manhã. - reclama. 

-Foda-se poderia ser quatro da manhã, eu preciso saber o que fez com a mercadoria roubada? - pergunto já que faz dois dias que não nos falamos, se ele não ligou é porque deu certo, mas nunca se sabe. 

-Tá no lugar de sempre inferno, agora me deixa curtir minha noite... - e escuto mais vozes no fundo. - A festa vai começar. 

-Pepe se você... 

-Cala a boca De Luca, me deixa curtir sem me infernizar. - pragueja. - Vai trepar com sua noiva e me deixa. - desliga na minha cara. 

-Desgraçado! - taco o celular na cama. 

Eu devia deixar ele se foder legal, mas não quero ver ele na merda como antes e vejo que não vou poder evitar outra recaída dele. Deixo esse assunto pra lá e desço para ir atrás da minha mulher, chego na cozinha e ela está colocando suco em dois copos. 

-Bem na hora. - sorri. - Está tarde mais tudo bem, precisa se alimentar. 

-Falando assim pareço até uma criança. - falo rindo dela. - Obrigado! 

-Nada! - me dá um selinho rápido. - Eu também vou comer, estou com fome. - dá uma mordida no seu lanche. - Delicia. - geme. 

Sigo seus passos e dou uma mordida no meu e está realmente muito bom, minha mulher é perfeita! 

[...]

Pela manhã eu estava sem disposição pra nada, era como se tivesse uma tonelada de concreto em cima de mim e eu não tivesse com vontade de nada. Eu me lembro que só me senti assim, quando perdi minha mulher e filho, nunca mais me senti dessa forma. Eu me sinto encurralado e sem saída pra nada, agora tenho que me defender de algo que claro eu fiz, mas para todos sou inocente. Agora estou aqui vendo Arturo e Martina treinarem. 

Maurizio - Juiz e Capo  - Duologia Irmãos De Luca - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora