Prólogo

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Maurizio De Luca 

-NÃO! - grito.

Acordo ofegante mais uma vez depois da porra do meu pesadelo, esse que me acompanha mesmo depois de vinte anos. Eu não devia reclamar dos meus pesadelos, não depois do que fiz. Vou carregar essa culpa pelo resto da minha vida. 

A porta do meu quarto é aberta pelo meu irmão mais novo, Pepe. 

-Quantas porras de vezes eu terei que dizer para não entrar sem bater? Cazzo

-Mal humor do cão. - fala. - Eu escutei seus gritos, vim saber se está bem. 

-Ótimo. - levanto da cama tirando aquele lençol cheio de suor de mim. - O que diabos faz na minha casa? São sete da manhã, Giuseppe. - resmungo.

-Dormi aqui, fiquei até tarde trabalhando... Sabe como é. - da de ombros. - Vou embora só queria te ver e sei lá, podemos sair hoje a noite tem a festa...

-Não! - respondo curto e grosso. - Não vou para canto algum com você, Pepe tenho muito trabalho acumulado e hoje tenho uma audiência. - falo me cansando só de pensar. - Vai curtir sua vida regada a mulheres e me deixe. 

-Falou o puritano, você é um safado que cada hora tá com alguém. 

-Sabe a diferença entre eu e você? Eu fodo e caiu fora, não fico de chamego com ninguém. 

-Fala assim, pois sua menininha... - pego o controle da TV e taco nele que ri alto. 

-Eu já te falei para não falar dela, eu já te avisei Pepe. - olho pra ele irritado. - Fora daqui me deixa sozinho. 

Ele me conhece e sabe como fico quando estou irritado, por isso ele vai embora me deixando só.

Eu nunca gostei de ficar sozinho quando criança, mas depois de grande e tudo que meu pai fez para me ensinar a ser um líder, um Capo eu me tornei tudo que mio padre sempre foi. Eu e meu irmão sempre tivemos uma educação severa e ríspida, exceto por nostra mamma que sempre que podia fazia tudo para adoçar nossa boca. Eu sei que o meu destino e do meu irmão era e é comandando a máfia, eu sou o Capo há sete anos completos desde que mio padre se foi. Ser Capo e Juiz me consumem um tempo enorme eu praticamente não tenho vida, mas ser Juiz é primordial para todos os meus planos. Eu não sou aquele herdeiro da máfia que a rejeita, eu amo a máfia e dou minha vida por ela assim como meu pai fazia, não sou o mocinho e sim o vilão. 

Eu faço coisas que muitas vezes beiram a insanidade, mas eu sou assim e sempre consigo o que desejo, nem tudo vamos ser sinceros. Com quarenta anos um homem comum já é casado e tem sua família estabelecida, eu sei que preciso ter filhos para seguir meu legado só que não sei se isso vai acontecer algum dia, não com quem eu desejo. Deus eu preciso deixar de sonhar e pensar nessa menina! Sim uma menina que se aventura pelo mundo desfilando aquele corpo lindo para marmanjos incluindo eu babarem, para todos e ela eu a desprezo mas no meu coração eu não consigo ter esse sentimento e juro que já tentei.

Aqueles olhos, aquela boca, aquele rosto de anjo... Inferno! 

A família Greco sempre foi muito amiga da minha família, assim que conheci ela e sua irmã Chiara, essa é figurinha repetida na minha cama assumo. Ela é doida pra casar comigo, se não estrangulei ela ainda é em consideração a minha mamma.

Depois de tomar um banho e me vestir, o carro já estava me esperando. 

-Bom dia senhor! - Nicolo me saúda.

-Vamos para o tribunal. - entro e ele fecha a porta. 

Ser simpático não é uma das minhas melhore qualidades e todos que trabalham pra mim sabem bem disso. Morar em Milão é maravilhoso mas em dias de desfiles de moda, é um inferno eu assumo. Hoje é um desses dias, começa o tal da Fashion Week e minha mente imediatamente me faz lembrar que recebi convite para um desfile da Dolce Gabbana. Eu sou Juiz, mas minha mãe foi uma estilista muito famosa e com isso nossa família viva nesse meio, eu gosto só por causa das mulheres não tenho saco para ficar vendo desfiles. 

Maurizio - Juiz e Capo  - Duologia Irmãos De Luca - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora