Segredos Mortais

Os Segredos Expostos

quatro meses antes de Madeline Stuart morrer

A pequena caixa de veludo parecia estranhamente pesada nas mãos de Aspen. Ele já havia ensaiado mil vezes o que diria a Lola, quando a visse no evento dos Simón, naquela noite. Se a mãe perguntasse como ele conseguiu aquele anel, apenas diria que juntou dinheiro para comprá-lo. De qualquer maneira, nem queria pensar em detalhes naquela noite, pensaria apenas em Lola sendo sua noiva. Prometendo que seria sua pela eternidade. Colocou a caixinha no bolso da calça e ajeitou a gravata borboleta no pescoço. O cabelo precisava ser cortado, estava quase batendo nos olhos, mas de resto, estava perfeito.

- Vai dar certo, ela vai dizer sim.

- Querido - chamou Elena. - Vamos? Já está na hora.

- Vamos.

O caminho até a casa de Lola foi absurdamente rápido. Não que Aspen estivesse tendo dúvidas sobre o pedido, ele apenas queria mais tempo para ensaiar. Havia uma quantidade absurda de carros em frente a mansão Simón, e os fotógrafos estavam tumultuados, querendo a melhor foto. Após algumas poses, finalmente conseguiram entrar.

- Esses flashes me deixam cega - murmurou Elena, pressionando os dedos na testa.

- Aspen! Elena! - Archie, pai de Lola, se aproximou com os braços abertos. - Finalmente!

- Desculpe o atraso, o trânsito...

- Ah, imagina, vamos para o quintal? Estão todos lá.

Assentindo, eles andaram até o fundo da mansão. O quintal estava decorado com um tenda branca, um palco, onde uma mulher com a voz angelical cantava. Havia também garçons vestidos de branco e com máscaras, servindo aperitivos e taças de bebidas. Ao longe, Aspen viu seus amigos - e Madeline - conversando. Soltando-se da mãe, foi até eles.

- Já era hora! - Dallas foi a primeira a dizer. - Achei que não viria mais.

- É, bem - Aspen ainda sentia dificuldades em olhar nos olhos de Dallas após beijar seu namorado - minha mãe demora horrores para se arrumar.

- Cara, você não está perdendo nada - rebateu Jackson. - A única coisa boa desse lugar é as atrizes gostosas que estão por aí.

Anastásia lhe deu um tapa forte no ombro. Parecia que estava brincando, mas seus olhos estavam tempestuosos. Os dois estavam estranhos já fazia um tempo, Aspen tinha ouvido Jackson chorar no banheiro, mas preferiu não tocar no assunto, seja lá o que tivesse acontecido, ele preferia manter distância.

- Então, Aspen, está bem arrumado - soltou Madeline, com seu sorriso perfeito usual. - Planos para hoje?

- Nenhum que seja da sua conta.

A Stuart torceu o nariz e saiu andando. Aspen sorriu, satisfeito por espantar a víbora, e então a viu. Lola atravessou as portas, usando um vestido vinho, de veludo, que marcava bem o seu corpo, com o coração batendo mais rápido que uma bateria, ele foi até ela:

- Amor, você está linda.

- Obrigada - Lola sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos. - Você também está bonito, esse smoking é novo?

- Você gostou? - Aspen umedeceu os lábios. - Eu... Eu preciso conversar com você. Podemos ir até o seu quarto?

- Aspen, não é hora para sexo.

- Não! É conversar de verdade.

Erguendo uma sobrancelha, Lola anuiu. Ela parecia sinceramente surpresa com o namorado, mas não questionou, apenas se virou e entrou na casa. Aspen foi atrás.