O Segredo de Roman White

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seis meses antes de Madeline Stuart morrer

Roman White sempre foi impulsivo, mas isso não significava que fosse burro. Quando criança, ainda sem saber controlar suas emoções, jogou um garoto da escada da escola, apenas porque estava irritado. Para se safar, soltou uma ou duas lágrimas para os pais, que, imediatamente, o colocaram na terapia. Também o inscreveram em esportes, aulas de música, e qualquer outra coisa que pudesse suavizar o caráter do garoto. O terapeuta foi o que mais o ajudou. Ali, no pequeno e confortável escritório, com janelas grandes e paredes azuis, Roman aprendeu a mascarar seus sentimentos ruins. Quando sentir raiva, sorria, ele repetia a si mesmo. As palavras têm mais poderes que os punhos. E quando fingir não era o bastante, focava nas aulas de luta livre, o som de quebrar os ossos era reconfortante. 

Sexo e drogas também eram ótimos calmantes para ele. Roman gostava das garotas bobas, fáceis de enganar, inseguras e que tinham problemas com os pais. Não sentia remorso em dispensá-las, porque nunca as deu expectativas, mas é claro, o karma tratou de fazer o seu trabalho, colocando em seu caminho o pesadelo vestido como sonho, Dallas Monroe. No começo ele não a levava a sério, apesar de claramente ter se sentido atraído pela ruiva no mesmo instante que a viu, achava que seria apenas mais um caso rápido. Sua visão mudou no momento em que Dallas jogou uma garota da escada, apenas para ficar com ele. Depois disso, Roman se viu totalmente apaixonado pela ruiva, ele só não sabia em quantos problemas se meteria por conta daquele romance.

🔪🔪🔪

Roman não planejava trair Dallas. No entanto, sem perceber, estava beijando Aspen. Você não consegue ser legal né, seu babaca, sua consciência gritava, enquanto ele saia dos braços do outro rapaz e ia embora do quarto. Maldita festa. Todos estavam agindo como estúpidos. O que iria fazer agora? Se Dallas descobrisse, será que continuaria com ele? E ainda havia Madeline, que podia facilmente manipular a amiga e fazê-la se voltar contra ele.

— Merda — sussurrou para si mesmo.

— Falando sozinho? — perguntou Anastásia, o assustando, ele não tinha a visto.

— Pensando alto. O que está fazendo aqui em cima?

— Estou pensando também.

Roman a fitou. Anastásia tinha olhos grandes inocentes, mas se olhasse de perto parecia ser dissimulada. Ela girou o copo de tequila antes de beber e perguntou:

— Onde está Dallas?

— Estou a procurando, na verdade.

— Certo.

Ele sorriu e voltou a andar, ansiando para sair de perto dela, mas Anastásia o chamou mais uma vez.

— Roman...

— Sim?

— Eu não vou contar pra ela.

O White sentiu seu corpo congelar diante da fala da garota. Não tem como ela saber, pensou, tentando raciocinar.

— Contar o que?

— Seja lá qual for a merda que você fez — disse Anastásia. — Não se preocupe.

— Eu não sei do que você está falando.

— Não tente esconder. Eu reconheço um rosto culpado quando vejo um, acredite.

Sem dizer mais nada, ela deixou o copo em cima de um móvel e saiu andando pelo corredor. Roman pensou em segui-la, em fazê-la falar se tinha visto algo ou não. Estava blefando, tinha que estar. Mas e se não estiver? a sua consciência sussurrou. Que fale, ele respondeu, ela não é a única a saber segredos. Estava prestes a fazer algo quando um grito chamou sua atenção. Mais do que depressa, Roman desceu as escadas e correu em direção ao aglomerado de pessoas em volta da piscina. Sentiu as pernas vacilarem ao ver Dallas no chão, completamente encharcada e com os olhos fechados.

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