O Segredo de Dallas

93 23 64
                                    

na noite em que Madeline Stuart morreu

O sangue falso não cheirava tão horrivelmente quanto Dallas imaginou. Blaire deixou um balde vazio de lado, enquanto limpava os sapatos na pia do banheiro — tiveram que apagar suas pegadas na floresta, e tirar os sapatos para ir embora. Respirando fundo, repetiu para si mesma o que Lola tinha acabado de lhe explicar: Chame atenção, faça com que todos olhem para você, enquanto fugimos. Seria apenas ela. Clarisse já havia ido embora com Toledo, Anastásia e Jackson seriam os próximos. Lola havia desaparecido com Aspen, apenas alguns minutos antes. Blaire não queria deixá-la, mas precisava ter um álibi, portanto, tinha que ir embora. Ia falar com o máximo de pessoas na festa antes de pegar o metrô e ir para casa. Lola disse que se várias pessoas dissessem que viram Blaire na festa, o horário seria irrelevante, principalmente com todos os jovens bêbados. Seu celular tocou, e Dallas atendeu com pressa:

— Amor?

— Estou no estacionamento — murmurou Roman, a voz estava rouca, então devia estar fumando. 

— E o... Galho?

— Está comigo. A pedra também.

Dallas soltou um suspiro de alívio, mas então se lembrou de outra coisa.

— Você se limpou? Está cheio de sangue dela!

— Estou fantasiado de vampiro, Dallas. Não acho que vão ligar para o sangue.

— Mas...

— Espera — cortou Roman, de repente, a voz dele estava distante, como se estivesse conversando com outra pessoa. — Olá? Sim... Só fumando... É...

Merda, Dallas xingou em silêncio. O guarda que ficava no estacionamento devia ter visto Roman, Blaire percebeu seu nervosismo, pois parou de limpar o sapato e encarou a ruiva.

— Horas?... Seu relógio não funciona, é? — continuou Roman. — É meia noite e meia. Sim... Por nada.

Dallas encarou as horas do celular, era uma e quarenta da madrugada. Parte de si se assustou com a agilidade com que o namorado pensou.

— Tenho que ir agora — murmurou Roman. — Te vejo amanhã. 

— Tudo bem.

— Eu te amo, Dallas.

— Eu te amo, Roman.

Desligando o celular, ela se olhou no espelho. Blaire se levantou, calçando os sapatos, pensou em abraçar Dallas, mas se sujaria no processo.

— Você consegue fazer isso, certo?

— Consigo — respondeu Dallas, dando um sorriso. — Você consegue?

— Sim. Minha parte não é tão difícil.

Blaire a olhou franzindo os lábios, como se algum pensamento desconfortável tivesse lhe atingido.

— O que foi? — indagou Dallas. — Está tudo bem?

— Só... Pensei em algo. Te explico depois — rapidamente Blaire pegou suas coisas, e lhe deu um beijo rápido. — Boa sorte.

Dallas suspirou, enquanto a via ir embora. Seu reflexo no espelho parecia uma pessoa completamente diferente. Quanto desse sangue é falso e quanto é o de Madeline? Pensou com genuína curiosidade. Repassou em sua mente o que devia fazer, como devia agir e o que dizer quando a polícia chegasse. Demonstre desespero, Lola tinha aconselhado, ela era sua melhor amiga. Aparente estar miserável. Ao sair do banheiro, andou por um corredor vazio, antes de ver Anastásia. Dallas ia correr até ela, perguntar por que ainda estava ali, quando o viu. O rapaz surgiu atrás da Stanford, usando uma máscara de hóquei, e a maneira como os dois conversavam era íntima demais para que fosse apenas um garoto qualquer. Anastásia segurou a mão do estranho com carinho, murmurando algo em sua orelha, antes de sair correndo.

Segredos MortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora