O Segredo da Festa II

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seis meses antes de Madeline Stuart morrer

Parte II:

Dallas era uma garota problemática. Aos 10 anos de idade viu o pai ser expulso de casa pela mãe, após traí-la com a babá. Nunca mais o viu, nem mesmo recebeu cartões de aniversário, apenas um cheque com dinheiro — e não era isso que ela queria. Após um tempo a mãe se casou de novo, Melinda encontrou um novo amor, um modelo nove anos mais novo, Bernard Stifler. E ele foi um pai para Dallas, lhe deu presentes, conselhos e amor. Mas a vida continuava difícil. Aos 14 anos perdeu a virgindade com quem acreditava ser o amor da sua vida. Não era. Ela foi largada, uma semana depois, ficando desolada e mais um rasgo foi feito em sua autoestima. Sua única ajuda veio de Madeline, que cuidou da amiga e lhe consolou por incontáveis meses, assim Dallas desenvolveu uma espécie de dependência pela amiga, mesmo que a amizade das duas não fosse a mais verdadeira e saudável possível.

Talvez não tenha sido bom para o seu caráter ter sido tão mimada. A mãe, tentando reverter o trauma de criar a filha sem o pai, a encheu de mimos e regalias. Nunca percebendo que, na verdade, estava a estragando. Dallas era insegura, mas também tinha um ego enorme, quando queria algo fazia de tudo para tê-lo. Não foi surpresa para a mãe quando a polêmica sobre a garota que "caiu" da escada rolante surgiu. Dallas tinha aprontado mais uma. O pai ausente, mais muito influente, tratou de jogar o assunto para debaixo do tapete. “A nossa filha foi esperta, aproveitou que não havia câmeras” disse ele uma vez, através de uma conversa por telefone.

Melinda queria brigar com a filha, castigá-la, mas não o fez. Finalmente Dallas parecia feliz o suficiente, e isso se dava pela presença constante de Roman White. No começo a mulher tinha suas dúvidas sobre o rapaz, sempre tão silencioso, mas no fim caiu em suas graças. O bajulava como se fosse um filho.

— Minha mãe ama mais a você do que a mim — disse Dallas, numa noite, enrolada entre os lençóis e os braços do namorado.

— Eu sou carismático.

Ela riu.

— Bem, eu a entendo. Eu amo você também.

Não ouviu uma resposta, Roman apenas a abraçou com mais força. Não se importou, talvez fosse muito cedo para um "eu te amo", mas Dallas aprendeu, cedo demais, que era sempre melhor dizer seus sentimentos antes que tudo acabasse.

🔪🔪🔪

— O azul — disse Dallas para a empregada Blaire. — Cuidado para não amassar.

— Eu sei segurar um vestido.

— Tem certeza? Não vai jogá-lo no triturador de lixo?

A ruiva observou com atenção, a garota congelar onde estava. Era quase apetitoso observar o medo que causava na pequena Blaire. Corra, coelhinha, corra!

— E-eu... Não sei do que está falando.

— Não se preocupe, eu não vou contar o seu segredinho sujo.

Dando risada, Dallas se arrumou, dispensando Blaire. As festas de Aspen eram sempre as melhores, e não queria perder tempo com fofocas. Logo, Roman viria buscá-la, e ela mostraria a ele como uma nova iorquina festejava. Já sabia que ele estava apaixonado, mas queria mais do que isso, Dallas precisava que Roman lhe passasse segurança, ela queria ter certeza que ele não iria embora de uma hora para outra. Por isso, naquela noite, colocou uma gargantilha de diamantes. Roman tinha um estranho fascínio pelo pescoço da namorada, gostando de enforcá-la durante o sexo. Dallas adorava, tinha algo extremamente excitante no perigo, ele a ensinou isso.

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