Epílogo

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um ano após a morte de Madeline Stuart

“A notícia mais chocante da noite vai para a descoberta dos crimes cometidos por Jackson Parker, que foram expostos nesta madrugada. Por meio de uma conta anônima, foram soltos uma série de vídeos onde o filho do deputado Wesley Parker é acusado de: tentativa de assassinato, suborno e homicídio. A conta foi derrubada rapidamente, mas os vídeos e as provas foram repostados por toda a internet. Em um vídeo feito por uma câmera comercial, é mostrado Jackson Parker espancando um jovem de identidade desconhecida. Em outro momento, ele é visto com as mãos ensaguentadas ao sair de uma rua fechada. Há também arquivos de hospitais, mostrando que Wesley Parker pagou pelo tratamento das vítimas. Documentos mostram grandes quantias de dinheiro sendo depositadas em diferentes contas.

Há também um vídeo onde é mostrado o carro de Jackson Parker estacionado na mesma rua em que o Gideon Faye, mendigo assassinado há alguns meses, foi encontrado. Na mesma noite e horário que o homem teria sido atropelado. 

Nas redes sociais, os internautas se perguntam se Jackson não teve envolvimento com o assassinato de Madeline Stuart, e se o deputado Wesley Parker não teria subornado a polícia para que o filho fosse liberado. A família não deu nenhum depoimento até agora, e Wesley Parker se mantém em silêncio. Jackson foi preso nesta manhã...”

Anastásia desligou a televisão. Sua boca estava aberta, mas nenhum som saia, ao seu lado, Ezra sorria com felicidade, a olhando com expectativa. 

— Como...

— O dinheiro que Wesley depositou na minha conta — o rapaz explicou. — Eu usei para conseguir algumas informações. Um amigo do meu pai, da época da polícia, me ajudou. Demorou pra caralho, mas eu consegui.

Anastásia levou uma mão até a boca. 

— Mas... Eu estava lá! Foi eu quem atropelou o mendigo...

— Não se preocupe, eu sumi com qualquer prova que incriminasse você.

Ezra se aproximou devagar, como se não soubesse como Anastásia reagiria. Devagar, passou os dedos pelo rosto da garota.

— Eu disse que iria me vingar dele, não disse?

Anastásia fechou os olhos por um momento. Nos últimos meses tinha estado com Jackson, ficando ao lado dele, o apoiando, até mesmo ignorando seu lado espancador. Estava infeliz, mas ele a entendia, conhecia seus segredos, seus defeitos. Ela o amava, só não gostava dele, imaginou que pudesse passar por isso, e que todos os relacionamentos passavam por dificuldades em algum momento, no entanto, a situação não melhorava.

Era estranho como havia toda a sua vida planejada no começo do ano. Seu casamento, seu futuro, até mesmo seus filhos, e agora não sabia o que aconteceria no dia seguinte. A sensação de se ver livre de Jackson era... Boa. Muito boa. Porra era boa demais.

— Esse era o seu plano desde o início? Incriminando-o com o taco de baseball?

— Eu precisava que a reputação dele fosse colocada em dúvida. Ou não acreditariam totalmente quando as provas saíssem.

Anastásia piscou lentamente, tentando pensar:

— Ele será condenado? — sua voz saiu baixa. 

— Com certeza — sussurrou Ezra, depositando beijos em seu pescoço. — Nem mesmo o poderoso Wesley Parker conseguirá se livrar dessa. Não se quiser se reeleger.

O celular de Anastásia vibrou na cômoda, e o número de Jackson apareceu na tela. Ela deu um sorriso, ignorando-o completamente. Sinto muito, querido, pensou com diversão. 

— Eu te amo — sussurrou para Ezra. — Nós podemos ficar juntos agora, não é?

Em resposta, ele a beijou. Por que a próxima seria ela, a tola Anastásia, que contou para Ezra absolutamente tudo que ela e seus amigos criminosos aprontaram. Então, o próximo seria Roman, depois Lola, Dallas, Aspen, Blaire, todos seriam derrubados, condenados e expostos. Ezra não descansará, ele será o karma, com sua  vingança implacável.

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