Jirou estava no quarto aproveitando o tempo vago que teria naquele momento já que não era obrigatória assistir aquela aula em específico, mas parece que Yaoyorozu tinha tido a mesma ideia já que entrava no quarto logo em seguida da outra garota.
Kyouka olhou para a mais alta enquanto desconectava a guitarra do amplificador reclamando sobre a falta de tempo para tocar.
— Eu não ligo de você tocar Jirou. — Deu de ombros, se sentando na própria cama enquanto observava a mais baixa re-ligar a guitarra enquanto abria o vídeo no youtube para tentar mais uma vez pegar o cover de Creep – Radiohead, enquanto era assistida por Momo.
As mesmas partes que errava no ukulele estava errando na guitarra. Frustrada depositou a guitarra em cima da cama e cruzou os braços com um bico estressado nos lábios. Momo sorrindo se levantou a saia do uniforme balançando conforme os quadris, e chegou até a segunda gaveta de sua cômoda tirando de lá uma caixinha e então um instrumento diferente do que Jirou já havia visto.
Começou a tocar passando os polegares em cada metal fazendo um som bem delicado e bem calmo. — Somewhere over the rainbow...
Ok. Jirou tinha certeza que cada parte de seu corpo tinha cedido a voz da garota, era tão bonita, calma e misturado ao instrumento arrepiava. Devagar a garota pegou seu ukulele acompanhando os acordes com a menina e cantando, sua voz saindo um pouco mais baixa que a dela, mas formando um resultado bonito no final.
Denki e Hanta escutavam suas músicas dividindo o celular do loiro na quadra, enrolavam debaixo da arquibancada onde ninguém os via e o professor fazia vista grossa. O Sero encostou a cabeça no ombro de Kaminari aproveitando a música, e foi quando sem perceber que as mãos dos dois garotos se entrelaçaram.
O coração de Sero batia rápido até demais, não deveria acontecer, afinal Kaminari era seu melhor amigo e já namorava duas pessoas, mas não conseguia afastar o contato e nem acalmar seu coração.
Ao final da música Denki sorri. — Essa quem me apresentou foi a Jirou.
E o balde de água fria caiu sobre o moreno que tirou sua mão dali e desencostou a cabeça do ombro de Kaminari afinal a realidade lhe atingia como um tijolo jogado numa janela.
— É boa. — Foi o que disse, naquele momento o moreno só queria sair correndo dali e ir para o seu quarto e não sair até que todos os sentimentos tivessem saído de seu peito. A música combinava direitinho com o que Sero sentia no momento. — Pode pôr de novo?
— Vai encostar a cabeça no meu ombro e me dar a mão de novo? — Sorriu e Sero desviou o olhar corando, foi quando o loiro puxou a mão dele entrelaçando novamente.
Droga, por que Kaminari o iludia tanto?
Todoroki jogava vôlei enquanto Midoriya ficava na arquibancada junto com algumas meninas que estavam em seu período, uma delas sendo Nejiré que se sentava longe de si. Uraraka estava ao seu lado e torcia a favor de Iida e Todoroki, que eram do mesmo time.
Do outro lado da quadra, líderes de torcida faziam seus ensaios eram tão sincronizadas que dava até gosto de ver. No intervalo Todoroki subiu até ali beijando os lábios de Midoriya e a testa do mesmo sendo gritado pelo professor.
— Ochaco qualquer coisa me grita. — Pediu pegando a água na mochila de seu namorado e tomando alguns goles logo descendo de volta para a quadra.
No intervalo Bakugou se sentou numa mesa afastada, estranhando quando Sero se sentou ao seu lado e mais ainda quando Kaminari e Kirishima tomaram lugar na mesa. O loiro observou todos com a mesma expressão irritada de sempre.
— O que fazem aqui? — E para fechar com chave de ouro, Mina se sentou ali de frente para eles. — Ok, repetindo, o que vocês estão fazendo aqui?
Ninguém o respondeu e isso o estava deixando mais estressado que o normal, foi quando Mineta entrou no refeitório com alguns garotos de outra turma. Katsuki conhecia bem aqueles idiotas, eram os homofóbicos da 1-B. E então ele entendeu, era a forma que tinham de proteger Sero caso um deles destilasse veneno, e então relaxou na sua cadeira.
Sero não conseguia comer nada naquele momento, estava preocupado com o que aqueles garotos poderiam fazer contra si, não queria escutar mais nenhuma ofensa, estava cansado. Kaminari tentava passar confiança para si esfregando seu braço mas nada parecia funcionar.
— Galera, acho que o Sero está tendo um ataque de ansiedade. — Foi quando Sero começou a chorar e a tremer, ele não conseguia falar apenas chorava e se encolhia cada vez mais no banco.
Denki já tinha visto isso acontecer algumas vezes mas sempre Jirou o ajudava, dessa vez ela e Shinsou estavam na sala de som e não iriam escutar um chamado deles. Surpreendendo todos Kirishima se sentou de frente para ele segurando ambas as partes do rosto dele, e dizia – respira comigo, anda – enquanto Kaminari apenas observava com as duas mãos atrás da cabeça.
Katsuki estava observando a melhora dele enquanto Mina molhava as mãos e passava na testa do garoto. — Me escuta Sero, você é um garoto. Ouviu? O garoto mais bonito de UA, entenda.
Aos poucos o garoto foi melhorando, e quando percebeu que todos o olhavam se encolheu de vergonha.
— Tão olhando o que caralho, vão tomar conta da vida de vocês bando de filho da puta!
E os alunos se viraram, ainda sussurravam coisas mas eram menos. E Mina então empurrou seu sanduíche, que não tinha carnes, para que o outro pudesse comer. Foi quando ele conseguiu comer, finalmente.
Katsuki e Eijirou chegavam ao quarto juntos, o loiro foi direto para o banheiro, aquela carga pesada estava o dando dor nas costas e cansaço do qual ele não deveria sentir. Assim que saiu do banheiro Kirishima entrou, o loiro acendeu um incenso colocando no incensário, e então se sentou no chão, rezaria e meditaria porque aquele dia estava demais já.
Eijirou ao sair do banheiro encontrou Bakugou no chão parecendo sereno enquanto um cheiro adocicado tomava o ambiente. — O que está fazendo?
— Meditando. — Respondeu ainda de olhos fechados. Eijirou se sentou na própria cama observando o loiro.
— Posso meditar com você? — E Bakugou assentiu, o jogador então se sentou de frente para o loiro copiando os movimentos corporais dele, e então fechou os olhos deixando que a energia do quarto o tomasse.
Era bom. Sentia o peso de seu corpo sair, conseguia até mesmo se sentir mais leve. Depois de pelo menos meia hora abriu os olhos encontrando Katsuki o encarando com um meio sorriso.
— O que? — Eijirou o questionou e Bakugou se levantou indo para a própria cama, o avermelhado ainda tentava entender porque o loiro o encarava. Mas em conclusão, tinha gostado de meditar, era bom, e o cheiro do incenso também.
A verdade era que cada dia com Katsuki era uma lição diferente, e ele estava gostando de aprender cada uma delas.
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Boys Don't Cry •KiriBaku•
Teen FictionExiste um grande clichê de colocarem o nerd e o esportista no mesmo quarto. Um pouco diferente quando o nerd não é pequeno, nem fraco e muito menos submisso. Estamos falando de Bakugou Katsuki, o explosivo loiro de notas altas, cabelo espetados e ol...