The Night We Met

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Aizawa tinha decidido dividir a apresentação do trabalho em dois dias, Bakugou e Kirishima nem sabiam mais como fariam esse trabalho, bom, Bakugou não sabia. Midoriya tinha subido no mini palco da sala de aula, arranhado a garganta e segurava alguns papéis.

— Eu separei algumas coisas sobre como é viver com Shinsou Hitoshi. — Seu rosto tinha esquentado um pouco. — "A convivência foi difícil, somos bastante diferentes um do outro, Shinsou tem seu jeito de lidar com as coisas, um jeito de pensar sobre a vida e particularmente eu não posso parar muito para pensar sobre a minha vida, eu não sei quanto tempo eu tenho dela." — Deu uma risada sem graça. — "Ele tem sempre ótimas ideias, e fez de tudo para que eu ficasse confortável mesmo que eu estivesse apavorado de estar ali com ele, eu tinha uma imagem de muito durão com o Hitoshi, e essa imagem foi apenas um esteriótipo, ele esteve comigo em momentos difíceis e agradeço muito ao professor por ter passado esse trabalho."

A turma bateu palmas, e então Hitoshi sorriu. — Eu também separei um pouco sobre como foi, e é, viver com Izuku Midoriya. — Tirou um papel amassado do bolso, desdobrando e então começando a falar. — "Pra' mim Midoriya era só o garoto com câncer da turma. O que é engraçado porque pra' mim ele não passava disso, o estranho é que eu nunca atribuí nada demais à ele, e a primeira vez que eu percebi que ele era mais que um negócio no nariz, mais que tossidas secas foi quando ele se assustou com Constantine" — Deu uma pausa rindo. — É sério gente, ele ficou apavorado com Constantine! Continuando, "ele se escondeu e eu percebi que ele era muito mais legal do que a imagem que eu tinha formado dele, e se vocês pensam que ele é frágil saibam que ele é a pessoa mais forte que eu conheço, com um gosto musical péssimo, mas ainda assim, acho que posso chamar ele de amigo. Meu namorado por um trabalho, Izuku Midoriya ou Deku".

Alguns secavam as lágrimas que tinham formado no canto dos olhos, Deku tinha corrido até o arroxeado e o abraçava pela cintura sendo agraciado com um cafuné em seus cachinhos. Aizawa se levantou de sua mesa. — Obrigado, próximos são...

E assim se seguiu a aula, no final dela Katsuki arrumou as coisas e iria sair da sala quase correndo quando foi segurado pela mochila. — Mas que caralho! — Olhou vendo Kirishima. — O que você quer?

— Eu acho que a gente tem que conversar.

— Não, não temos. E mais, se for pelo trabalho, pode falar que eu não fiz nada, eu não ligo. — Se soltou do ruivo saindo marchando do lugar.

Todoroki estava agarrado com Midoriya, ambos conversando com Shinsou quando Bakugou passou por eles, os três o acompanhando com o olhar quando em menos de sete minutos ele voltou andando pelos corredores com um skate.

— O Kacchan... Ele não anda de skate a anos... — Midoriya comentou. — Tem algo muito errado acontecendo.

Todoroki se virou para o namorado. — Você não vai se meter nisso, você sabe muito bem que o Bakugou não gosta quando você se mete na vida dele.

— Eu nunca ouvi o Todoroki falar tanto então eu concordo com ele. — Shinsou disse e Todoroki acabou por rir.

Katsuki dava impulso enquanto novamente acendia um cigarro, chegou a parte de trás da escola saindo pelo buraco na cerca e levando o skate consigo, voltou a andar com o mesmo, estava sem uniforme de qualquer jeito.

Andava sem rumo dali, o cigarro queimando em seus lábios enquanto ele corria livremente para longe, desejava se perder e nunca mais achar o caminho.

Naquela noite Kirishima tinha tido um sonho, era uma mulher parecida com sua mãe que dizia para ele ser livre, o sonho tinha mexido consigo mesmo que não tivesse entendido muito. No refeitório, enquanto ouvia os jogadores falando sobre futilidades ele olhava seu celular a cada segundo, o contato em especial parecia brilhar em seus olhos, mas ele sabia que estavam brigados.

De repente gritos foram ouvidos, e Jirou gritava com Kaminari "Acabou! Acabou!" enquanto o loiro não sabia como discutir, Momo estava ao lado da garota que estava pronta para pular no pescoço do (ex) namorado.

Kaminari foi atrás da garota que saiu do refeitório enquanto ela gritava com ele, Shinsou então o segurou junto com Sero e lhe disse para esperar um pouco, estavam os dois de cabeça quente e nada iria adiantar naquele momento, o loiro começou a chorar abraçado aos dois dizendo vários "eu amo ela".

Bakugou sentia suas pernas doendo de tanto andar, quando o sol foi se escondendo dentre as nuvens formando uma grossa camada e então começou a chover. — Era só o que faltava.

O garoto se deitou no banco de concreto sentindo as gotas salpicaram seu rosto, fazendo trilha desde as bochechas e se misturando com as lágrimas, percebeu ali naquele momento em especial que era sozinho, sempre seria sozinho. Afinal que idiota gostaria de ficar com ele?

— Kacchan! — Talvez esse idiota. Katsuki virou a cabeça vendo Midoriya segurando um guarda-chuva colorido junto com Shinsou e Todoroki. O baixinho correu até ele, e então colocou a mão atrás da cabeça do loiro. — Droga, você tem pressão baixa e não comeu nada! — O loiro estava zonzo.

Shouto então ajudou a levanta-lo e os três o levaram para o carro onde Sero estava ali, Shinsou entrou junto com o bicolor na frente enquanto Deku colocava o loiro no banco sendo auxiliado por Sero.

Katsuki tremia de frio e então Sero colocou um casaco no peito do loiro, que desmaiou.

Kirishima ouviu burburinhos no estacionamento então foi até uma das garotas perguntando o que tinha acontecido, o que estava acontecido e a resposta fez seu corpo inteiro gelar. — Trouxeram o Bakugou desmaiado e todo molhado, foi o garoto com câncer e o queimadinho.

O ruivo então saiu empurrando todos e então viu Shinsou e Shouto carregando o loiro com dificuldade. — Todoroki! — Foi até eles. — Deixa que eu levo ele.

Pegou o loiro nos braços caminhando dali até a enfermaria, olhou para o rosto dele, parecia tão fraco, tão sereno. Quando finalmente chegou até a enfermaria, a enfermeira pediu que esperasse do lado de fora mas não demorou muito para que ele fosse chamado.

— Pode olhar ele? Eu tenho mais alguns alunos que se envolveram numa briga. — O avermelhado assentiu, puxou um banquinho e se sentou ao lado do loiro.

Kirishima passou as mãos no cabelo do loiro. — Desculpa. — Pediu baixinho e abaixou a cabeça encostando no colchão.

Boys Don't Cry •KiriBaku•Onde histórias criam vida. Descubra agora