Yaoyorozu tinha descoberto um novo lado da vida, o lado que seus pais sempre a privaram. Naquela semana tinha fumado seu primeiro baseado, tinha fugido da escola e ralado o joelho tentando subir no skate da mais baixa. — Eu nem sabia que aqui tinha piscina.
O cigarro na mão dela batia na borda da cadeira que estava sentada, Jirou riu se jogando na cadeira ao lado dela. — Tá brincando? Eu vinha aqui direto com o Denki e o Toshi. — Jirou tinha parado de tratar o nome do ex namorado como tabu, sabia que teria que conversar com Denki porque mesmo que estivessem longe um do outro, seu coraçãozinho acelerava só de pensar no sorriso do seu loiro.
— Eu sou meio chata, eu sei.
Jirou então esticou as pernas negando com a cabeça. — Não, você gosta do certo, eu admiro isso. — Viu a mais alta tragar o cigarro normal e então o pegou da mão dela, levando a própria boca. — Eu vou te ensinar a viver do meu jeito e em contra-partida você me ensina a viver do seu. — Jogou o cigarro no chão pisando com o chinelo e então puxou a garota pela mão correndo e pulando na piscina.
— Você é louca?
— Completamente. — E então se beijaram, tinha virado uma rotina. Ambas subiram e se sentaram na borda, balançavam os pés na água rindo bobas uma para outra, foi quando sem nem perceber uma terceira pessoa entrou ali.
Assim que Kyouka e Yaoyorozu iriam trocar mais um beijo, o intruso puxou a mais baixa pelos cabelos jogando-a para trás. — Você tá de sacanagem Momo? Sapatão? — Aquela voz inconfundível, Monoma Neito, ou melhor, o priminho quase nunca mencionado de Yao.
Jirou sentia sua cabeça latejar, aquele garoto era um idiota, o pior era ouvir tudo aquilo enquanto via sua garota chorar calada, foi quando a mesma se levantou e o empurrou na piscina caindo junto com ele aproveitando para socar o quanto podia, chuta-lo em lugares que normalmente não faria, as leis da física não se aplicavam a uma Jirou Kyouka com raiva. — Eu odeio você, odeio você!
— Jirou! JIROU! — Momo tinha pulado na piscina e a puxado por trás, as duas se olharam e a mais baixa secou uma lágrima do rosto da outra menina. — Ele é um idiota.
Momo tinha levado a garota até a enfermaria, mas ao chegarem lá encontraram Sero e Kaminari saindo de lá. Kyouka travou na porta, e Denki parecia ter feito o mesmo.
— Precisamos conversar. — Disseram juntos, e então riram juntos. Sero e Momo suspiraram aliviados, a mais alta puxando Sero pelo braço e deixando o casal ali sozinho.
— Eu amo você. — Kaminari disse, e Jirou deu uma risadinha indo até o loiro e o beijando, e logo o abraçando. — Isso quer dizer o que?
— Que eu amo você seu idiota, e que eu sei que seu coração é enorme e cabe todos nós, mas tem mais uma coisa. — A Kyouka mantinha os braços em volta do pescoço do loiro e falava olhando para ele. — Eu... Eu me apaixonei pela Momo. Mas Denki eu te amo muito, só que...
— Isso é bom! — Ele riu e então beijou a garota de novo.
Finalmente estava tudo bem.
Uma semana antes do natal os alunos arrumavam suas coisas para levarem para a casa, Katsuki via Eijirou arrumar suas coisas animadamente enquanto ele apenas estava em cima de sua cama. — Por que não tá arrumando sua bolsa?
— Eu não vou. — Sorriu, estava acostumado a passar o natal com alguns dos alunos de U.A, não se importava com datas festivas. — Eu passo sempre o natal aqui, de noite eles sempre fazem uma ceia muito gostosa e eu faço os biscoitos, é bem divertido.
O ruivo se sentiu mal por um momento então parou de guardar suas roupas e se sentou ao lado do loiro. — Por que não fica com seu pai?
Katsuki então suspirou. — É complicado, essa época do ano meu pai passa com os pais da minha madrasta, e bem, ela e os pais dela me odeiam. Dizem que sou um mal exemplo para o meu irmão, então eu prefiro evitar.
Kirishima então fez um bico pensativo, será que suas mães deixariam ele levar Katsuki para sua casa? Resolveria depois. — Quer ir comigo passar o natal com as minhas mães? A gente passa na casa do meu avô.
— Isso é íntimo demais cabelo de merda, acho que não estou pronto para isso.
— E vai passar sozinho? — Questionou e Katsuki deu de ombros se levantando, foi até a janela fechando-a.
— Não vai ser a primeira vez. — Deu de ombros, a verdade é que ele realmente não se importava com datas festivas, mas Eijirou tinha aprendido desde pequeno que natal se passava com aquele que amava.
Amava Kat- OPA? AMAVA KATSUKI?
Ouviu dedos se estalarem no seu rosto chamando sua atenção. — Você tava com cara de retardado. — Katsuki explicou e o ruivo se desculpou baixinho.
Sero estava ajudando Kaminari a arrumar suas roupas dentro da bolsa, o loiro iria para a casa de Shinsou, o outro passava os natais na escola junto com os outros alunos, no final das contas era mais divertido do que passar na casa dos seus avós que ainda o chamavam de–
— Hanta? — Denki tinha dado um selinho no garoto que tinha despertado. — Você estava longe de novo.
Ele se desculpou baixinho e voltou a ajudar o loiro a arrumar as roupas dentro da bolsa, Hitoshi então abriu a porta, entrou com uma bandeijinha com copos de café para os três. Entregou um para cada e se sentou na cama. — Tem certeza que não quer ir conosco?
— Eu gosto de passar o natal aqui, de noite eles fazem uma grande ceia e dormimos na quadra coberta. Não vai ser o primeiro ano, e nem o último. Quem sabe um dia vocês dois passam o natal aqui? — Sorriu tomando uma golada do café e o depositando na escrivaninha.
Shinsou deu de ombros concordando e Kaminari apenas continuou calado com o copo na boca bebendo o café.
Midoriya passaria o natal na casa dos irmãos de Shouto, fariam uma grande festa natalina (Fuyumi até pediu para que chamasse sua mãe, mas ele negou), pela primeira vez conseguia ver que Shouto estava realmente animado para aquilo, sempre o namorado passava em U.A, era a primeira vez que sairia no natal. — Touya vai levar o namorado dele!
— Então você não é o único do vale? — Deku dobrou mais uma peça colocando-a no próprio colo vendo o bicolor assentir.
— Eu poderia estar bravo com eles, mas eu não consigo, eu estou feliz de saber que o Dabi é meu irmão, estou aliviado.
Izuku sorriu compreensivo, colocando o casaco dentro da mala do outro. — Será que sua irmã comprou sueteres de natal? Todo ano minha mãe compra.
— Acho que sim, Fuyumi tá fazendo o que pode para tudo sair perfeito.
— Vai ser perfeito.
— Vai.
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Boys Don't Cry •KiriBaku•
Novela JuvenilExiste um grande clichê de colocarem o nerd e o esportista no mesmo quarto. Um pouco diferente quando o nerd não é pequeno, nem fraco e muito menos submisso. Estamos falando de Bakugou Katsuki, o explosivo loiro de notas altas, cabelo espetados e ol...