Acordei com a notícia de que entregariam as chaves dos nossos armários juntos com os nossos livros e que os 3 terceiros iriam acampar no fim de semana.
- oi- Henrique veio pra me dar um selinho e eu deixei, estava de bom humor.
- já me perdoou? - ele riu.
- não, mas hoje é sexta, e meu humor está perfeito.- disse caminhando.
- posso te pedir uma coisa-
Nesse momento, a única coisa que eu pensei, foi:
- finalmente essa gay vai me pedir em namoro.- ah claro, pode falar- sorri.
- quer dormir lá em casa hoje? Minha mãe viajou, está na cidade de Duda resolvendo as coisas do testamento dela, já avisando que ela foi ontem e eu não estou ficando sozinho com a duda-
- pode ser, mas você vai ter que pedir pro meu pai-
- ah, eu peço.- com toda certeza ele não gostou da ideia.- posso te perguntar uma coisa?
Ai meu Deus agora sim ele vai pedir pra gente casar, quer dizer, namorar.
- pode- minha cara com toda certeza, era a cara de um idiota.
- como você se machucou daquele jeito na quarta-feira?-
Eu não queria falar sobre aquilo, foi um dos piores dias da minha vida e eu já havia resolvido.
- não quero falar disso-
- ok, não quero te forçar a nada-
A escola estava tranquila, havia uma fila enorme na secretaria pra pegar a chave dos armários, eu decidi esperar e pegar no intervalo, já que estaria mais calmo, a minha sala inteira estava na fila e Henrique decidiu ficar na fila também, Alice ainda não havia chegado e acho que nem viria hoje, ela anda faltando muitos, deve ser por causa do joelho.
- Lucas- a palavra saiu de forma espontânea da minha boca, assim que vi Lucas sentado na minha cadeira na sala vazia.
Ele ergueu apenas os olhos, se levantou e saiu, como se eu não existisse.
- que cara mais doido- disse pra mim mesmo caminhando até minha cadeira.
"Me encontre na quadra"
Era oque estava escrito de todo tamanho na minha mesa.
- nossa que sala vazia!- Pam entrou na sala caminhando até mim.
- é- me joguei sobre a mesa, esfregando meu corpo de forma disfarçada tentando apagar o recado.
- você está bem- Pam ergueu o cenho.
- claro, e você- dei um sorriso que pareceu mais desesperado que tudo.
- eu estou-
- que bom-
- eu tenho que te perguntar uma coisa-
Meu Deus, o mundo todo quer me fazer uma pergunta.
- pode falar- parei de me esfregar.
- ai, estou meio que com vergonha mas, você sabe se a Alice já teve interesse em garotas?-
Desculpa, mas eu não aguentei, eu ri, mas não foi por mal, foi da situação mesmo, eu não estava acreditando que Pam, estava afim de Alice.
- qual é a graça?-
- desculpa, é que, Lésbica?- eu sei isso soou meio homofóbico, mas era estranho, a Pam?
- não, Bi, e se eu fosse, algum problema?- ela parecia irritada/arrependida.
- não, claro que não, eu sou gay esqueceu? Mas eu acho que a Alice é hétero, bom, pelo menos eu nunca a vi ficando com garotas-
- entendi-
- por que você não fala pra ela?- perguntei.
- porque eu não sou idiota, se caso ela disse que não curte, as coisas vão ficar estranhas e não quero que fique, eu sei que a gente só se falou uma vez mas eu sempre reparei nela.-
- ai amiga, eu sinto muito, mas porque você não faz um fake, só pra saber se ela curte, eu já fiz muito isso, e me poupei de grandes micos, pode acreditar.-
- ok, vou pensar no que eu faço-
Conversamos mais um pouco e o sinal tocou, e os alunos, todos animados, começaram a entrar na sala balançando a chave de seus armários, a maioria já com chaveiros.
- olha- Henrique estendeu o chaveiro, quase enfiando ele pela minha garganta.
- é bonito, onde comprou- era um chaveiro de bola de futebol, bem brilhante, até eu usaria.
- meu pai me deu, quando eu era menor- por um momento ele pareceu triste.
- ahh entendi- não sabia oque falar.
- esse é pra você- ele me mostrou um outro com um par de asas, escrito senhorita, com toda certeza era o melhor presente que eu havia ganhado, não era só um chaveiro, tinha um história engraçada por trás dele, o dia do baile no quarto de Henrique, no dia do jantar com a mãe dele, aquilo foi incrível.
- eu amei muito, obrigado-
- que bom que gostou, senhorita- disse dando ênfase no senhorita.
- tá bom, chega, a professora entrou na sala.- me virei e ouvi Henrique rindo.- qual é a piada?-
- eu amo esse seu jeito espontâneo-
Tá, meu coração acelerou e minha barriga doeu, mas isso não significa que eu esteja apaixonado.
Quer dizer talvez eu estivesse.Eu estava na fila, pra pegar ma chave do meu armário e os meu livros, quando vejo Lucas caminhando em direção a quadra, Eric e Jhenni por coincidência haviam faltado e Lucas estava sozinho.
Com a chave na mão, eu balançava os dedos, a dúvida pairava sobre minha cabeça, eu vou.
A quadra parecia fria, e meus passos causavam ecos, o vi num dos últimos bancos da arquibancada, com a cabeça baixa batendo o pé, parecia nervoso.
- Lucas- gritei.
Ele me olhou e desceu rápido.
- preciso da sua ajuda-
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crush Supremo
عاطفيةOBRA CONCLUÍDA. EM REVISÃO A adolescência é uma fase complicada, imagine quando você é uma adolescente gay? Pussy die pussy clean, pussy fresh viu meus amores.