Crush Supremo

16

E esse sou eu, no carro de Lucas a caminho da casa dele, sem avisar a Henrique onde estou indo e com quem, talvez eu morra, ou talvez eu ajude alguém.

- você não vai falar oque você fez?-

- se eu disse você não vai querer ajudar-

- você matou alguém?-

- não-

Esse não soou muito incerto e eu ficava com mais medo a cada segundo, eu não estou afim de ajudar a esconder um corpo.

A casa de Lucas era enorme e bem bonita, seus pais tinham dinheiro, mas não tinham tempo, quase nunca estavam em casa, talvez seja por isso que Lucas è tão babaca.

- por aqui- o segui, passamos pela cozinha e fomos para a varanda da parte de trás da casa, onde havia um freezer desligado.

- que isso?- perguntei apreensivo.
Ele me olhou por um tempo e abriu, eu só não caí porque Lucas me segurou.

Jhenni e Eric estavam amarrados e com fitas sobre a boca,eles não estavam machucados, mas me pediam ajuda com o olhar.

- que merda é essa Lucas?- comecei a desamarrar e a tirar a fita da boca dos dois.

- eles me traíram Cainã, eu eu ia matá-los, mas você não deixou- ele saiu andando pela varando passando as mãos na cabeça, ele estava visivelmente perturbado e eu só queria sair dali logo, mas não podia deixar Jhenni e Eric daquela forma.

- como assim eu não deixei!- Eric assim que eu o soltei, pulou do freezer e saiu correndo.

- eu vejo você, em todo canto, eu sonho com você, com a sua boca, seus olhos, tudo.- ele se virou pra mim e eu me afastei.

- esse cara é louco- Jhennifer disse de dentro do freezer.

- cala a boca!- Lucas gritou e Jhemnifer saiu do freezer indo embora também, me deixando sozinho com Lucas.

- eu vou embora- falei tentando passar, mas Lucas bloqueou o caminho me fazendo bater no seu peito.- me deixa passar- meu olhos se encheram de lágrimas e minhas orelhas começaram a queimar, tremia de pavor.

- eu preciso tentar uma coisa- ele segurou meus braços de forma rápida e me prendeu junto a ele, assim que percebi que ele queria me beijar, comecei a me debater, e gritar.- você tem que ficar quieto!- Lucas me apertou mais me fazendo gemer de dor, ele segurou minha bochechas com uma das mãos enquanto a outra segurava meu braço, e encostou seus lábios secos e salgados pelas lágrimas nos meus, me soltei e corri, corri o mais rápido que pude, eu não estava com raiva, eu estava revoltado e com nojo, muito nojo, foi como se ele tivesse direito sobre mim, como se ele pudesse fazer isso, como se eu fosse propriedade dele, mas eu não era, eu não sou e nunca vou ser.

Depois de correr por kilômetros, finalmente cheguei na escola, estava quase vazia e parecia que ninguém havia percebido que saí, fui até o bebedouro e quase me afoguei de tanto beber água.

- olá senhorita- Henrique apareceu sorrindo e eu me assustei, mas depois me senti aliviado, e quis abraça-lo, e assim o fiz, abracei o mais forte que pude.- ei, tá tudo bem? Você está suado, por que não esta na sala?-

- educação física, e eu estou bem sim- sorri, era mesmo a aula de educação física nos dois últimos horários.

- educação física de mochila?-

- sim, é bom pra perder massa gorda-

- ah, bom eu vou indo, tenho que usar o banheiro, a gente se vê no final da aula.- ele saiu e eu fiquei sozinho, corri pra quadra e me senti mais seguro, Lucas não poderia fazer nada comigo ali.

O fim da aula finalmente chegou e eu fui para o portão, esperar Henrique pra saírmos da escola.

- vamos?-

- vamos-

O caminho de volta foi mais tranquilo, Henrique sempre me faz rir contando histórias da sua antiga vida, e do cachorro que ficou com o pai.

- que horas você vai vir pra pedir- disse me referindo a Henrique pedir permissão ao meu pai pra eu dormir na casa dele.

- umas 15:00 pode ser?-

- pode-

Nos despedimos e ele se foi, entrei em casa peguei meu celular pra mandar mensagem pra Alice, pra perguntar se ela estava bem e falar pra ela colocar eu e Henrique na lista do acampamento.

- estou bem e já tinha colocado kkkkk-

- por que faltou de aula?-

- preguiça-

- ah quer dormir na casa do Henrique, preciso te contar uma coisa, muito séria-

- só vou pela fofoca-

Preciso contar pra alguém, estou com medo.