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Estávamos indo embora e eu estava preocupado com Henrique, mas afastei qualquer pensamento ruim da minha cabeça.

- vamos- disse chamando Alice para a nossa caminhada de volta pra casa.

- vamos- nos despedimos de Pâmela que ia para o lado oposto.

- preciso te contar algumas coisas-

Contei tudo pra ela, eu não repetir tudo aqui porque se não vai acabar virando outra história.
Alice reagiu de forma boa, ela nunca teve problema com a minha sexualidade e de certa forma isso nos aproximou ainda mais quando ela soube, mas ela não gostou do fato de eu ter contado sobre Henrique dias depois, mas é que eu estava inseguro e ainda estou, eu não sei direito oque a gente é e tenho medo dele ir embora.
Sobre o acontecido do dia anterior, ai sim ela ficou puta, mais puta comigo do que com meu pai, mas também ficou brava por isso, ela de certa forma cuida de mim e quer sempre saber os dois lados da história para não ser injusta, e isso é uma das coisa que eu mais admiro nela, sou feliz por tê-la como melhor amiga.

- eu te mando mensagem, e tenta conversar com seu pai de forma civilizada, sem gritaria ou coisas do tipo- ela avisou e nos despedimos.

Caminhei mais um pouco e cheguei em casa, Roni havia ido para a faculdade que acabei descobrindo que era de medicina, e meu pai estava lavando o banheiro, me escorei na porta do mesmo e o observei.

- pai-

- oi Cã- ele me chamou de Cã, talvez não estivesse tão chateado, mas a tonalidade da sua voz não era amigável e sim impaciente.

- acho que temos que conversar-

- eu também acho- ele se levantou, e saiu na frente até a sala onde ficou de pé me encarando com cara de bunda.

- o que foi?- perguntei.

- pode falar-

Ótimo, ele quer que eu comece.

- o senhor foi um babaca bêbado ontem, e eu fui um filho irresponsável, mas eu quero te pedir desculpas, o senhor é meu pai e eu te amo, não quero ficar brigado com o senhor-

- eu sei- suspirou ainda com os braços cruzados- eu fui um babaca bêbado- sorriu- e quero que me desculpe, eu não vou me perdoar tão cedo por quase ter perdido você, mas seu perdão já é o começo.-

- te perdôo dessa vez- rimos e nos abraçamos, era bom começar a resolver as coisas finalmente.

- quer sorvete?- ele foi até a geladeira.

- não, eu quero comida decente, acabei de chegar da escola e seria capaz de comer a casa inteira-

- essa bixa come igual uma porca- meu pai disso ne fazendo rir, era bom ter as coisas normais finalmente.

É, eu não queria, talvez por orgulho, mas eu não queria.
Não queria mandar 43 mensagens pro Henrique perguntando onde ele está, mas foi oque eu fiz, e liguei 3 vezes, mas ele não respondeu.

- alô?- atendi o celular, eram quase 22:00 da noite e um número qualquer me ligava sem parar.

- você não salvou meu número não é?- a voz masculina disse, e pude ouvir sua risada do outro lado da linha.

- quem é?!- estava ficando irritado.

- nossa, é o Henrique, como não reconheceu minha voz?-

- não sei- falei ainda mais seco depois que soube que era ele.

- olha pela janela-

Olhei mas não tinha nada.

- não tô vendo nada-

- é porque não tem nada- ele gargalhou.

- nossa como você é engraçado- fingi uma risada.- onde esteve o dia todo?-

- no parque, com minha família, não deu pra te responder, nem olhei o celular, desculpa-

- por que sumiu da escola do nada?-

- a matrícula da Duda foi feita por email, e ainda não chegou na escola, só chega segunda, ai fomos embora, foi mal por não ter avisado- sua voz ficou triste.

- não me deve explicações- falei depois de perguntar mil coisas, ai eu era ótimo.

- hahaha mas você que está perguntando-

- tchau Henrique, curta bem sua prima- desliguei.

Nossa mas eu sou idiota? Sim, talvez.
Sei lá, o Henrique me deixa estranho, eu não pareço nada comigo quando estou com ele, e não sei se isso é bom ou ruim.

Tem mais capítulos a noite, é isso.

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