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- está melhor?- perguntei para Pam assim que ela saiu do banheiro,o sinal tinha acabado de tocar.

- sim -

Ficamos em silêncio enquanto caminhávamos para nossas respectivas sala até que Pam solta essa:

- então,eu sei que acabamos de nos conhecer,mas oque foi aquilo com o garoto com vitiligo?- ela deu um sorriso no canto da boca,insinuando nosso "caso".

- nada- falei vacilando en cada letra,ela sabia que eu estava mentindo mas preferiu deixar pra lá,graças a Deus,claro que eu não vou contar pra ela sobre o beijo,não contei nem pra Alice. Ela que lute.

No fim da aula,enquanto eu guardava meus materiais,me senti observado,olhei para Henrique que me observava freneticamente enquanto sorria,meu rosto queimou e minha barriga doeu,sorri encarando a mochila.

-oque foi?- falei.

-nada,só que você fica lindo quando está me ignorando- Henrique soltou,mal sabia ele que eu estava enrolando pra guardar minhas coisas só pra irmos juntos pra casa de novo.

- não estou ignorando você,só estou te dando espaço-

- mas eu quero que você fique perto- ele se levantou e chegou mais perto,um perto arriscado,poderíamos ser pegos a qualquer momento,então me afastei.

- vamos embora- sai na frente com a mochila em apenas um ombro.Que cara doido,querendo me beijar na sala de aula,amei.

Na saída,encontramos Lola,que fez questão de me lembrar da festa,eu sempre saio da sala quando todo mundo da escola já saiu,é uma lerdeza que reina sabe.

- não esquece da festa em Cã,você sempre anima tudo quando fica bêbado.- ela sorriu provavelmente se lembrando de algum mico meu em alguma de suas festas.

- estarei lá-

O caminho até em casa foi longo,Henrique estava calado,acho que com vergonha por ter tentado me beijar na sala.

-você vai na festa né?- perguntei rezando para que ele dissesse sim.

-não sei,nunca fui em festas assim,e não quero que você fique bêbado e me deixe sozinho.-

-eu não faço mais essas coisas,se eu chegar em casa bêbado é perigoso meu pai me matar,se ele não estiver bêbado também-rimos.

-então eu vou-

-seu amiguinhos vão estar lá,novatos não perdem a chance de se enturmar.

Já estamos na porta da minha casa.

- bom então eu passo aqui as 20:00 pode ser?-

- vou ver com Alice,talvez ela passe aqui,ai vamos juntos,nos três.-

- pode ser- disse me dando um selinho,por um momento quis enfiar minha cabeça num buraco e sumir,levei um susto e dei um mini empurrão nele.- que foi?- ele sorriu.

- nada não,eu preciso entrar-Henrique fez bico assim que eu falei isso.

- ta bom,a gente se vê a noite-

Entrei em casa e organizei tudo,meu irmão tinha ido pra faculdade e meu pai deixou um bilhete na geladeira avisando que tinha ido vender uma guitarra,chegou lá pras 16:00 junto com meu irmão.

- oi filhão,tudo bem por aqui?- disse carregando uma sacola e bagunçando meu cabelo.

- tudo- falei encarando o celular,eu esperava uma mensagem de Henrique,mas não recebi.

- ele é seu vizinho praticamente,é só ir até lá.-

- não,não é! Tá louco,eu vou chegar lá e falar oque? Oi,você não mandou mensagem,vim falar pra você mandar.-

- então por que você não manda?-

- porque eu não tenho o número dele-

- só tenta não se machucar ta bom- meu pai disse subindo as escadas e me deixando sozinho.

Acabei adormecendo,e acordando lá pras 18:40,com um barulho enorme que tremeu a casa toda.

Me levantei assustado e subi as escadas correndo,mas o barulho não havia vindo de dentro,mas precisava me certificar que estava tudo bem,abri a porta do quarto do meu e ele não estava lá,fui até o quarto do meu irmão e bati na porta,não queria abrir a porta de uma vez e acabar vendo algo que eu não quero,tipo um momento íntimo(meu estomago embrulha só de imaginar).

- que foi!?-ele berrou de dentro do quarto e eu soube que ele estava bem,então sai de lá,sem nem respondê-lo.

Peguei meu celular e disque o número do meu pai,chamou por algumas vezes e caiu na caixa postal,eu estava começando a tremer.

- oi?- ele atendeu na segunda tentativa.

- aonde o senhor está?!- perguntei furioso e preocupado.

- estou no bar,com os caras da banda, por que? Está tudo bem?-

- sim está,só tenta não beber muito ta bom- falei

- ta legal-

Nossas despedidas nunca foram melosas,e acho que nunca serão,todos sabemos oque sentimos um pelo outro,até mesmo Rui,sabe que eu o amo e eu sei que ele me ama,mesmo que nossa relação seja meio ruim.

Abri a porta devagar e observei a rua,tudo estava silencioso e sol já estava quase sumindo,as luzes do poste se ascendiam,mas não havia nenhum sinal de destruição ou tumulto,estava tudo bem.

Além de doido,agora eu sou louco.Faz sentido pra você?
Se sim,você deve estar louco também.

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