trágico final

392 30 8
                                    

Ou the end como falam nos
filmes.

*****************************
Eu não sei se foi assim que aconteceu, mas é assim que eu me lembro. Tente imaginar aquelas cenas em câmera lenta dos filmes de cinema, onde três adolescentes caminham no corredor em câmera lenta e todos param para olhar.

Enquanto caminhavamos, Henrique segurou forte minha mão e Alice cumprimentou mais um carinha que ela pegava, olhei para Henrique que me olhou de volta sorrindo satisfeito.

Essa é Jhenifer, a minha ex melhor amiga, uma garota legal, corrompida por um idiota, se agarrando na porta do seu armário com Eric, que talvez tenha sido um cara menos babaca, depois que Lucas se mudou de escola, de casa e de estado, quando propus um processo.
Ao lado dela, nós temos Pâmela, a garota bi de cabelos coloridos, que agora não precisa mais de mim pra protegê-la numa quadra, ela é forte e luta por si só e está super feliz depois de ter beijado Alice.
Essa é Alice, minha melhor amiga, fada sensata e meio doida.
Esse é Henrique, meu namorado amigo e com problemas pra controlar a raiva.
E esse ai do meio, bom, esse sou eu, Cainã, que apesar de ter dúvidas no meio do caminho sobre quem sou eu e sobre quem eu vou amar no final, eu acabei descobrindo, que eu sou o meu próprio Crush Supremo e que me amar é o segredo da felicidade e de uma vida plena.

*

Eu me lembro de quando éramos crianças, eramos tão irmãos e tão próximos um do outro.
Poderíamos ser reis e príncipes de castelos imaginários ou cães de caça que viviam na floresta.
Você me ensinou tudo que eu sei, tudo que eu sou, você não me culpou pela morte dela, e me fez esquecer que ela não estava lá, me fez esquecer que nosso pai estava bêbado na sala, me fez esquecer de muitas coisas, íamos juntos pra escola quase todos os dias, e você me permitia me sentir em uma família completa.
Mas ai você mudou, não foi do nada, foi devagar.
Você começou a me deixar na sala com o papai bêbado, e eu aprendi a cuidar dele.
Você começou a ir a escola mais tarde, e eu aprendi a conviver sozinho.
Você começou a não fazer comida quando o papai estava bêbado e eu me queimei muito até aprender a fazer arroz, mas eu sei que se eu for embora, eu não morro de fome.
Você me deixou de lado, e mesmo assim você estava me ensinando, eu aprendi até com a sua ausência que mesmo que as pessoas estejam longe o amor que sentimos por ela, nos liga de alguma forma, e eu estava sempre ligado a você, e você ligado a mim, eu te amo muito e para sempre.
De seu irmão: Cainã.

Obra dedicada a meu falecido irmão Roni e a minha melhor amiga Alice. Mesmo ai do céu você está comigo, me mostrando a luz e o caminho certo.

E Lucas, desejo que queime muito ai no inferno.

Agora querido leitor ou leitora, eu tenho que ir, Henrique não sabe fazer mamadeira.

Eu que lute.

Crush Supremo Onde histórias criam vida. Descubra agora