ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 5

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— Anne, não podemos deixar que ela faça uma festa para nós! — Gilbert diz com a boca cheia de torta de morango. 

Ela lhe deu as notícias que Diana lhe disse e eles discutem desde então. Ela se ofereceu para pedir desculpas por ignorá-lo por 48 horas depois de todo o fiasco com Ruby.

— Por que não? — Ela geme, apunhalando sua fatia de torta. — Todo mundo já sabe.


— É literalmente contra as regras que você estabelece. — Ele diz a ela, balançando a cabeça. Ele vai até o quarto e volta com uma folha cuidadosamente dobrada. Um momento depois, ele entrega a ela, e Anne olha de soslaio para as anotações que fez quando eles estabeleceram as regras básicas. — Veja isso.


— De qualquer maneira, isso não importa agora. — Ela resmunga. — Essas regras para manter tudo isso em segredo? Nulo, agora que todo mundo sabe. Ruby se certificou disso.

Ele tira uma mecha de cabelo escuro dos olhos e dá uma garfada bastante agressiva em sua torta

— Então... o que nós fazemos?

— Nós fazemos Diana feliz. — Anne responde, simplesmente, mesmo que não haja nada de simples nisso.

É uma batalha constante, um recálculo constante, sigilo e mentiras para preservar essa realidade frágil que eles construíram juntos. E se ela for honesta, trata-se de atualizar. Diana fazer uma festa para que eles possam ser reintroduzidos em um mundo que não os reconhece. Eles podem trabalhar a partir daí. 

Gilbert ainda não entendeu, porque os jogou em campo aberto, indefeso e sem a menor idéia de como deixar tudo bem novamente. Anne pode entender a lógica dele, mesmo que ela não a respeite. 

— Deixamos que ela nos organizasse uma festa em que pudéssemos explicar nossa decisão de casar. Fizemos você feliz, agora lidamos com as conseqüências e deixamos todo mundo feliz também. Mesmo que isso signifique abrir mão da pouca privacidade que realmente temos para torná-la realista, porque Deus sabe que não parecemos um casal agora. Parecemos duas crianças assustadas que tomaram uma decisão precipitada e não sabem como lidar com as repercussões.

Há uma pausa na conversa. Gilbert parece inseguro e um pouco chateado. Anne incha o rosto com sua torta. Ele parece um balão estourado e Anne não pode deixar de sentir que ela está segurando o alfinete que o estourou. 

— Eu não ... Anne, eu não sei o que estou fazendo. — Ele confessa, de repente, os olhos na mesa e não nela, como se estivesse com medo do que encontrará lá. — Não sei como ser seu marido, não sei o que estava pensando. — Ele olha para cima. — Ainda não consigo entender porque você aceitou a proposta.

— Gilbert. — Anne estende a mão para o outro lado da mesa, encontrando-as hesitantemente firmes quando ele responde aos movimentos dela. — Você não precisa ser meu marido quando estamos sozinhos. Tudo que eu preciso que você faça é ser meu amigo. — Anne aperta as mãos de maneira tranquilizadora e sorri para ele. Se ela é honesta consigo mesma, não pode ficar brava com ele, principalmente quando ele não tem tanta certeza. — Em breve, não seremos mais o assunto da cidade e poderemos continuar com nossas vidas.

— Mais regras básicas? — Ele pergunta, inseguro.

— Melhores regras básicas. — Ela corrige, levemente. — Não descartando as coisas, apenas dizendo o que precisamos para manter isso, mas também para garantir que não fiquemos infelizes juntos. O divórcio não será uma opção nem um pouco agora. 

— Certo. Devemos fazer isso agora?

— Não, por que estragar a sobremesa? Vamos fazer isso durante o jantar, assim nós dois vamos ter algum tempo para pensar sobre isso. — Ela diz.

"Você não pode deixar de estar no controle, pode?" A voz presunçosa de Roy Gardner passa por sua cabeça. Anne sacode isso. 

Gilbert pode não ter a capacidade de dizer não, mas ele sabe onde estão seus limites e Anne também os conhece. Ela ainda está para cruzar essas linhas, e embora pareça, ela não deixará Roy assombrá-la.

Gilbert sorri para ela.

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Regras do casamento de Cuthbert Blythe:

Tanto quanto todo mundo sabe, esse casamento foi por amor e não por conveniência, então não conte a ninguém de outra maneira.

Utilize as vantagens do casamento, mas notifique a outra pessoa antes de fazê-lo.

Diga apenas quem é necessário do casamento.

Seja convincente em público.

Permaneça amigo (ou não vai funcionar, duh).

ɱɑʀʀiɑgɛOnde histórias criam vida. Descubra agora