ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 10

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Anne se levanta com relutância e o abraça, olhando desesperadamente ao redor, por cima do ombro, por qualquer sinal de Gilbert voltando com as bebidas que ele prometeu a ela.

Gilbert está longe de ser visto.

- Deus, faz anos. - Roy diz, e se afasta um pouco, mantendo as mãos no bíceps de Anne para que ele possa segurá-la no lugar enquanto a olha. - Você parece bem. Tipo, muito bem. Como você está?

- Bem. - ela engasga e sai do seu abraço. - Uh, como vai você?

- Oh, tão bem quanto eu posso ser. Eu parei de fumar, sabia? Por enquanto, lembre-se, mas é um pouco de progresso, não acha?

Anne deseja agradecer aos céus naquele momento por ela e Gilbert terem trocado alianças quando se casaram. De alguma forma, ele realmente não reparou. Ele ainda está na escola e é muito intelectual, lembre-se.

"Pelo visto, além de babaca é cego." Anne pensa.

Durante todo o falatório dele, ele se quer percebeu a aliança na mão dela.

Em algum momento de sua história sobre sua professora de literatura clássica, Anne avista Gilbert por cima do ombro, caminhando de volta para a mesa por entre os tufos de pessoas conversando, com bebidas e o olhar que ela envia a ele, ela espera que ele receba como "me ajude". Ela gesticula para Roy, sutilmente, e Gilbert assente, seu rosto se transformando em pedra.

- Ei, querida. - diz ele em saudação, colocando suas bebidas na mesa e se inclina para ela. Eles nunca praticaram isso. Ainda assim, ela faz o possível para parecer natural enquanto se inclina e beija Gilbert em saudação.

Seus lábios são macios e separados, um pouco, assim que ela os encontra. Tudo o que ela quer fazer é se aproximar dele.

As divagações de Roy gaguejam e morrem, e Anne se afasta para dar uma olhada em seu rosto. Ele está boquiaberto com eles.

- Ah, Gilbert, este aqui é Roy Gardner. - Anne diz, evitando o contato visual com os dois. - Nós éramos colegas no orfanato.

Roy limpa a garganta e empurra a mão em direção a Gilbert, obviamente tentando manter algum tipo de controle sobre a situação.

- Roy, este é meu marido, Gilbert. - Ela sorri.

- Marido? - Roy repete, agora totalmente congelado.

- Hum, nós nos casamos em fevereiro, eu acho? - Gilbert diz, deslizando um braço em volta da cintura e puxando-a para perto, ignorando claramente a mão ainda estendida de Roy.

- Sim, fevereiro. Oito meses. - Ela coloca a mão sobre a mão na cintura e sorri para ele. - Nossa, parece que foi eras atrás.

Gilbert sorri de volta e pressiona um sorriso em seu cabelo.

- Bem, ainda não somos um casal de idosos.

Anne começa.

- Roy estava me falando sobre...

- Na verdade... - ele interrompe, parecendo meio doente, entediado. - eu realmente deveria ir.

- Mas, você não acabou de chegar aqui? - Anne diz.

- Ah, bem, você sabe, o tempo se move tão rapidamente. - Roy ri e bate no relógio. Anne lembra daquele relógio. Era do avô, ou assim ele havia dito mil vezes. Ela pensou que era bastante romântico na primeira vez que ele contou essa história.

- Oh, bem, foi adorável ver você, Roy. - Ela diz, e acena para ele quando ele se retira. - Não seja um estranho!

Gilbert a libera no momento em que Roy está fora de vista.

ɱɑʀʀiɑgɛOnde histórias criam vida. Descubra agora