ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 6

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🥀 anoѕ aтráѕ... 🥀

— O meu nome é Roy Gardner. — diz o garoto que acabou de chegar no orfanato, estendendo a mão para ela apertar. Anne, com entusiasmo, se inclina para o aperto de mão.

— Porque seu nome é tão curto? — Ela pergunta. 

Ele ri, seus lábios se estreitando, suas bochechas arqueando no que deve ser linhas de sorriso severamente sobrecarregados.

— A maioria das pessoas não pergunta. — Roy diz, coçando a parte de trás da cabeça de uma maneira que ela supõe parecer tímido e um tanto encantador. — Mas é a abreviação de Royal. Acho que meus pais pensaram que talvez eles pudessem me garantir um bom futuro prevendo isso através de nomes?

— Eu sou Anne. Com um E no final. Parece realmente distinto, não é? — Roy assente para ela. — Você consegue entender como seria estranho chamar Ann sem um E no final?

— Acho que sim. — Ele sorri.

Ele deve ser alguns anos mais velho que ela. Tem cabelos escuros que ficam caindo no rosto e sua camisa tem o botão de cima desfeito. Ele não é feio, considerando todas as coisas. 

— Então, o que você está fazendo nesse lugar empoeirado de noite e sozinha? — Roy pergunta, chamando sua atenção de volta sem reconhecer que ele a perdeu. Talvez ele esteja envergonhado, talvez esteja a avaliando.

— Bem. — ela diz. — Eu não estou sozinha.

— Hm? — Roy diz confuso.

— Eu estou tecnicamente aqui com você. — diz ela, voltando-se para Roy.

— É, está sim. — Ele diz sorrindo de novo.

— Bem, às vezes você sabe quando não pode ter algo e isso o deixa louco? — Ele assente, conscientemente. Anne contrai os lábios. — Eu gostaria muito de ter amigos. Mas todos dizem que sou irritante e tagarela. Eles me chamam de louca. Mas são eles que fazem eu me sentir louca, são eles que me fazem achar que tudo que acontece é culpa minha. — Sua voz vacila um pouco. — E... e isso me machuca e eu não sei o que fazer porque não tenho ninguém para falar sobre isso.

Ele se inclina ao lado dela e levanta as sobrancelhas.

— Você não precisa ficar sozinha, sabe. — Ele diz a ela.

— O que você está propondo? — Anne pergunta em troca. 

— Bem, Anne com um E. — ela quase ri disso. — Estou dizendo que eu poderia fazer companhia a você.

Ela inclina a cabeça para o lado, sorri torto.

— Verdade...?

— Só se você quiser. — Roy Gardner sorri de volta torto para ela e emenda com uma voz divertida.

— Por que você não disse isso antes? — Anne ri, saindo do banquinho improvisado, com o casaco surrado caindo do colo e no chão pegajoso. — Royal Gardner, será uma honra para mim ter a sua companhia. — Diz sorrindo

— Qual é o seu sobrenome? — Ele pergunta a ela, quando eles estão de pé olhando para o céu pela pequena janela do cômodo velho. O braço dele está enrolado no dela, e eles estão tremendo um contra o outro. 

— Ah, eu só tenho um também. — Ela responde calmamente. Está começando a chover. — Anne Shirley.

— Bom nome. — Roy diz a ela. 

— Obrigada. — Ela diz extremamente feliz, ninguém nunca havia elogiado ela, nem mesmo pelo seu nome. 

🥀🥀🥀

ɱɑʀʀiɑgɛOnde histórias criam vida. Descubra agora