ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 3

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Anne acorda com os cabelos de Gilbert na boca. Está ficando muito desgrenhado para ele, mas ela está desculpando isso como um visual áspero por semanas. Agora está na boca dela e Anne não consegue respirar.

Ela rola para longe dele, do outro lado da cama. Gilbert a convenceu a estudar ontem à noite, provocando-a. Ele deveria saber melhor, ela não gosta de recusar desafios, e ela poderia dizer que foi sua tentativa de melhorar o relacionamento deles. Para provocá-lo, Anne o desafiou a uma coisa que nunca o viu fazer; Beber. Anne tinha que admitir, quando ela bebia se empolgava demais, o que acabaria dando um "quê" de diversão aos dois.

Bem, os dois beberam demais e acabaram adormecendo na mesma cama, o que Anne tem certeza de que é contra uma de suas regras. Agora, porém, isso não é importante porque ela definitivamente vai vomitar. Ela chega ao banheiro a tempo.

Anne ouve Gilbert gemer no quarto ao lado e espera que ele se sinta tão mal quanto ela. Seria injusto se ela o convencesse e depois ele se sentisse bem. Ela está de volta ao quarto um minuto depois, pronta para desmoronar e dormir um pouco mais, porém, quando seus olhos percebem as horas no relógio da parede, ela se desespera.

— Oh meu Deus. — Ela diz, e Gilbert geme para ela novamente, acenando com a mão. — Oh meu Deus, Gilbert ! Gilbert, é segunda - feira .

— E daí? — Ele murmura em seu travesseiro, ainda de costas para ela.

— Nós temos a prova da Senhorita Stacey em quinze minutos!

De repente, ele corre na vertical. Então seu rosto cai completamente e ele fica verde.

Gilbert corre para o banheiro enquanto Anne pula por um de seus vestidos, uma blusa de Gilbert e meias da noite passada que foram jogadas no chão em algum momento durante a noite. O que é estranho, porque ela pretendia manter o vestido e as meias na noite passada. Ela cai na cômoda algumas vezes e depois vasculha a gaveta da cômoda semi-aberta em busca de algo para vestir.

Gilbert tropeça de volta para o quarto, menos verde, significativamente mais pálido e sem camisa também, o que ela não havia notado antes.

"desvie seus olhos, Anne."

— Vamos nos atrasar. — diz ele com uma voz derrotada e sem fôlego.

— Não se formos rápidos o suficiente. —Anne responde com a voz mais alta que pode reunir, enquanto ainda se sente vagamente enjoada e reinando em uma ressaca furiosa. — Coloque uma camisa, pegue alguns sapatos, nós podemos fazer isso se tentarmos.

Ela joga uma camisa para ele e sai andando da sala, esperando ter tempo suficiente para fazer um café.

No momento em que ele aparece, sapatos ainda desamarrados, cabelos ainda bagunçados, ela já está pronta e acaba de encher a segunda xícara de café.

— Estamos prontos? — Gilbert pergunta, enquanto ela corre, entregando-lhe uma torrada e uma pequena xícara de café que ela acabou de encher.

— Coloque seu próprio açúcar, eu vou pegar minhas coisas. — Ela corre para o quarto deles, procurando suas botas. — Estamos saindo em um minuto!

— Você quer leite e açúcar no seu? — Ele chama da cozinha, e Anne cai da cama tentando colocar uma bota no pé. — Está tudo bem ai em cima?

— Sim! — Anne diz do chão.

Um minuto depois, eles correm estrada abaixo, com os casacos meio abertos, as coisas da escola caídas nos braços e as torradas cerradas entre os dentes.

Eles estão exatamente três minutos atrasados ​​e agitam um pouco quando entram na sala de aula, mas assim que a atenção volta à aula, eles estão rindo para si mesmos, cheios de adrenalina. Eles também decidem nunca beber em uma noite de escola novamente.

🍂🍂🍂

Era aula de matemática. Estavam em um exercício de cinco questões sobre divisão longa que senhorita Stacey passou.

Anne estava na terceira questão quando um pedaço de giz pousou em sua mesa. Confusa, ela olhou para o lado e viu Gilbert.

Gilbert olhou ao redor, e após ter certeza de que todos estavam concentrados na tarefa, olhou de olhos arregalados para Anne e desviou seu olhar para baixo diversas vezes.

A ruiva sem entender, olhou para o chão diversas vezes procurando algo e olhou para Gilbert com olhar que dizia; "O que você esta fazendo?"

Gilbert suspirou e esfregou as têmporas. Ele olhou de novo para a ruiva e disse inaudível: "Sua mão."

Ela olha para a mão, ainda sem entender, e vê a aliança. Ela arregalou comicamente os olhos ao ver a joia em seu dedo. Gilbert riria se estivessem sozinhos, mas não era hora para isso agora. 

Ela deve ter esquecido de guardar a aliança ao sair de casa com toda aquela correria da manhã.

Ela tira a aliança discretamente e faz sinal de que vai jogar a joia, ela tinha certeza de que ficaria mais seguro com ele do que com ela. Gilbert olha para ela de olhos arregalados, mas concorda.

Com uma última conferida na sala, ela joga a aliança com um movimento rápido. Gilbert, percebendo que Anne não colocou força suficiente para o anel chegar até onde ele estava, acabou se inclinando na cadeira e segurou a joia com as duas mãos, o que acabou causando um barulho que assustou algumas pessoas da classe. Ele colocou a mão com a joia no bolso da calça.

Senhorita Stacey desviou o olhar do livro que estava lendo e olhou para ele.

— Sr. Blythe, o que significa isto? — Ela perguntou com um olhar interrogativo.

— Mosquitos. — Ele disse enquanto abanava as mãos ao redor. — Um estava me desconcentrando.

A professora, ainda com um olhar duvidoso, da uma ultima olhada para ele e volta sua concentração para o livro.

🍂🍂🍂

— Porque você, simplesmente, não ficou com a aliança? — Gilbert pergunta ao entrarem em casa. — Digo, a guardou com você. Você tem esse bolso no vestido, com certeza daria para guardá-lo.

— E dá mesmo. — Anne diz enquanto vai até a cozinha. — Mas, como sou muito desastrada, eu poderia perdê-lo. Então, achei que ficaria mais seguro com você. — Ela se vira e dá de cara com Gilbert.

Deus, ele estava muito perto. Ela podia sentir a respiração dele junto a ela. Ele pega a mão dela e coloca a aliança de volta em seu dedo. Ele dá um beijo em suas mãos e um sorriso de lado.  Ele solta as mãos dela e sobe as escadas sem dizer mais nada.

Anne estava vermelha e ofegante. Mas, acima de tudo perguntava a si mesma enquanto tocava suas próprias mãos; " Porque estou assim?"




ɱɑʀʀiɑgɛOnde histórias criam vida. Descubra agora