|Capítulo 8 | IV

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IV.

Há um zumbido chato entrando nos meus ouvidos e despertando o meu cérebro.

Eu não quero abrir os olhos, mas o som é incômodo, então, eu abro uma pequena fresta e deixo a visão se acostumar a luz.

Por que o meu celular está despertando em um sábado de manhã?

— Hum — Samwel resmunga roucamente ao meu lado.

O som ajuda a me situar no ano que estou e me lembrar do que aconteceu ontem à noite.

Samwel veio até o meu apartamento, houve uma discussão e as coisas ficaram intensas. E nós fizemos sexo.

S-E-X-O.

Com Samwel.

Sexo quente.

Então, houve a ligação de Lucas e depois as coisas voltaram a ficar intensas. Houve línguas, fricção, gemidos, suor... E após um tempo dessas coisas gostosas, nós migramos para a cozinha e preparamos alguns sanduíches para o jantar.

Eu tinha peito de peru e muitos condimentos na geladeira, e, no meio da preparação, houve toques propositais, beijos no pescoço, olhares agridoces e sorrisos bobos. E depois nós fomos dormir.

Foi perfeito.

Foi tão bom que eu estou me perguntando se aquilo tudo aconteceu de verdade ou foi apenas um sonho brincando com a minha cabeça.

Uma grande mão entra na camisa folgada que coloquei antes de dormir e me puxa para trás para encontrar uma fonte de calor às minhas costas.

Samwel.

Aquilo foi verdade.

Isso é verdade.

Ele enfia o nariz em meus cabelos e acomoda nossos corpos em conchinha. Suas coxas raspam na parte de trás das minhas coxas, sua respiração bate em minha nuca e sua cueca boxer acaricia a minha bunda.

Eu poderia morar aqui.

— Desliga isso — sua voz masculina de sono causa uma pontada de prazer em mim.

Eu fecho meus olhos novamente, me sentindo sonolenta, e me aconchego ainda mais em seu corpo.

— Está muito longe.

— Hum... — Ele geme. — Está logo ali na mesa de cabeceira, mulher.

Eu forço um ronco teatral.

— Muito longe.

Ele rosna baixo e se estica sobre mim até alcançar o aparelho. Meu smartphone é encaixado em minha mão, fazendo-a tremer instantaneamente com as vibrações.

A contragosto, eu abro um olho e vislumbro a tela.

Flavio.

Não era o despertador e sim O MEU despertador ambulante.

Samwel prende um braço em minha cintura e me espreme novamente nele.

Por Trás das Aparências (RETIRADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora