Capítulo XIII

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Henry: Eu quero te ver hoje.

  Eu havia acabado de acordar. Algumas pessoas do elenco voltaram pra Londres (incluindo eu) já que tínhamos ganhado uma folga de três dias. Eram nove da manhã e Henry decidiu me presentear com essa mensagem. Peguei o celular ainda meio sonolenta e digitei.

Anna: E quem disse que eu quero te ver hoje?

Henry: Eu? Quis dizer Kal, ele está sentindo muito sua falta.

Anna: É mesmo? E se eu quiser te ver só por causa do Kal?

Henry: Eu vou ter que te mandar o endereço da minha casa e te convidar para vir agora mesmo tomar café da manhã com a gente.

     Ele enviou a localização. Não era tão longe, olhei para minha mala, havia prometido a tia Johanna que arrumaria hoje e olhei de volta para o celular.

Anna: Vou me arrumar e chego aí em alguns minutos.

Henry: Oba! Vou preparar algumas panquecas.

              Me levantei em um pulo, fazia muito tempo que eu acordava com um humor tão bom quanto hoje. Eu estava cantando no chuveiro, cantando alto até demais. Finalmente pude molhar meu cabelo, era uma sensação de alívio. Coloquei uma saia e uma blusa leve, calcei um sapato e pedi um Uber para a localização que Henry havia me mandado.

- Bom dia! — O senhor que estava dirigindo sorriu para mim, bastante simpático. —

- Bom dia senhor. — Eu sorri para o mesmo. —

- Tem alguma preferência de rota?

- Não, na verdade não conheço Londres. Então pode ir pelo GPS. — Falei. —

- Como preferir. — Ele deu partida no carro e seguimos. —

Henry: Você está vindo de táxi?

Anna: Uber, já estou a caminho.

Henry: Quando chegar me avisa! Vou para a frente de casa encontrar você.

Anna: Isso não é necessário.

Henry: É sim!

- Desculpe se estou sendo indelicado, mas acho que conheço a senhorita de algum lugar. — O motorista olhou para mim através do retrovisor. —

           A essa altura, boa parte de Londres, não só Londres, talvez o mundo já sabia quem eu era. As fotos oficiais do filme haviam sido postadas em redes sociais, exibidas em revistas e em programas de TV, eu não era mais uma anônima qualquer.

- De onde? Não sou londrina, o senhor pode estar me confundindo com alguém.

- Você é atriz, não é? Minha filha está louca para assistir um filme que você vai estrear. É sobre anjos, sabe? Eu e a mãe dela somos muito religiosos, você me perdoe, mas nós não gostamos desse tipo de coisa que ela lê. — Eu Sorri. —

- Verdade. Como pode um anjo cair por causa de desejo carnal, não é? — Olhei para ele pelo retrovisor enquanto sorria. —

- Sim! Todos que caíram já tinham de cair. — Ele parou o carro no sinal. — Você pode tirar uma foto comigo? É para eu mostrar para ela.

- Claro que sim. — Eu me inclinei para a frente, ficando lado a lado com o senhorzinho simpático que estava dirigindo o Uber. Tiramos a foto. —

- Muito obrigada. Ela vai ficar muito feliz. — Ele colou o celular no banco do passageiro ao seu lado. — Estamos quase chegando, não vai demorar muito.

- Tudo bem, não tenho pressa. — Sorri. —

Henry: Você está chegando? O Kal está impaciente aqui.

Anna: Quase. Espera um pouco.

      Ele mandou um emoji revirando os olhos. Depois de alguns minutos cheguei no bairro onde Henry mora. Ele estava parado na frente de casa, Junto com Kal, que quando me viu dentro do carro ficou frenético enquanto Henry o segurava pela coleira.

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- Hey... bom garoto, calma, ela já vai chegar.

         Agradeci ao motorista simpático, que não cobrou nada da viagem. Eu me senti tão mal que deixei uma nota de cinquenta no banco de trás do carro, espero que ele veja. Kal veio em minha direção, pulou em cima de mim quase ficando do meu tamanho, tive que segurar firme em Henry para que ele não me derrubasse. Assim que falei com o mesmo, eu e Henry entramos na casa, assim que entramos pela porta, ele me agarrou pela cintura e juntou nossos lábios.

- Senti sua falta. — Ele sorriu, desfazendo o beijo. —

- Foram só três dias. — Me soltei de seus braços e sentei no sofá. — Estou faminta, o que temos para hoje?

- Panquecas fresquinhas saídas do forno. Por mim, chefe Cavill. — Ele fez uma reverência. —

- Não acredito. — Dei uma gargalhada. — Você realmente cozinhou ou as comprou? — Arqueei uma sobrancelha. —

- Eu nunca faria isso. — Ele falou em um tom irônico. —

- Então vamos lá. — Me levantei indo em direção a cozinha junto com Henry, o abracei por trás enquanto ele caminhava. —

         Henry me mostrou as panquecas e eu salivei.

- Sabe com o que elas combinam? — Peguei um pedacinho e coloquei na boca. — Com suco de laranja. — Henry abriu a porta da geladeira e tirou uma garrafa de suco de laranja. — Você é perfeito.

Fui em sua direção e dei um selinho no mesmo, que me abraçou pela cintura, me fazendo beijá-lo.

- Vamos comer lá fora. — Ele apontou para o quintal, pela janela pude ver uma cesta de piquenique e uma toalha aberta na grama. —

- Um piquenique? Você me surpreende cada vez mais. — Peguei o prato com as panquecas e caminhei até a cesta. Dentro dela haviam algumas frutas e sanduíches naturais, abocanhei um. —

- É.... você realmente está com fome. — Ele sorriu, sentando-se ao meu lado. —

- Você tinha acabado de me acordar, o que esperava? — Falei. —

- Você precisa de uma rotina melhor. — Ele me olhou, dei um soquinho no braço dele, duvido muito que tenha doído. —

- Kal, não! — Kal havia pego o último sanduíche que havia sobrado. Ele correu para o fundo do quintal. —

- Kal! — Henry o repreendeu, que parou de comer e trouxe o sanduíche de volta. —

- Agora eu não quero mais, Kal. Você já babou todo. — Sorri. — Pode comer agora.

               Ele obedeceu, fazendo Henry me olhar surpreso.

- Ele te obedeceu. — Henry olhou para mim. — Ele nunca obedeceu a ninguém além de mim. —

- Para quem me odiava no começo, até que ele está sendo um bom garoto. — Virei o copo de suco de laranja. — Estou de barriguinha cheia, o que temos agora?

                           Henry riu.

- Mais tarde vamos conhecer alguns amigos antigos meus. Eles são bem divertidos, você vai gostar deles. — Henry deitou na grama. —

- Vou adorar conhecer seus amigos.

         Deitei junto do mesmo, colocando minha cabeça em seu braço. Ficamos por um tempo olhando as nuvens e brincando com Kal, que as vezes pulava em cima de nós dois.

- Obrigado por me fazer sentir alguma coisa de novo.

          Henry segurou meu queixo e me beijou. Retribuí. Ele continuou fazendo carinho na minha cabeça. Fazia muito tempo que dormia sem um chamego. Adormeci nos braços dele.

London Boy | Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora