Só haviam cento e cinquenta dólares na minha conta. Naquele momento eu não consegui sentir raiva de tia Johanna. Na verdade, eu não conseguia sentir quase nada, tudo parecia ser um sonho ruim. Olhei pra Henry que permanecia com uma expressão séria, seu semblante finalmente mudou e ele conseguiu dizer algumas palavras.- Faz quanto tempo que a conta foi movimentada? — Ele se apoiou na cadeira em frente à mesa do gerente. —
- Oito meses. Senhorita Anna, tem certeza que o dinheiro foi depositado nessa conta? — O gerente me olhou com dúvida. —
- Deveria ser depositado nessa conta. Mas vejo que não foi. — Coloquei as mãos na cabeça, Henry tocou levemente as minhas costas. —
- Obrigado pela ajuda. — Henry apertou a mão do gerente. —
- Disponha. Qualquer coisa é só me procurar. E Anna... — Eu levantei a cabeça para olhá-lo. — Boa sorte, vai dar tudo certo. — Tentei sorrir, mas tudo que consegui foi um sorriso amarelo. —
- Ei, vamos dar um jeito nisso, eu prometo. Vai ficar tudo bem.
Henry me ajudou a levantar. Assim que saímos do banco, alguns paparazzi estavam lá fora, tiraram algumas fotos minhas e dele. Eu não estava no meu melhor dia. Dopada de remédio e totalmente desolada por achar que minha tia havia me roubado. Achar? Achar não, ter certeza. Tudo o que eu queria era que aquele dia acabasse logo. Que fosse um engano e tia Johanna aparecesse dizendo que colocou na conta dos meus pais ou sei lá. Mas é claro que isso não iria acontecer, não na vida real. A pior coisa de uma decepção é que você não espera que ela venha de alguém que você ama e admira tanto. Me encolhi no banco do passageiro e senti a língua áspera de Kal na minha bochecha. Ele havia me lambido.
- Ei garoto... — Me virei para acariciá-lo, que fechou os olhos quando alisei sua cabeça. — Você sabe o que eu estou sentindo? Você sabe que eu estou triste?
Kal latiu.
- Bom menino. — Henry olhou para o mesmo pelo retrovisor. — Ele sabe, Anna. Eles sempre sabem.
- Eu quero ir para o hotel. Me leva para lá, por favor. — Henry segurou minha mão enquanto dirigia com a outra. —
- Tem certeza? Não quer ficar comigo? Amanhã eu vou pra Nova Iorque, só volto na semana que vem. — Ele desviou os olhos da estrada, para mim. —
- Sim, eu preciso colocar os pensamentos em ordem. Eu não sei o que estou sentindo agora. Eu não sei se eu odeio minha tia ou se só estou triste com ela.
- Eu vou respeitar seu espaço. Caso precise de mim, me liga. Mesmo que eu esteja em outro país, vou te atender. — Ele apertou minha mão. — Sempre estarei aqui por você.
- Obrigada. O Kal vai com você? — Sorri. —
- Ele vai, mas caso queira ficar com você, eu entendo. Eu também ficaria. — Ele riu. —
- Você quer ficar comigo, Kal? — Me virei para encará-lo, que estava deitado no banco de trás. — Se você ficar, a gente vai se divertir muito. O Henry só vai fazer aquelas coisas chatas de entrevistas, sei que você não gosta.
Ele deu um latido.
- Parece que ele quer ficar. — Henry riu. — Ou ele só está se precipitando. Talvez quando me ver indo embora, queira ir comigo. Não é Kal? — Ele permaneceu em silêncio. —
- É, ele quer ficar sim. — Afaguei a cabeça de Kal, que logo depois deitou novamente no banco de trás. —
- Ah, Kal... — Henry balançou a cabeça. — Chegamos. — Ele parou o carro em frente ao hotel. — Tem certeza?
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London Boy | Henry Cavill
FanfictionEm meio a uma trajetória de perdas e desafios no mundo da atuação, Anna encontra uma chance que redefine sua jornada. Ao cruzar caminhos com Henry, um astro admirado, ela descobre um novo universo que promete virar sua vida de cabeça para baixo. Det...