Capítulo XIV

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- Henry, a gente tem mesmo que ir até Highgate? — Murmurei no cantinho do sofá, eu estava abraçada com Kal. —

- Sim. São só dezoito minutos, Anna. — Ele colocou uma tigela de ração para Kal, que levantou do meu colo. —

- Quase vinte, eu estou tão cansada. — Falei enquanto me encolhia ainda mais no sofá. —

- Vamos, não vai demorar muito. — Ele pegou a chave do carro, fazendo eu e Kal o seguirmos. —

        Do outro lado da rua era possível ver algumas garotas apontando para mim e Henry, tia Johanna me dizia que se encontrasse alguém assim, fingisse que não tinha visto e continuasse o que estava fazendo. Abri a porta do carro e entrei, uma delas levantou o celular e provavelmente tirou uma foto. E naquele exato momento eu queria morrer só por saber que tiraram uma foto minha que provavelmente vai parar na internet em alguns instantes.

- O que foi? — Henry falou enquanto colocava o cinto e girava a chave do carro. —

- As garotas ali do outro lado tiraram uma foto, eu acho. — Apontei para as meninas que ainda estavam paradas olhando para o carro. —

- Elas sempre estão por aqui, inclusive já deram presentes para o Kal e tudo. — Ele olhou para as garotas e abaixou o vidro, acenando. —

- Você não acha inconveniente? — Ataquei o cinto. — Digo, elas estarem aqui todos os dias.

- São fãs, e provavelmente estão de férias da escola. Isso é totalmente normal. Eu não me importo até elas invadirem minha casa. — Ele riu. — E isso não vai acontecer.

- Você acha? — Dei de ombros. — Argh, odeio túneis. — Fechei os olhos enquanto passávamos em um túnel. — Eu tenho medo de escuro.

- Sério? — Ele riu. — Anna, você tem vinte anos.

- E daí? — Revirei os olhos. — Vai demorar muito?

- Um pouquinho. Não seja impaciente.

       Pegamos uma estrada cercada por árvores grandes. Já eram quase duas da tarde e eu estava morrendo de fome. Tudo o que eu queria era chegar logo em Highgate.

- CUIDADO! — Gritei. Henry freou bruscamente. Se não estivéssemos de cinto, provavelmente teríamos tido um acidente feio. — Você está bem?

             Olhei pra Henry e notei que seu queixo estava sangrando.

- Merda! — Ele tocou o queixo e olhou para a mão, que agora estava ensanguentada. —

- Calma. — Desataquei o cinto e peguei uma flanela que estava no porta luvas do carro. — Coloca ela no seu queixo para estancar o sangue. Troca de lugar comigo, nós vamos para o hospital.

- Isso não é necessário. — Henry olhou para mim. —

- Você está sangrando, provavelmente vai pegar alguns pontos. Vem.

        Desci do banco do passageiro e abri a porta do motorista, Henry bufou dizendo que ainda conseguia dirigir. Mas cada vez que ele tirava a flanela do queixo, uma cachoeira de sangue saía do mesmo.  Eu estava desesperada, quanto mais tempo passávamos na estrada, mais o pano ficava encharcado de sangue. Kal não parava de cheirar Henry. Parei em frente ao primeiro hospital que vi. Descemos eu, Henry e Kal.

- O que aconteceu? — Uma enfermeira veio até nós. —

- Um acidente de carro, enfim... o queixo dele está sangrando muito. — Henry olhava para mim e para a enfermeira. —

- Anna, eu ainda sei falar. —  Ele deu um sorrisinho leve, mas era visível que ele estava sentindo dor. —

- Tudo bem, vamos. Não vai demorar muito, logo, logo você vai para casa.

London Boy | Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora