Capítulo XVII

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- Anna... Como foi hoje?

   Tomei um susto com tia Johanna sentada em minha cama quando abri a porta.

- Agradável. — Dei de ombros. —

- Tem certeza? — Henry nem sequer fez questão de dizer se vocês estão, ou estavam, não sei, juntos. — Olhei para a tia Johanna, que me olhava cinicamente. —

- Tia, não quero falar sobre isso agora. — Tirei o salto dos meus pés, agradecendo mentalmente. —

- Ele só vai te usar, quando for fazer o próximo filme vai esquecer de você. — Ela se levantou vindo em minha direção. — Esqueça Henry Cavill. Se apaixonar por um colega de trabalho é uma faca de dois gumes.

                          Revirei os olhos.

- Tia Johanna, eu não tenho sombra de dúvidas que você se importa comigo, mas por favor, eu não quero falar sobre isso agora. — Sentei na cama. —

- Não diga que eu não avisei. — Ela deu as costas e saiu do quarto. —

- Eu hein... — Deitei na cama. — SERÁ POSSÍVEL QUE EU NÃO TENHO UM MINUTO DE PAZ?

                Meu telefone estava tocando.

- O que foi? — Era Henry. —

- Anna, eu não quero dormir sabendo que briguei com você.

- Problema seu. — Desliguei o telefone, em questão de segundos ele voltou a tocar novamente. — Porra, eu não quero falar com você hoje.

               Desliguei meu celular de uma vez.

- Ótimo, nem ele nem ninguém vai me incomodar.

    Coloquei o celular embaixo do travesseiro, fui ao banheiro tomar banho e retirar a maquiagem. Na volta encarei a enorme janela no meu quarto, a lua estava belíssima. Eu lembrei de casa, dos meus pais e de como tudo era tão tranquilo e fácil em Miami.

- Minha vida virou de cabeça pra baixo em alguns meses. Não sei se consigo entender esse mundo de famosos. — Falei para mim mesma. — Henry, protagonista em uma saga enorme, fama.... Será que a Anna de treze anos imaginaria que isso ia acontecer? — Sorri. — Claro que não.

       Deitei na cama e em segundos dormi. Acordei com o despertador e tia Johanna batendo na porta. Ela estava com suas malas prontas.

- Aonde você vai? — Cocei o olho. —

- Vou embora. Para Miami.

- E eu?

- Você vai ficar aqui. Já está na reta final do filme, você não precisa mais de mim. Quando acabar, compro sua passagem e você volta para casa. — Ela se virou e foi andando pelo corredor. —

- Tia...

- Fala. — Ela se virou para mim. —

- Obrigada por tudo. — A abracei. —

- Não me agradeça, você fez isso com seu próprio esforço. — Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Agora eu preciso ir.

- Espera! — Corri em direção ao meu quarto, abri minha mala e peguei um envelope. Voltei até tia Johanna e a entreguei. —

- O que é isso? — Ela abriu o envelope e contou as cédulas. — Tem mais de mil aqui.

- Entrega para os meus pais, por favor. — Ela me olhou com cautela. —

- Pode deixar. — Ela enfiou o envelope dentro da bolsa. — Te vejo quando acabar o filme.

         Ela acenou e pegou o elevador. Ótimo, sozinha em Londres, o que eu faço agora? Eu poderia ligar pra Henry e dizer que estava indo visitá-lo, mas o meu orgulho sempre fala mais alto. Estou com saudade das mensagens de bom dia dele e também das vídeo chamadas com Kal. Ai, que saco, eu me apeguei a esse troço.

- Talvez umas comprinhas me façam relaxar um pouco.

Fui até o banheiro, tomei banho e escovei os dentes, fiz minha Skincare que agora era obrigatório ter uma pele sem defeitos e vesti uma roupa confortável. Aguardei o Uber por alguns minutos, cheguei ao enorme shopping Westfield Stratford, me perguntando o que eu iria comprar, se é que eu iria conseguir entrar em todas as lojas. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi fome. Olhei para uma placa que mostrava o andar da praça de alimentação. Peguei o elevador e fui até a mesma, me arrependi amargamente. Estava CHEIA. São dez da manhã, quem tem fome de hambúrguer uma hora dessas? Desisti completamente e desci para o andar anterior. Dei de cara com uma loja da Chanel. Eu sempre quis ter uma bolsa Chanel. Meus instintos falaram mais alto e entrei na loja.

- AI QUE INFERNO. — Assim que entrei, dei de cara com Henry, que quando me ouviu falar alto, se virou para olhar. Ele sorriu. —

- Anna!

Ele abriu os braços e veio me abraçar. Todas as vendedoras estavam nos olhando. Eu não podia deixar ele no vácuo, por mais que eu estivesse com raiva dele naquele momento.

- Oi Henry. — O abracei. — O que você está fazendo aqui? Você está me seguindo, né? Que ódio, você implantou algum chip no meu corpo?

- Seja discreta. — Ele apontou com os olhos para as vendedoras, que continuavam nos encarando. — Há pessoas aqui.

                        Revirei os olhos.

- Você. — Apontei para uma das meninas. — Vem me ajudar aqui.

- O que você está fazendo aqui? — Henry me seguia pela loja. —

- Talvez comprar minha primeira Chanel. — Parei de andar e o encarei. — E você? O que faz aqui? — Perguntei, aumentando ainda mais meus pensamentos de que Henry Cavill estava me seguindo. —

- Hoje é aniversário da minha mãe, quero dar algo especial a ela. — Ele sorriu. Meu coração se derreteu completamente quando ele disse isso. —

- Você é um ótimo filho. — Sorri para o mesmo, por alguns segundos parecia que toda a minha raiva havia passado. Depois de alguns instantes recuperei minha postura e voltei a fechar a cara pra Henry. Pigarreei. — Não faz mais que sua obrigação, afinal, ela que te trouxe para o mundo.

- Claro. Te vejo por aí. — Ele deu de ombros e foi até o caixa da loja. Ele pegou uma enorme caixa e falou algo inaudível para a moça. Ela assentiu positivamente com a cabeça. —

- Senhorita Anna? — A, atendente interrompeu todos os meus pensamentos enquanto via Henry sair da loja. —

- Sim?  — Me virei para a mesma, que me mostrava uma Chanel preta do modelo clássico. A segurei em minhas mãos e decidi que ela foi feita para mim, sem dúvida alguma. Provei a mesma e me olhei no espelho. —

- Ela combina muito com você, ficou linda.

- Agradeço. Eu vou levá-la. — Entrei a bolsa para atendente e fomos até o caixa. Antes disso, a chamei em um canto — Me desculpe se fui grossa com você, não era minha intenção.

- Não se preocupe, nem todos nós está em um bom dia. — Ela deu um sorriso. —

    A bolsa foi embrulhada e colocada em uma linda caixa preta com laço.

- Obrigada, mas não precisa.  — Falei enquanto entregava meu cartão. —

- O senhor Cavill disse que é por conta dele, é um presente. — Ela sorriu para mim. —

- Eu não acredito que ele fez isso. — Bufei. — Obrigada. — Peguei a caixa e saí da loja. Peguei meu celular e comecei a digitar pra Henry. —

Anna: EU ODEIO VOCÊ! Sério!

Henry: Espero que tenha gostado do presente. ;)

Anna: ...

Henry: Hoje à noite quero ver você, vamos jantar em algum lugar. Depois te mando o endereço.

Anna: Que garantia você tem que eu vou?

Henry: Quero te ver com essa bolsa. Até mais tarde.

London Boy | Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora