III

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Amberle

Após beliscar algumas coisas e correr pelos perímetros do reino, decido que vou guardar o segredo da princesa até descobrir o que está acontecendo. Caminhei ao centro de treinamento dos nossos soldados, um dos meus lugares favoritos. Disputo minha décima batalha com um dos meus melhores soldados, o Capitão Crispin, e venço minha décima.

- Qual é! - exclamo - Faça-me desistir!

Então iniciamos mais um combate, sons estridentes soam pelo salão, minha espada se move habilmente contra ele, até que ele cai de costas no chão e eu empunho minha espada contra sua garganta. Respiro fundo, dou-lhe a mão para que se levante e me posiciono para mais um combate.

- Ele não vai lhe vencer, majestade.

Viro minha atenção em busca da voz que acabara de ressoar por todo o lugar e avisto a comandante de Leah vindo em minha direção.

- Ele jamais venceria.

Sorrio de lado em meio a respiração ofegante.

- Mas você venceria, certo? - digo

Ela sacode os ombros.

- Mesmo depois de dois anos após o ocorrido, acha que ele correria o risco de que algum de vocês pensem que ele é bom demais e queira se levantar contra vocês? E, além disso, você é a princesa dele, ele não pegaria pesado com você jamais.

Na verdade, me escapa uma breve risada sincera e anasalada. Ela tem razão e sua lógica é algo admirável, na verdade, nem mesmo eu havia pensado desta maneira. Vejo-a sorrir de leve e eu a acompanho.

- E você? Conseguiria?

- Tenho algo a perder? - Ela questiona

- Somente a aliança de Leah com Arbolon - provoco-a

E, pra minha surpresa, ela apenas sacode brevemente os ombros com um sorriso.

- Na verdade, eu ia dizer que ia perder a chance de derrotar um elfo em combate, mas... é, uma aliança é uma opção avaliável.

Sorrio largamente. É bem verdade que humanos e elfos não se dão bem... na verdade, elfos não se dão bem com nenhuma raça. Ela se coloca ao lado do soldado e me olha nos olhos, eu concedo que ela tome seu lugar e ela pega em mãos a espada que ele carregava.

- Pronta, princesa?

- Estou quase lá.

Ela sorri de lado e me ataca, mas eu prontamente me defendo. A batalha começa agressiva e se estende desta forma, o jeito da humana é algo que me chama atenção, ela é muito habilidosa, mas algo lhe está tirando o foco. Então, depois de uma intensiva batalha, eu a venço, derrubando-a no chão e colocando minha espada em sua garganta.

- É... - ela diz em meio à respiração ofegante - parece que ele não estava deixando você vencer mesmo.

Sorrio.

- Um à zero pra princesa.

Ela se levanta e eu lhe devolvo a espada.

- Revanche? - Ela sugere

- Por favor.

Então, novamente, entramos numa batalha disputada. Observo seus movimentos e analiso seu seu porte, que é, estranhamente, desajeitado ao mesmo tempo que eficaz. Depois de longos minutos, torno a vence-la.

- Dois à zero pra princesa.

Ela sorri novamente.

- Então...?

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